O Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), maior empresa pública de prestação de serviços em tecnologia da informação do Brasil, estabeleceu parceria com a Intel e a Universidade Estadual Paulista (Unesp) para usar inteligência artificial (AI, na sigla em inglês) para a operação de multa nacional.
O Serpro desenvolveu um validador cognitivo de infrações de trânsito disponibilizado para seus clientes na sua plataforma de nuvem Estaleiro. Thiago Oliveira, superintendente de produtos e serviços de Engenharia de Infraestrutura de TI do Serpro, explicou que o projeto Estaleiro surgiu com base em duas frentes. A primeira em razão da busca pelas mais avançadas tecnologias do mercado e a segunda pelo atendimento eficiente ao público do setor privado, instituições financeiras e órgãos de outras esferas.
O Estaleiro é uma solução de infraestrutura e plataforma como serviço (PaaS) que fornece ao time de desenvolvimento do Serpro a possibilidade de desenhar e implementar a arquitetura de produção de seus serviços com mais agilidade. Seu objetivo é disponibilizar infraestrutura automatizada, orquestrada e com autosserviços. Tudo isso turbinado com DevOps, metodologia de desenvolvimento que explora a integração entre desenvolvedores de software e profissionais de operações de TI.
No projeto de inteligência artificial, que teve duração de quatro meses, a Intel forneceu hardware e a Unesp entrou com a capacitação do time do Serpro. “Temos três equipes espalhadas pelo Brasil, uma em BH, outra em Brasília e a última em Fortaleza. A capacitação e a troca de conhecimento da Unesp com esse time foi fundamental para o sucesso do projeto”, garantiu ele.
O executivo contou que o projeto de inteligência artificial para a operação de multas é baseado em reconhecimento de imagem, possibilitando a identificação de 438 modelos de veículos sem a necessidade de intervenção humana.
“Hoje, esse processo é manual. O time anota marca e modelo, consulta nas bases e passa a informação para a Polícia Federal se for da alçada deles. Eles conferem tudo de novo e enviam para o usuário. Com AI, a ideia é enviar a multa para o infrator diretamente”, explicou.
Já na fase inicial do projeto, diversas melhorias foram observadas, garantiu Gustavo Rocha, chefe de desenvolvimento de produtos cognitivos do Serpro. Ao atualizar a plataforma de processamento para Xeon E7 e Xeon 2 foi possível aprimorar essa tarefa e, em seguida, melhor treinar as redes neurais.
“Temos uma rede com 438 marcas e modelos dos carros. Temos uma rede para cada um dos modelos. Com a mudança de tecnologia, o tempo de treinamento e processamento para treinamento das redes caiu três vezes. A acurácia do modelo também passou a ser de 90%”, detalhou.
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