Por que é vital investir em equipes multidisciplinares?

Em um mundo cada vez mais competitivo, empresas que incentivam a importância do trabalho em equipe para o seu crescimento são as com maior chance de sobrevivência. Afinal, profissionais capacitados e engajados com o bem de todos e com a comunicação entre os setores, consequentemente auxiliam o bom desenvolvimento organizacional, atingindo os objetivos individuais e os da empresa.

Essas são características de equipes multidisciplinares, também conhecidas por squads (esquadrões, no portugûes). Quando a TI se alinha às áreas de negócio deixa de ser operacional e vira consultiva, enxergando perspectivas diferentes e soluções distintas para os mesmos problemas.

Atentas à importância desse modelo de trabalho, a Azul Seguros, do grupo Porto Seguro, e a SulAmérica são exemplos de empresas que se beneficiam dos resultados positivos vindos de seus times multidisciplinares.

Na Azul Seguros, uma pessoa da área de negócio — finanças, sinistro, emissão, atendimento — trabalha diretamente com a TI não só em projetos, mas também em demandas menores. Juntas, as equipes discutem e encontram soluções para problemas específicos.

Paulo Cesar Imelk, CIO e COO da Azul Seguros

“Percebemos que essa estratégia realmente funciona, pois existe uma equalização entre a necessidade e a solução. Com uma área muito setorizada, o que é pedido não necessariamente será entregue”, enfatiza Paulo Cesar Imelk, CIO e COO da Azul Seguros, responsável tanto pela TI quanto pelas áreas de emissão e sinistro da seguradora.

No caso da SulAmérica, a companhia criou o que chama de métodos ágeis de trabalho. De acordo com o diretor de tecnologia da seguradora, Cristiano Barbieri, a companhia trabalha hoje com até dez equipes multidisciplinares distribuídas entre as áreas de saúde, que é responsável por 70% do faturamento da empresa, e de automóvel, setor que detém 20% dos ganhos. Para os próximos dois anos o objetivo é ampliar o número de equipes para 40.

“Redefinimos a forma de trabalhar, trouxemos profissionais com diferentes perfis e arriscamos. Se não mudar a cultura da empresa, não há evolução, todos ficam para trás”, opina o executivo. Segundo ele, a mudança resultou em um aumento na agilidade dos processos e no poder de inovação.

Erros mais comuns

Embora o trabalho de equipes multidisciplinares seja vantajoso para os negócios, ele também pode dar errado em alguns casos. A TI e a área de negócio podem encontrar dificuldades no equilíbrio de questões técnicas e ideias estratégicas ao negócio, por exemplo.

Outros entraves, de acordo com Imelk, da Azul Seguros, incluem a resistência de clientes por esse modelo de trabalho, além da questão do perfil das equipes. “Esse trabalho não funciona com qualquer equipe, deve-se adaptar os perfis de profissionais. Se não der certo com um, experimente o trabalho de outros.”

Cristiano Barbieri, diretor de tecnologia da SulAmérica

Na visão de Barbieri, um dos desafios da estratégia está relacionado em como formar “product owners” que tomem decisões nas equipes. Isso porque, em uma empresa hierárquica a tomada de decisão está nas mãos de executivos de níveis superiores, que não vivenciam a rotina de cada departamento.

Equipes eficientes

Ambos os executivos acreditam que não há uma receita de bolo para montar equipes multidisciplinares de sucesso, mas existem pontos importantes que devem ser levados em consideração. O principal deles para Imelk, é que os executivos de TI vivenciem a rotina da área de negócio com a qual irá trabalhar para entender os processos e sentir as necessidades de perto.

Barbieri acrescenta que as empresas devem estabelecer uma metodologia e planejamento, ter bons profissionais e oferecer treinamento. Segundo ele, na SulAmérica a equipe de TI discute com o RH como preparar e formar os profissionais que integrarão os times multidisciplinares.

“Estamos na maior transformação tecnológica da história e não faz mais sentido executivos de TI e de áreas de negócio terem papéis diferentes. É fundamental criar times multidisciplinares para ter vantagem competitiva”, finaliza o diretor de tecnologia da SulAmérica.

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