Potencial B2B do 5G também passa pelas mãos de consumidores, avaliam operadoras

O 5G é visto por muitos como a primeira geração de rede móvel com aplicações verdadeiramente pensadas para os negócios. Seu potencial para empresas, no entanto, também passa por sua expansão entre consumidores finais para gerar a demanda por novas aplicações. Essa foi a avaliação de representantes de empresas de telecomunicações durante o 5G Summit Brasil, promovido pela Qualcomm nesta terça-feira (16), em São Paulo.

“O ‘push’ por aparelhos 5G é a chave dos negócios. É ele que gera a demanda”, pontuou Paulo César Teixeira, CEO da Claro, durante um painel de debate entre representantes da indústria de telecom e de órgãos do setor público. “O trabalho agora é trazer aparelhos capazes de trafegar nas frequências [5G]. A gente tem que ter rede, mas tem que ter tráfego para circular nessa rede para compensar esse Capex”, completou.

Segundo o executivo, a operadora já tem observado uma procura “intensa” pelo 5G, tanto por parte dos consumidores quanto por varejistas que querem disponibilizar terminais 5G em suas lojas. “É um bom caminho”, avaliou. “Isso vai permitir rapidamente uma penetração no nível premium e, depois, no intermediário. Dá uma solidez e uma perspectiva muito positiva para a indústria de trazer tráfego do 4G para o 5G”.

O ponto foi reforçado pela fala de Wilson Wellisch, diretor do Departamento de Políticas Setoriais do Ministério das Comunicações. O representante do órgão classificou a chegada do 5G no Brasil como uma “política pública” de expansão de conectividade – com o potencial de expandir aplicações comerciais no país através do avanço da conectividade entre cidadãos.

“Apesar de não ser o maior leilão do mundo em termos absolutos, é um leilão que visou fazer a substituição do valor a ser arrecadado por compromissos de expansão da conectividade”, defendeu. “Dos R$ 49 bilhões a serem arrecadados, R$ 42 bilhões foram convertidos em obrigações.”

Também como exemplo disso, Wellisch resgatou os objetivos estratégicos do 5G – como a ambição de que ele alcance todas as capitais e cidades grandes do país até o próximo ano, e que seja apoiado pelo avanço do 4G em mais de 3,2 mil estradas e localidades do interior do país. Uma das áreas que deve ser mais impactada pelo programa, segundo ele, é a região Norte do país.

“Eui acredito que a política do Norte conectado vai ser um ponto de virada para a região. Vamos levar conectividade, mas também um afloramento da prestação de serviços naquela localidade”, continuou. “Muito mais que mais um edital de radiofrequência, [o leilão do 5G] teve como objetivo o fim do gap digital”.

Novas aplicações comerciais

Para o setor B2B, o nascimento de novas aplicações comerciais do 5G é visto como essencial para desbloquear novas oportunidades de negócios para parceiros e operadoras. “O 5G, ao passo que vai promover a evolução da infraestrutura do Brasil, certamente beneficiando a pessoa física no geral, no B2B, aplicações já começaram a ser implementadas trazendo valor para a operadora e para o mercado como um todo”, avaliou Alex Salgado, vice-presidente B2B da Vivo, em sua fala.

Para que esse desenvolvimento aconteça, Salgado defendeu que é importante um ambiente de colaboração e de iniciativas conjuntas entre operadoras, entidades e parceiros da indústria, e clientes. “O caminho, para mim, é o diálogo constante entre o cliente final e a indústria em si”, afirmou. Para entender o que impacta [o cliente] e qual a melhor tecnologia para eu colocar e para ele desenvolver o ambiente específico”.

“Muita gente olha o 5G como só mais velocidade. Ele não é. Ele é uma tecnologia viabilizadora”, defendeu Leonardo Capdeville, CTIO da TIM. “Mas para que essa viabilidade aconteça é necessário um tripé: a gente tem que ter cobertura, a gente tem que ter dispositivo e a gente tem que ter aplicações.”

Também falando sobre novas aplicações do 5G, o executivo da TIM pontuou que estamos no começo de um “ciclo virtuoso” de seu desenvolvimento, que acontecerá a partir da expansão da cobertura e da base instalada de dispositivos.

É importante, no entanto, ele ressaltou, que essas novas aplicações sejam desenvolvidas e pensadas com as necessidades do Brasil em vista. “A gente precisa reconhecer nossos problemas e nossas soluções. Tudo tem que ser uma oportunidade casada com o que é o ecossistema brasileiro”, disse.

Como exemplos, Capdeville citou potenciais aplicações do 5G no Brasil como na área de Saúde, para descentralização do atendimento médico e garantia da medicina preventiva através de hospitais digitais; da Segurança, através de câmeras inteligentes que habilitem a segurança pública digital; e do Agro, com ganhos de produtividade através do sensoriamento das áreas produtivas.

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