Queiroz Galvão consolida TI e conquista maturidade de processos

Movimentação foi necessária para atender cada sub holding e a controladora da empresa

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1:45 pm - 16 de outubro de 2019

Quando o assunto é transformação digital e Indústria 4.0, a visão das empresas têm se voltado para uma tecnologia não muito recente, porém bastante transformadora: a nuvem. Em meados de 2018, o grupo Queiroz Galvão iniciou o Projeto QG 4.0, um planejamento estratégico de TI que envolve a unificação processual para atender cada sub holding e a Controladora. A empresa foi vencedora do prêmio As 100+ Inovadoras no Uso de TI, concedido pela IT Mídia em parceria com a PwC, na categoria de Holdings e Grupos Empresariais.

Marcello Borges, CIO da construtora Queiroz Galvão, afirma que esse processo, extremamente ligado à inovação, foi essencial para o grupo. “A inovação significa, hoje, sobrevivência. As empresas que não seguirem esse caminho fatalmente vão sofrer grandes dificuldades e podem, sim, chegar a ser extintas”, diz o executivo.

Isso porque, mesmo sendo um dos maiores players do mercado, a Queiroz Galvão lida com uma série de plataformas e concorrentes. “Hoje, você tem startups e pequenas empresas que vem concorrendo com a gente nos vários segmentos que nós temos aqui”, disse Borges.

Ele cita ainda que, separando por segmento, localidade e outros parâmetros, existem uma série de concorrentes. Relacionando o tamanho do grupo, “as certificações de nível de qualidade” que ele precisa manter, Borges afirma que inovar é o único caminho.

“Hoje eu digo que a Indústria 4.0 não é mais uma opção, é uma obrigação nossa. E é para isso que a Queiroz Galvão vem se preparando.”

O que motivou unificar a TI?

O Projeto QG 4.0 da Queiroz Galvão significa unificar as áreas de TI em um único espaço. Mas, até lá, Borges explica que, com ajuda de consultorias externas, os negócios foram repensados como um todo.

“Até que, em um determinado momento, foi decidido unificar as operações por meio do Centro de Serviço Compartilhado”, revela. Esse processo também incluiu identificar “o que fazia sentido” manter nesse centro e “quem iria ficar”, no caso das áreas de TI.

Ao início do processo de mudança, Borges pertencia à TI da construtora. Sua área foi eleita “a TI mais madura” do grupo para tocar o projeto. “Começamos um planejamento estratégico de TI aliado com o que as holdings tinham decidido, e começamos esse processo de unificação”, afirma.

Uma das dificuldades foi listar e manter as verticais completamente diferentes de negócios: “tem a indústria naval, a parte de alimentos, de agronegócio, de insumo e água de coco (isso lá no Nordeste); tenho construção pesada, desenvolvimento imobiliário e a parte ambiental. E fora as concessões de rodovia”, completa o executivo.

O grande motivador, entretanto, foi a redução de custo. Ou, como explica, como fazer essa redução e se tornar mais competitivo. “Na hora em que consolidamos o que tínhamos, fizemos o trabalho de enxugamento de pessoas, ferramentas, e unificamos o processo”, disse. A partir daí, a Queiroz Galvão passou a desenvolver uma plataforma única para “trazer economia e centralizar a informação”, pois muito tempo era perdido tentando fazer essa consolidação, diz o executivo.

Mais tecnologias, mais processos

Criar o QG 4.0 da Queiroz Galvão envolveu, entre outros, mais tecnologias. Mas, além das tecnologias, também foram importantes estabelecer parceiros de negócio.

“Uma coisa que se tornou muito assertiva: muita parceria de negócio. Desenvolvemos muito com a operação dessas verticais para ver qual solução faz mais sentido”, afirma Borges.

Ele conta que isso agrega na TI, pois o grupo consegue identificar os parceiros que podem ajudar nas mudanças. Borges ainda completa afirmando que “junto com minhas equipes e a área de negócios, a gente consegue alavancar esse processo”.

marcelo borges gerente ti 2

Borges ainda relaciona que o processo ainda está em andamento. Cinco verticais (de oito) já foram consolidadas. Ele envolve, entre outros, a redução de pessoas. “Desde o início do projeto, a gente reduziu para metade o quadro de pessoas”, afirmou.

Porém, o CIO explica ainda que a empresa está “reduzindo pessoas na ponta, e não de TI. São pessoas de negócios, de operação”.

Tudo na nuvem

A Microsoft foi parceira do grupo Queiroz Galvão nesse projeto. Borges diz que a Microsoft não conhecia “nenhum caso do nosso tamanho”, e que o projeto foi “o primeiro com esse tamanho e essa complexidade”.

Para isso, os servidores foram agrupados em unidades de negócios. “Então, nessa plataforma que criamos, trouxemos simplicidade e redução de custo na ponta. Isso para a TI”, disse.

O modelo de negócio anterior visava comprar “tudo” (no caso da operação) e fazer “tudo dentro de casa”, como explicou o executivo. No meio do processo, explicar às pessoas as mudanças também não foi um passo simples.

“Então, você imagina chegar e falar: ‘a partir de agora, vamos colocar tudo como serviço, na nuvem, tá tudo fora daqui’. Isso foi um choque cultural, digamos assim, não só para a TI mas para a empresa como um todo.”

O executivo exemplifica o modelo da seguinte forma: um dos seus ramos de atividade é a construção, que tem picos muito altos. Como disse, seria como “ganhar” uma obra de R$ 500 milhões, subir os servidores para atender essa obra e, depois, lidar com o encerramento de um ou outro negócio.

“Imagina você prever esse tipo de coisa e aquisição de equipamento? O que vai acontecer é você comprar muito mais do que precisa”, disse.

O modelo da nuvem se tornou mais atraente, a partir disso. “De cara, foi um dos grandes desafios que nós tivemos. Tanto de negócio, financeiro, e para a equipe técnica. Porque a gente teve que fazer uma mudança de cultura na equipe para que as pessoas enxergassem [as mudanças]”, completa.

Finalistas do prêmio As 100+ Inovadoras no Uso de TI na categoria de Holdings e Grupos Empresariais:

1º Queiroz Galvão – Marcello Borges, CIO

2º WEG – Paulo Sérgio dos Santos, diretor de Tecnologia da Informação

3º Grupo CCR – André Costa, diretor da CCR EngelogTec

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