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Reflexões sobre o Coronavírus

A rápida disseminação do Coronavírus pelo mundo está promovendo uma verdadeira revolução na rotina das pessoas, cobrando um preço difícil até de ser dimensionado em termos de redução da atividade econômica em uma escala global sem precedentes. Quando pensamos em retrospectiva e refletimos sobre como toda essa situação caótica teve início é impossível não imaginar como todo esse trágico cenário poderia ter sido evitado. Neste momento, uma palavra se destaca sobre todas as outras: “prevenção”.

Agora que as estatísticas apresentam um quadro global cada vez mais alarmante, com o registro de um número exponencialmente crescente de casos e de mortes associados à pandemia, é inevitável o questionamento sobre como chegamos a essa situação e como ela realmente poderia ter sido evitada.

Embora nossa tendência inicial seja de dizer que o mundo foi pego de surpresa, nada está mais longe da verdade. O fato é que o ser humano tem uma grande dificuldade em extrair as lições importantes de episódios particularmente estressantes. Temos a tendência de minimizar esses momentos difíceis e, uma vez que eles são superados, reforçamos a ideia errônea de que nada de ruim vai nos acontecer.

Como podemos alegar surpresa se há um século, em um mundo muito menos interligado que o nosso hoje, a gripe espanhola, a influenza, matou centenas de milhões de pessoas, sendo responsável por mais fatalidades do que a soma das registradas nas duas grandes guerras mundiais? Mais de 50% da população mundial foi infectada e, entre janeiro de 1918 e dezembro de 1920, 50 milhões de pessoas faleceram em função da pandemia.

Uma das chamadas da edição de 5 de outubro de 1918 do The New York Times dizia: “Medidas drásticas tomadas para combater a Influenza aqui”, informando horários para fechamento de todas as lojas menos as de alimentação e as drogarias. O jornal comunicava ainda a entrada em vigor de um plano para reduzir o número de pessoas no transporte público nos horários de pico. E o aviso final observava que regulamentações radicais eram necessárias para evitar que Nova York fosse totalmente fechada.

Parece uma manchete atual, não? Após mais de um século, como seria bom se as lições tivessem sido aprendidas. De lá para cá, as situações de risco só aumentaram, com as viagens internacionais de avião integrando a rotina de um número cada vez maior de pessoas, permitindo que o vírus se espalhasse com extrema rapidez. Se não bastasse a lição da Influenza, não faltaram avisos recentes, como os surtos de Ebola, Gripe Aviária, SARS…

Duas coisas são absolutamente certas: em um determinado momento o coronavírus será contido, com as pessoas retomando suas rotinas e a economia voltando ao normal, buscando fórmulas para combater uma grave recessão, tentando recuperar os empregos e os empreendimentos destruídos pela crise. A segunda certeza é que uma nova pandemia nos aguarda no futuro.

Vamos repetir os erros do passado e pagar novamente um custo absurdo como o que estamos começando a pagar agora? Ou vamos tomar medidas preventivas eficazes que permitam uma detecção a tempo do problema e encaminhe uma solução antes que a situação adquira um caráter de desastre, fugindo ao nosso controle e apresentando um preço exorbitante, muitas vezes impossível até de ser dimensionado de forma precisa.

Esse é o momento ideal para refletirmos sobre a importância de se adotar medidas preventivas eficazes para todos os níveis de risco conhecidos. O fato de que grande parte das empresas de todos os portes não tem uma proteção adequada de seus dados nem um plano para que eles voltem a ser disponibilizados em caso de um desastre ajuda a entender muito a situação em que nos encontramos hoje. Nossa esperança é de que essa crise acabe por gerar uma radical mudança comportamental da postura do ser humano frente a cenários de ameaças cada vez mais frequentes e distintos.

*Daniela Costa é vice-presidente para a América Latina da Arcserve

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