Excessos digitais e sustentabilidade são preocupações para os próximos anos

Pesquisa realizada pela CI&T e pela Box1824 revela insights para o mercado de tecnologia

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1:38 pm - 01 de fevereiro de 2023
Luísa Fedrizzi, Paula Englert e Cesar Gon Luísa Fedrizzi, Paula Englert e Cesar Gon

A CI&T e a Box1824 apresentaram nessa quarta (1º) um estudo sobre os principais drivers e tendências no campo digital no campo econômico, do trabalho e da sustentabilidade para os próximos cinco anos. O documento foi feito com base em territórios emergentes identificados este ano, conectando os temas de inovação em eficiência digital, saudabilidade para os negócios e avenidas de crescimento.

“A lógica sistêmica na qual estamos inseridos pede que paremos para analisar nosso papel e qual impacto queremos ter para a sociedade. Então, mapear tendências emergentes é crucial para empresas que buscam se diferenciar e liderar sua indústria. Desta forma terão a capacidade e a oportunidade de serem protagonistas dos seus futuros”, afirma Paula Englert, CEO da Box1824.

Segundo Cesar Gon, CEO da CI&T, o estudo é um diferencial para gerar maior impacto nos negócios de clientes, par ajudá0los na era pós transformação digital. “Iniciamos, agora, um novo capítulo na tecnologia: a velocidade e eficiência digital. Compreender os mecanismos que vimos se desenvolver durante os últimos anos e aperfeiçoá-los para aumentar o potencial das ferramentas que influenciam em distintos setores corporativos, desde a relação com o trabalho até as soluções propriamente ditas”.

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Confira as principais tendências da pesquisa:

Overstimulated Era (Abundância Digital)

A tendência para a experiência do cliente será construir uma comunicação constante, mas respeitosa, com os consumidores, compreendendo seus estilos de vida e necessidades e obtendo sua opinião sobre quando e como interagir com eles.

De acordo com Luísa Fedrizzi, diretora de Negócios e Tendências da Box1824, a população já percebeu que os sentidos estão sobrecarregados, principalmente depois da pandemia. “Nós estamos vivendo nesse estado constante de multitarefas, de multitelas e é mais difícil de se concentrar. Isso faz com que precisemos equilibrar quando uma experiência sensorial é algo poderoso e tem um impacto positivo e relevante ou quando pode ser exagerado e trazer exaustão e até trazer um impacto negativo para a empresa.”

Também fará parte desse movimento, diz a especialista, ajudar as pessoas a terem uma relação mais saudável com o mundo digital e tudo o que ele pode oferecer. É necessário conseguir ensinar as pessoas sobre interface e ferramentas digitais para que elas saibam tirar o melhor da jornada digital.

Hustle Culture Reimagined (Economia & Trabalho)

Sobre o futuro do trabalho, o estudo indica que é hora de aprender com tentativas anteriores e incorporar formas inteligentes de trabalhar que fornecem precisão ao saber quando fazê-lo de forma colaborativa, quando realizar edições e quando se adaptar.

“Vamos conseguir acessar talentos emergentes em qualquer lugar do mundo, por meio de redes locais e microcomunidades, sejam elas baseadas em locais físicos ou digitais. Isso aumentará a necessidade de empresas hibridas”, alerta Luísa.

Além disso, tudo poderá ser oferecido como serviço. Assim como não é mais necessário ter um carro, terão negócios mais complexos, como o armazenamento em container como serviço. “É realmente uma camada em que a gente consegue ter uma demanda espalhada que atende a que qualquer comunidade em qualquer parte do mundo”.

Interconnected Consciousness (Sustentabilidade Ambiental & Social)

As questões ambientais devem estar na pauta das grandes empresas. Se o meio ambiente, os recursos, as comunidades e os indivíduos estão interligados em uma rede, quando um é prejudicado o outro também é. As decisões de negócios devem ser simultaneamente positivas para o planeta, as pessoas e as sociedades.

“Os recursos esgotados não são mais capazes de atender à crescente demanda. Uma série de modelos novos e mais robustos aproveitara a prevenção de desperdício e acabará com a visão linear que temos atualmente nos sistemas de cadeia de suprimentos. Isso abrirá espaço para cadeias de valor mais fortes e eficientes, nas quais o valor é adicionado aos recursos, em vez de retirado deles, usando uma abordagem circular”, comenta Luísa.

Para a especialista, nós estamos vivendo muitas crises que estão deixando as pessoas cada vez mais céticas. Isso acaba tornando uma ideia de não depender de ninguém. Por isso, as pessoas estão se organizando entre elas mesmas e buscando esse cuidado como uma possibilidade de ecologia. Isso tem a ver com criação de plataformas com métodos de atendimento mais democratizado (desde psicólogos fazendo atendimento até produtos e serviços que surgiram para democratizar serviços ligados aos cuidados).

Par ajudar a aproveitar a inovação com sucesso, marcas, empresas e CEOs organizacionais devem adotar os três Ls:

  • Liability (responsabilidade) tornar-se criterioso e assumir a responsabilidade pelas crises existenciais, reconhecendo a incerteza e adotando a transparência.
  • Legitimacy (legitimidade): provando expertise organizacional por meio de cooperação, empatia e engajamento.
  • Legacy (legado): concentrar-se nas oportunidades positivas de longo prazo,usando a inovação para mudar a liderança e as estruturas.

Next-Gen Longevity (Biotecnologia)

Espera-se que empresas de todos os setores forneçam soluções apoiadas pela ciência que melhoram e prolongam vidas saudáveis e promovem a democratização de dados.

“Entender a natureza como um co-cliente ao projetar os próximos materiais, ingredientes e ferramentas para atualizar a forma como vivemos isso. Vamos ver muita educação para entendermos os biossinteticos como a melhor opção para o planeta e para as pessoas”, afirma Luísa.

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