Por que Santa Catarina é considerado o estado mais produtivo para tech?

Estudo da ACATE mostra faturamento de R$ 100 mil por trabalhador no estados. Média nacional é de R$ 72 mil

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10:06 am - 22 de agosto de 2019
Florianópolis Florianópolis

A produtividade das empresas catarinenses do setor de tecnologia é a maior dentre os seis principais polos de tecnologia e inovação do Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina). O estado registra faturamento médio de R$ 100 mil por trabalhador, quando a média nacional não supera os R$ 72 mil. Os dados são de levantamento divulgado pela Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE).

No ranking dos dez municípios com maior produtividade, Florianópolis ocupa o primeiro lugar, com R$ 113,9 mil de faturamento, Blumenau o segundo, com R$ 106,4 mil, e Joinville fica em terceiro, com R$ 95 mil. São Paulo fica em décimo lugar, com R$ 76 mil.

O ranking é feito pela ACATE em parceria com a Neoway, que avalia um recorte das empresas catarinenses considerando a situação cadastral ativa, faturamento presumido, ano de abertura, localização, informações sobre sócios e funcionários. Os dados levantados são da Receita Federal, Juntas Comerciais e Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). Além disso, os produtores técnicos utilizaram o INEP, UNESCO e CAGED como fontes complementares.

Por que Santa Catarina?

O relatório indica que não é somente em produtividade que Santa Catarina se destaca. Com R$ 15,8 bilhões em faturamento total, do qual as empresas associadas à ACATE correspondem a 64%, o setor de tecnologia já representa 5,8% da economia de Santa Catarina. São mais de 15 mil empreendedores e aproximadamente 51,8 mil colaboradores.

E por que o estado ganha vantagem nesse cenário? Diversos analistas de mercado revelam que o ambiente é favorável para o desenvolvimento de negócios pela proximidade com o ecossistema universitário com capital intelectual altamente desenvolvimento e o hub de empresas que tem se desenvolvimento por lá.

Segundo Daniel Leipnitz, presidente da ACATE, esta edição do estudo traz dados preciosos para o entendimento da evolução do ecossistema de tecnologia e inovação de Santa Catarina. “Somos o 4º maior polo em número de colaboradores no setor de TI, e o 6º em faturamento, número de empreendedores e número de empresas. Temos o maior índice de produtividade por trabalhador do Brasil, e a segunda maior densidade de startups do País, com 4,9 empresas para cada mil habitantes. A força do nosso ecossistema já é conhecida, agora o que queremos é realizar intercâmbios entre as diversas comunidades de inovação e tecnologia existentes no Brasil e no mundo, trocando experiências, gerando aprendizados e ampliando nossa capacidade de fomentar cada vez mais o desenvolvimento de empresas e empreendedores”, afirma.

No Brasil, o setor de tecnologia desempenha um faturamento de R$ 301,7 bilhões, o que corresponde a 4,4% do PIB nacional. “No ranking, entre os seis maiores polos de tecnologia do Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina), nosso estado é líder, com R$ 1,4 milhões de faturamento médio, que corresponde aos R$ 15,8 totais de faturamento divididos pelo número total de empresas ativas que temos, que está em 11,2 mil”, destaca.

Destas, mais de 4 mil surgiram nos últimos quatro anos, mostrando que o ambiente está cada
vez mais favorável para o empreendedorismo. Entre as cidades de Santa Catarina, destacam-se os polos de Florianópolis (2.438), Joinville (1.473) e Blumenau (1.218), que concentram 5.129 empresas do setor de tecnologia catarinense (45%).

Separando os resultados por regiões, foram destaques no estudo a Grande Florianópolis, com aumento de R$ 100 milhões em seu faturamento e de 10 mil colaboradores de 2017 para 2018. Florianópolis conta com empresas que estão agora despontando no cenário nacional e internacional, como Resultados Digitais, Involves, Cheesecake Labs e Hi Platafom.

A região Norte, que teve aumento de R$ 200 milhões em seu faturamento, e as regiões do Vale do Itajaí, que manteve sua arrecadação alta com o setor de tecnologia, de R$ 3,4 bilhões, e do Oeste, que manteve em R$ 1,2 bilhões.

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