Qual é o futuro do data center?

Diferentemente de outros setores afetados pela pandemia da Covid-19, o mercado de data centers se tornou ainda mais indispensável. Empresas de diferentes nichos – como indústria, educação, saúde, finanças, entre outros – precisaram elevar a demanda por agilidade e otimização, e explorar cada vez mais os recursos oferecidos por data centers.

Além disso, o uso desse tipo de solução pode gerar valor para as companhias, aumentando o potencial competitivo e a produtividade dos colaboradores. Já a falta dele pode comprometer a dinâmica de trabalho, dificultar o acesso rápido e confiável aos dados e entrega dos serviços. Com isso, o data center se tornou essencial e, cada vez mais, precisa ter capacidade para lidar com o aumento das demandas operacionais.

No mundo, os investimentos com data centers subiram 4,7% em relação ao ano passado, chegando a US$ 226 bilhões em 2022, segundo o Gartner, uma das principais empresas de pesquisa e consultoria na área de tecnologia.

Para comportar essa alta demanda, o mercado terá que se preocupar com estratégias relacionadas à sustentabilidade, inovação e infraestrutura. Por isso, aqui estão algumas tendências que farão parte do processo do futuro dos data centers no mundo.

Sustentabilidade

Em todos os setores, a sustentabilidade não é negociável. Estima-se que a tecnologia digital seja responsável por 1,4 a 5,9% das emissões globais, logo atrás do setor aéreo, com 2%.

À medida que os data centers se tornam uma parte vital da infraestrutura, as operadoras de energia deverão considerar novas soluções para reduzir as emissões de carbono e energia desde a concepção e construção até a operação do projeto.

A demanda por data centers e serviços de rede só aumentará no curto prazo, tendo como “pano de fundo” a crescente procura por videoconferências, jogos on-line e redes sociais. A adoção generalizada da tecnologia 5G, condução autônoma, a Internet das Coisas e a expansão do metaverso só agravaram o problema, aumentando drasticamente o tráfego das redes.

Com isso, existe a necessidade de desenvolvimento de novas infraestruturas, e os projetos devem considerar  a emissão de carbono dos escopos 1, 2, 3, resultantes de coleta, fabricação, transporte e instalação de materiais de construção.

Por ocupar grandes espaços e processar uma quantidade exorbitante de dados, os data centers acabam tendo grande papel na emissão de GEE, sendo grandes contribuintes para as mudanças climáticas.

Desse modo, realizar projetos com tecnologias que emitem menos gases poluentes é a melhor alternativa para o segmento. A utilização de hexafluoreto de enxofre de gás (SF6), por exemplo, que era bastante utilizado pelo seu bom desempenho no isolamento de dispositivos como os painéis ou a aparelhagem elétrica, não acontece mais.

Além disso, eles geram resíduos significativos durante sua construção e funcionamento. Minimizar isso na cadeia de abastecimento e desviar os resíduos dos aterros por meio da reutilização e reciclagem é uma estratégia-chave para se tornar mais sustentável do ponto de vista ambiental.

Inteligência Artificial para um desempenho otimizado dos ‘data centers’

Já para inovação, existem algumas premissas: aumentar os esforços de digitalização, elevar a demanda por agilidade e otimização de data centers em um mundo cada vez mais automatizado em um nível recorde. Neste “novo normal”, os trabalhadores do setor atuam remotamente. Com menos funcionários no local e menos trabalho em equipe, os operadores tiveram que acelerar sua busca por maior produtividade e eficiência.

A robótica e a automação têm sido uma combinação vencedora para expandir a demanda em muitas indústrias. Os profissionais de data center estão adotando cada vez mais essa abordagem, impulsionados pela necessidade de tornar suas infraestruturas de TI mais robustas.

Com as necessidades de um mundo mais virtual, as ferramentas de gestão de data centers são essenciais para manter o funcionamento. Como a utilização do DCIM (Data Center Infrastructure Management), que é um conjunto de sistemas composto de software e hardware específicos para gerir e manter toda a infraestrutura dessa solução. Por intermédio do DCIM é possível acessar remotamente tudo o que está acontecendo, em tempo real, e monitorar tanto a estrutura física como a de dados operacionais.

A implementação da robótica para automatizar processos empresariais também pode ajudar a reduzir a pegada de carbono e a complexidade das infraestruturas. Além disso, uma opção é a utilização de centros de dados verdes que são construídos para ter maior eficiência energética, menor consumo de energia e menor geração de impactos para o ambiente.

A procura de centros de dados mais sustentáveis e inovadores é indispensável para o futuro dos centros de dados.

* Shaheen Meeran é vice-presidente de marketing e gerenciamento de categoria de ofertas da Schneider Electric

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