Rimini Street quer desbancar gigantes e se tornar #1 em serviços de TI

Seth Ravin, CEO da Rimini, conversa com o IT Forum e diz ter meta de se tornar uma empresa bilionária

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8:45 am - 21 de junho de 2024
Seth Ravin, CEO da Rimini Street Imagem: Divulgação

O Brasil está se tornando o centro de serviços para a Rimini Street nas Américas, representando um grande crescimento e algumas das grandes operações de pesquisa da empresa. Esse foi o início otimista da minha entrevista com Seth Ravin, CEO da companhia, que também disse estar trabalhando para se tornar o fornecedor número um de serviços de TI globalmente.

“Não temos uma data específica para nossa meta, mas adoraríamos ser uma empresa anual de bilhões de dólares nos próximos anos. Estamos crescendo globalmente, com milhares de pessoas em 22 países”, comemora Ravin, em entrevista ao IT Forum.

Confira os melhores momentos do bate-papo:

IT Forum: Qual o contexto da Rimini Street na América Latina? O Brasil é o principal país da América Latina para a empresa?

Seth Ravin: Nós estamos, definitivamente, nos expandindo para estarmos mais na América Latina, mas o Brasil é o centro de operações para nós. Os clientes brasileiros adoram o fato de que todos os colaboradores falam português. Eles não precisam tentar falar inglês para lidar com questões técnicas complexas. E, claro, também falamos espanhol muito bem em toda a região. Nós tentamos acomodar nossos clientes em seu idioma local, fusos horários e tudo mais que pudermos fazer para que eles sintam que estamos aqui.

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Estamos no Brasil há nove anos e acabamos de realizar nossa conferência no País, com toda a liderança e executivos. Estávamos conversando e falamos sobre as grandes mudanças tributárias que estão por vir e como as empresas pensam nos próximos anos de transição no Brasil. Eles terão que recorrer aos sistemas tributários. Ou seja, são desafios únicos dos brasileiros. Por isso estamos aqui e temos equipes de design que trabalham em tudo na parte fiscal, por exemplo.

IT Forum: Para trabalhar tão perto dos clientes locais, vocês têm algumas parcerias. O quanto isso é importante para vocês?

Seth Ravin: Nós temos cada vez mais clientes. E isso é ótimo porque, novamente, não somos apenas uma empresa americana que vem aqui e diz: sabemos disso melhor do que vocês. Todos nós já vimos esse filme. E geralmente não termina bem, porque eles não fazem realmente parte da economia e da operação local.

Por isso, adoramos trabalhar com esses parceiros. É claro que competimos com muitas empresas, como a Accenture. Competimos com os fornecedores de software. Portanto, nem todos serão nossos parceiros. Mas há muitos grupos individuais de produtos e tecnologia que querem trabalhar conosco porque precisam.

IT Forum: Vocês querem chegar a US$ 1 bilhão de faturamento. É verdade?

Seth Raven: Sim. Não temos uma data específica para nossa meta, mas adoraríamos ser uma empresa anual de bilhões de dólares nos próximos anos. Estamos crescendo globalmente, com milhares de pessoas em 22 países.

A maioria das pessoas não percebe como é caro e demorado abrir todas essas operações ao redor do mundo. Mas vamos continuar fazendo isso porque isso constitui a base do nosso crescimento. Por exemplo, não poderíamos ter tido grandes empresas globais como a Hyundai, que atendemos em 100 países, se não tivéssemos a infraestrutura global grande o suficiente para lidar com isso, com o Brasil sendo uma grande parte disso.

Essas aberturas vão desacelerar um pouco a receita. Provavelmente afetará os lucros por um tempo, mas achamos que é a decisão certa.

IT Forum: Você ficou uma semana no Brasil conversando com clientes. Quais são os principais desafios deles?

Seth Ravin: Se a empresa está no varejo, provavelmente está com problemas. Atendemos varejo em todo o mundo e é uma margem de lucro muito pequena. E quando seus custos sobem, você é ferozmente competitivo e não consegue aumentar seus preços, as margens de lucro correm um grande perigo. Então eles precisam reduzir custos, mas também precisam inovar.

Parece contraditório, mas nós tentando mostrar, não só para os varejistas, mas para todos os nossos clientes, como reduzir custos com partes de tecnologias, por exemplo, Oracle e SAP, para usar o dinheiro restante no financiamento de projetos de inovação.

Fazendo uma analogia: uma empresa quer substituir seus caminhões de entrega por novos, mas também quer fazer algo realmente estratégico. Ela pode optar por manter os caminhões por mais alguns anos, economizar o dinheiro, e usá-lo para algo mais importante.

Portanto, não é apenas o quanto está gastando. Há um elemento de tempo nisso. Quando você quer fazer isso? Talvez você queira fazer outra atualização em seu software? Mas talvez seja melhor adiar três a cinco anos e usar o dinheiro em algo que seja mais importante para gerar uma oportunidade agora.

E as empresas brasileiras são como todas as outras empresas do mundo. Elas estão tentando descobrir como gastar em novas tecnologias que podem realmente ajudar os negócios. E como não gastar com coisas que não são importantes.

Todo mundo está sofrendo com lucros baixos. Os varejistas são apenas a primeira linha porque seus lucros são tão pequenos que isso os afeta primeiro. Por isso eles precisam da inovação, precisam dos dados para gerar uma compreensão real de seus negócios e das análises.

Ou seja, se o varejista não sabe o que o cliente deseja comprar daqui a um ano, se não puder fazer análises preditivas, poderá destruir seu negócio, poderá fabricar todos os produtos errados para o próximo ano e eles não sairão da prateleira.

IT Forum: Não temos como não tocar no assunto de Inteligência Artificial. Como vocês estão olhando para a tecnologia?

Seth Ravin: Você lembra que há dois anos tudo era sobre nuvem? Todo mundo levou tudo para a nuvem e agora está vendo que é caro. Agora todos falam de IA, mas a maioria das pessoas não tem ideia de quão complexa é a IA. Veja as questões legais, por exemplo.

A verdade é que 70% das empresas não têm uma boa organização dos dados. Você vai treinar seu modelo de IA com dados ruins e o que espera obter com isso? Terá informações ruins. Não é tão fácil simplesmente ativar a IA, você tem que olhar para seus dados. Portanto, a maioria das pessoas não entende o quão complexo é um projeto como esse.

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Laura Martins

Editora do IT Forum. Jornalista com mais de dez anos de atuação na cobertura de tecnologia. É a quarta jornalista de tecnologia mais admirada no Brasil, pelo prêmio “Os +Admirados da Imprensa de Tecnologia 2022” e tem a experiência de contribuições para o The Verge.

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