Um dos grandes problemas no combate aos sites que espalham notícias falsas é como fazer com que essas plataformas deixem de receber dinheiro. De acordo com um estudo divulgado nesta quarta-feira (8), gigantes tecnológicas como Google e Amazon podem ajudar bastante na resolução do assunto. Acontece que as plataformas de gestão de anúncios digitais dessas marcas foram responsáveis pelo pagamento de US$ 25 milhões faturados por páginas que divulgavam informações incorretas sobre o Covid-19.
O levantamento foi realizado por um grupo de pesquisa chamado Global Disinformation Index (GDI) e avalia que, entre janeiro e junho deste ano, a plataforma do Google forneceu US$ 19 milhões para sites que têm informações equivocadas, teorias da conspiração ou notícias falsas a respeito da doença. Isso equivale a US$ 3 de cada US$ 4 que essas páginas arrecadaram. A companhia de distribuição de anúncios OpenX e a Amazon também direcionam quantias consideráveis: US$ 2,6 milhões e US$ 1,7 milhão, respectivamente.
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A análise levou em conta 480 endereços em língua inglesa que continham informações falsas sobre o vírus. Algumas das peças contém marcar globais, como: L’Oreal, Canon e outras. Os dados de faturamento podem ser ainda maiores, já que o estudo não mensurou ganhos com redes sociais e plataformas de vídeo. As informações foram divulgadas em uma reportagem da Forbes.
Em resposta à agência de notícias Bloomberg, um porta-voz da Google contesta o estudo do GDI: “o relatório é falho porque não define o que deveria ser considerado desinformação e seus cálculos de receita não são transparentes ou realistas”. A companhia de Mountain View ainda reforça que tem política rígidas para publicações para “prevenir que conteúdo perigoso ou fraudulento seja monetizado”.
A Alphabet Inc, que é a marca-mãe do buscador, têm mantido uma política ainda mais restrita em relação às informações que são divulgadas sobre a pandemia do novo coronavírus.
O GDI é um grupo de estudos baseado no Reino Unido que pesquisa os níveis de desinformação de sites de todo o mundo. Segundo os pesquisadores, as descobertas recentes foram compartilhadas com as empresas citadas, mas não houve retorno.
“A diferença entre o que as companhias dizem publicamente sobre o esforço para não monetizar discursos de ódio e conteúdo nocivo, especialmente a respeito da pandemia, não combina com o que os nossos dados estão dizendo sobre o que realmente acontece”, comentou o cofundador do GDI, Danny Rogers.
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