Robôs na construção civil: realidade ou futuro distante?

CEO global da Autodesk compartilha sua visão sobre e tema e revela que tipo de trabalho as máquinas já estão executando no setor

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12:06 pm - 15 de novembro de 2018

Basta uma rápida busca no Google com as palavras robô na construção, que você irá se deparar com máquinas que assentam tijolos com uma precisão sem igual. Ou então um robô humanoide capaz de instalar sozinho placas de gesso, também conhecidas como drywalls. Seria esse o fim dos operários? Robôs vão substituir profissionais em um futuro próximo? Na visão do CEO da Autodesk, Andrew Anagnost, robôs farão, sim, trabalhos do tipo, mas essa realidade está bastante distante.

Segundo ele, no entanto, robôs já estão executando algumas tarefas no setor, como construção de containers e executando tarefas fora de prédios. “O setor de construção não muda tão rapidamente quanto outros. Os primeiros tipos de robôs em larga escala vão aparecer, mas ainda demora um pouco”, comentou ele.

As apostas do executivo para o país que avançará mais rapidamente no tema é a China, que está agora em pleno processo de expansão de infraestrutura e tem a tecnologia como pilar fundamenta de tudo o que faz.

Por enquanto, disse, robôs estão bastante evoluídos no sentido ‘visão’, o que torna as máquinas boas em reconhecer pessoas e objetos. O desafio agora é o de máquinas tomarem decisões, algo que os humanos fazem com bastante naturalidade. “Não teremos computadores pensando nos próximos cinco anos. Treinar computadores é muito diferente de fazê-los ‘pensar’”, comentou Anagnost em conversa com jornalistas durante o Autodesk University, realizado em Las Vegas (EUA).

Isso não significa, no entanto, que os profissionais de construção civil ficarão totalmente sem trabalho. “Na verdade, há falta de talentos nessa área, em todo os níveis”, comentou Nicolas Mangon, vice-presidente de arquitetura, engenharia e construção (AEC) da Autodesk.

Citando o livro, “AI Superpowers: China, Silicon Valley, and the New World Order”, Kai-Fu Lee, sem tradução para o português, o executivo apontou que por volta de 2030 haverá dois tipos de trabalho: aqueles orientados para inteligência artificial e os que os robôs ou computadores não poderão fazer. O setor construção civil é um dos que apresenta grandes chances de ser ampla ou completamente automatizado, mas a visão de Mangon é otimista para as mudanças que se apresentam no futuro. “Diversos tipos de profissões serão criados”, comentou.

*A jornalista viajou a Las Vegas (EUA) a convite da Autodesk

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