Pesquisa mostra falta de confiança para armazenamento de dados no Brasil

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10:30 am - 01 de novembro de 2017

A McAfee realizou pesquisa com 800 gestores empresariais de nível sênior com intuito de avaliar a abordagem adotada pelas empresas sobre a proteção de seus dados, incluindo questões sobre local de armazenamento, gerenciamento e segurança. Os países que participaram da pesquisa foram Austrália, Brasil, França, Alemanha, Japão, Cingapura, Reino Unido e Estados Unidos.

O estudo abordou o conhecimento dos gestores quanto as regulamentação de proteção de dados existentes nos seus países e as regulamentações de outros países, especialmente a GDPR (Regulamento Geral de Proteção de Dados), que será implementada na União Europeia a partir de maio de 2018.

Entre os destaques, a pesquisa questionou quais países os entrevistados acreditam que possuem os requisitos mais rigorosos de proteção de dados como leis, políticas, procedimentos etc. O Brasil foi escolhido por apenas 2% dos entrevistados. Em primeiro lugar, o Estados Unidos foram a escolha de 46% dos entrevistados, seguido pela Alemanha (16%) e o Reino Unido (13%).

Quando questionados em quais países eles prefeririam armazenar os dados da sua organização por causa da regulamentação existente no local, o Brasil foi escolhido por apenas 8% do total de respondentes. O Estados Unidos foram novamente o primeiro colocado, escolha de 48% dos entrevistados. Mesmo entre os brasileiros, 58% disseram que preferem armazenar seus dados nos Estados Unidos.

Os entrevistados também responderam em quais países eles evitariam armazenar os dados da sua organização por causa das regulamentações locais e o Brasil foi o terceiro colocado (27%), perdendo apenas para o México (38%) e a Índia (28%).

Segundo Marcus Almeida, Gerente de Inside Sales e SMB da McAfee, a pesquisa mostrou que o Brasil não é visto pelos executivos estrangeiros como um local confiável para o armazenamento de dados. “A maioria dos executivos prefere que os dados de suas organizações estejam armazenados em países com rígidas leis sobre proteção de dados”, comenta Almeida.

Entre os brasileiros, a maioria (62%), diz que sua organização armazena parte dos dados no Brasil e 44% diz também armazenar dados nos Estados Unidos. Os principais motivos para isso são: fornecedores mais baratos (50%); pela legislação sobre regulamentação de proteção de dados nesse país (34%) ou porque o provedor de serviços da nuvem escolhido está localizado em um local específico (32%).

Os principais impactos negativos que preocupam os entrevistados brasileiros em caso de violação de um regulamento de proteção de dados são: perda de confiança do cliente (34%), penalidades financeiras (26%) e perda de clientes (26%). Quase um terço (32%) acha que relatar uma violação tem um estigma vinculado que causará efeito negativo na marca.

GDRP

Almeida explica que muitas empresas que tem relações comerciais com a União Europeia terão que se adequar as regras GDRP para comprovar que podem armazenar e tratar os dados europeus. “Uniformizar tantos procedimentos não será tarefa fácil, mas a empresa que fizer isso aumentará a sua maturidade de segurança e sem dúvida terá uma grande vantagem competitiva”, comenta.

Entre os entrevistados brasileiros, 48% disseram que seus negócios serão afetados pela GDPR. Quando questionados sobre quão confortável a sua organização se sente com a adesão do GDPR, 38% dos brasileiros se sentem extremamente confortáveis com a regulamentação europeia e apenas 4% dizem não ter conhecimento sobre ela.

Um quarto dos brasileiros (26%) disse que sua organização está migrando ativamente seus dados para um local diferente como resultado do GDPR e 46% dos entrevistados disseram que usarão os provedores de serviços em nuvem para ajudá-los a alcançar a conformidade com a proteção de dados.

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