RPA em alta: 66% das empresas na A. Latina querem aumentar automação
Pesquisa da EY e BotCity aponta que líderes veem a tecnologia como forma de liberar pessoas para atividades mais estratégicas
O RPA, tecnologia que permite a criação de robôs de software para automatizar processos das áreas de negócio e administrativas, deve ganhar maior atenção das empresas na América Latina neste ano. Segundo pesquisa realizada pela EY e BotCity, 66% das empresas pretendem aumentar o investimento em RPA para ganhar escala e mais de 90% das empresas tiveram um crescimento significativo (acima de 25%) na quantidade de automações em produção neste ano.
O estudo feito com líderes de mais de 200 grandes e médias empresas de diversos setores da região, incluindo o Brasil, mapeou a adoção do RPA pelas organizações, o nível de maturidade dos projetos e os principais desafios encontrados. De acordo com o relatório, os setores de logística, varejo, e-commerce e indústrias são os que apresentam estágio mais avançado na estratégia e operação da tecnologia, com demandas por automações concentradas nas áreas Financeira/Contabilidade (37%) e Operações (41%).
“Em um cenário onde as empresas estão buscando eficiência de caixa e escala de operações, a automação RPA na América Latina ganhou protagonismo, abrindo caminho para uma nova geração de tecnologias, que hoje permitem construir automações em nível código com governança e controle, respondendo a uma demanda empresarial de automatizar operações cada vez mais complexas e que envolvem cada vez mais sistemas, tornando possível escalar operações com menor investimento e aumentar a eficiência operacional”, conta Lorhan Caproni, CEO da BotCity.
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Para 50% das empresas, o principal objetivo das iniciativas envolvendo o RPA é o de liberar as pessoas para atividades estratégicas e, para 26%, obter mais produtividade. Melhorar a experiência do cliente, evitar erros críticos e fraude, ganhar eficiência e escala também estão entre as outras motivações para usar a tecnologia. Somente 16% mencionaram diretamente a redução de custos e mais de 40% das iniciativas de automação existem há mais de 3 anos, o que mostra ganho de maturidade.
Desafios para escalar o RPA
O estudo também buscou entender os principais desafios que a empresas sentem ao implementar a tecnologia em suas áreas. A falta de capacitação foi apontada como a maior frustração relacionada ao RPA e a maturidade técnica do time foi sinalizada como a maior barreira para o avanço das iniciativas de RPA. Mais de 77% das empresas avaliadas possuem mais da metade do seu time com skills de programação, e 79% relataram a adoção da linguagem Python para desenvolvimento de automações como estratégia para garantir produtividade, melhor performance e menor lock-in em relação às tecnologias proprietárias.
Maurício Castro, sócio da área de Tecnologia Financeira da EY, destaca o dado encontrado de que a linguagem mais utilizada em RPA é o Python. “Esse resultado reflete, em grande parte, a busca das empresas de soluções de código puro para endereçar a nova complexidade requerida devido ao ganho de prioridade estratégica do RPA e a necessidade de soluções mais escaláveis, performáticas e seguras.
Com mais de 14 milhões de desenvolvedores Python no mundo, milhares de comunidades, assets de conteúdos e inúmeros aceleradores estão disponíveis. Outros motivadores dessa mudança para Python residem em questões de redução de custos de licenças de RPA com modelos de pagamento por uso, a diminuição do vendor lock-in (tecnologia aberta, códigos disponíveis), a facilitação do reuso e customização, além da incorporação das melhores práticas de engenharia de software”, comenta.
A maioria (72%) das empresas respondentes têm mais de uma dezena de automações, o que torna mais complexo o gerenciamento e a governança da iniciativa de automação inteligente. Conforme os projetos vão ganhando complexidade, aumenta a necessidade de programação, concentrando os esforços em TI e CoEs (Centros de Excelência Operacional).