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Qual é o perfil do criminoso cibernético no Brasil?

O e-commerce no Brasil e ao redor do mundo tem sido alvo constante da ação de criminosos virtuais. Além de prejudicar a experiência do consumidor, as fraudes causam prejuízos a toda a cadeia envolvida em uma transação online, como varejistas, meios de pagamento e bancos, o que afeta a economia do País de um modo geral.

Apesar da crise econômica que afeta alguns países da América Latina, o e-commerce continua a mostrar números positivos e se encontra em plena expansão. Esta popularização, entretanto, é também vista como oportunidade para os golpistas.

Para ajudar a desvendar esse cenário, a Konduto, empresa de antifraude para pagamentos online, e a Ebanx, fintech brasileira especializada em ajudar negócios digitais a expandirem pela América Latina, listaram os comportamentos dos fraudadores online no Brasil, México e Argentina.

No Brasil, os criminosos virtuais, que colocam o país em segundo lugar em fraude na América Latina e entre os primeiros dos mais variados rankings de golpes em nível global, utilizam muito mais a tecnologia se comparados aos outros da região, com o uso de bots, geração de scripts, sistemas maliciosos e afins, além de testadores de cartão. Eles também são muito mais dinâmicos, procurando outra loja caso o golpe no e-commerce anterior tenha dado errado, e estão sempre em busca de produtos de maior liquidez.

Por causa de golpes financeiros, a economia mexicana deixou de ganhar 3,7 bilhões de pesos mexicanos (cerca de R$ 74 milhões) em 2017, de acordo com a Comissão Nacional para a Proteção e Defesa dos Usuários dos Serviços Financeiros (Condusef). O México é país líder em fraudes ao comércio eletrônico na América Latina. Segundo o estudo da Konduto e Ebanx, uma característica do fraudador no México é a persistência, já que ele tenta encontrar brechas no sistema de lojas às vezes por meses. Isso reflete em uma postura mais conservadora dos varejistas mexicanos, que negam mais pedidos e, consequentemente, têm uma taxa de conversão mais baixa.

No caso da Argentina, o estudo diz que os fraudadores são fáceis de serem capturados, uma vez que tentam concluir os golpes com comportamentos de navegação que são facilmente perceptíveis por sistemas antifraudes. Já os dados cadastrais, muitas vezes insuficientes no Brasil para concluir um golpe, ainda são um prêmio para os golpistas do país vizinho, que recorrem a táticas como spam e phishing para ter acesso a contas bancárias ou número dos cartões de crédito dos usuários. Os alvos dos fraudadores na maioria das vezes são produtos de alto valor e serviços como viagens.

Na avaliação do estudo, existem alguns motivos que fazem com que o México e Brasil liderem o ranking de fraudes, como por exemplo o contexto socioeconômico. Os dois países são as maiores economias latinas, possuem as maiores populações e uma alta disparidade social, além de um sistema de venda on-line bem maduro. Com isso, a “migração” de criminosos do mundo real para o virtual foi quase um movimento natural. Mas vale lembrar que nenhum país está imune à fraude, seja ela feita por criminosos amadores ou por hackers com alto conhecimento tecnológico.

 

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