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Roupas tecnológicas serão tão comuns quanto eletricidade

Nova York ainda se recupera dos efeitos da tempestade Sandy, mas o que seus moradores passaram durante os dias em que simplesmente não havia eletricidade indica como será o futuro da sociedade com roupas tecnológicas (Weareable Tecnology): usar telefones-óculos conectados à internet e roupas com medição dos sinais vitais será tão automático quando acender as luzes quando chegamos em casa. E a ausência dessas capacidades, dentro dos conceitos Frictionless (sem fricção, sem contato) e Pervasive (penetrante), deixará as pessoas perdidas com o dia a dia.

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“São dois objetivos das tecnologias vestíveis: fazer parte da nossa vida e diminuir o atrito. Não preciso pensar que estou usando uma tecnologia”, contextualizou Fernanda Romano, sócia da norte-americana Naked, empresa voltada para a criação de vestuário tecnológico, durante o TEDxFIAP São Paulo, realizado na quinta-feira (08/11) pela Fiap.

Brasileira, Fernanda mora nos Estados Unidos há sete anos, o que a faz estar mais acostumada com o idioma inglês do que com o português. Usando um mix das duas línguas durante sua palestra de 18 minutos – em um ritmo extremamente frenético e com comentários que arrancaram risada dos participantes diversas vezes – a especialista explicou como, assim como hoje ocorre com a eletricidade, será a relação do ser humano com roupas high tech: uma simbiose.

Segundo ela, se formos levar ao pé da letra, a primeira tecnologia “vestível” foram as próprias roupas, há 170 mil anos, que mudou os hábitos dos seres humanos. Mais recentemente, tem o relógio com a calculadora, que trouxe uma experiência diferença na forma de interagir com a matemática.

“Hoje podemos dizer que somos transumanos, mas ainda falta uma evolução. Veja o uso do smartphone ou até do celular convencional, por exemplo. Não decoramos mais números de telefone.  Usamos esses dispositivos como HD externos e não ocupamos nossas memórias”, comentou a especialista.

Atualmente, o que mais chama a atenção é o projeto Google Glass, ou Óculos do Google, que traz o conceito de realidade aumentada e conexão à internet ao alcance dos olhos. Ele estará disponível a partir de 2014 nos Estados Unidos, com custo de US$ 1,5 mil, aproximadamente. “Mesmo que o smartphone seja um tipo de extensão de nosso braço, ainda precisamos desviar os olhos para ele para haver uma interação. Pelo conceito Frictionless e Pervasive, isso não é necessário”, comentou.

E quando falta?

E quando uma tecnologia com a qual estamos acostumados simplesmente some? Voltando ao início do texto, era exatamente essa sensação que Fernanda queria compartilhar para explicar a profundidade da dependência Frictionless e Pervasive ao comentar as dificuldades enfrentadas pelos moradores de Nova York quando simplesmente não havia eletricidade. Em uma cidade conhecida historicamente por seus arranha-céus, o que um morador do 40º. andar faz para levar seu cachorro para passear sem o conforto do elevador? E como mudar o formato de consumo e estocagem de alimentos? Carne, frango, leite, margarina, entre outros, são produtos perecíveis. Sem ajuda da geladeira, fica, no mínimo, complicado continuar as atividades normais.

“Weareable Tecnology vai chegar ao ponto da eletricidade”, comparou. Segundo a especialista, soluções com foco em saúde e bem estar do ser humano são as com maior potencial neste ramo. Alguns exemplos são tênis com sensores, que rastreiam o comportamento de corrida do usuário e indicam deu desempenho, comparando com o de outras pessoas ao redor do mundo que fazem parte da mesma comunidade. Um exemplo recente é um colete que infla cada vez que a pessoa recebe um “Curtir” no Facebook. “Isso pode parecer besteira, mas as possibilidades são inimagináveis”, comentou.

Há ainda projetos de sutiãs que avaliar os seios, que costumam ter a temperatura elevada quando células passam por mutação em uma evolução do câncer de mama. Exoesqueletos, que garantem que pessoas tetraplégicas voltem a andar, são um passo além nesse processo. As oportunidades são, ainda, inimagináveis.

Na Naked, há um projeto para criar uma luva que meça os movimentos dos socos de lutadores, o que garantirá mais acurácia de treino e desempenho. Fernanda admite que o sexy appeal da proposta ainda é baixo, mas dá um conselho a sua equipe sempre que estão engajados em um produto: “quem sabe a gente um dia não consegue criar uma jetpack?”, questionou, referindo-se a um tipo de mochila, ainda na imaginação das pessoas, que vem com um pequeno foguete, capaz de garantir o transporte aéreo a quem conseguir pagar pelo produto.

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