Parceria entre Vivo e governo de SP usará dados para rastrear focos de Covid-19
Em conjunto com Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), operadora utilizará base anônima para acompanhar deslocamento populacional da cidade

A operadora Telefônica Brasil (que também atua sob a marca Vivo) firmou parceria com o governo de São Paulo para usar seus recursos de Big Data para medir em tempo real dados sobre o deslocamento da população, a fim de identificar tendências e áreas de possível foco de contágio do novo coronavírus (Covid-19).
Quem fará a gestão desses dados será o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo. De acordo com comunicado, todos os dados aos quais o IPT terá acessão “são analisados de forma agregada e anonimizada e nunca individualizada, sempre respeitando a privacidade dos usuários”.
As informações serão apresentadas em um modelo de “mapa de calor” que indica maior ou menor concentração populacional por localidade, em diferentes períodos. Como resultado, a equipe do IPT poderá, por exemplo, identificar locais com maior concentração de pessoas em pontos estratégicos das cidades.
O comunicado citou como exemplo o caso hipotético de um hospital: com a implementação da tecnologia, será possível avaliar se há grande fluxo de pessoas para aquela localidade e sua origem (bairro, cidade, etc), podendo inferir sobrecarga de atendimentos e uma concentração de casos de Covid-19 nas localidades de origem.
O mesmo se aplica para pontos de vacinação e postos de saúde. Outra análise possível é sobre o isolamento social, entendendo o fluxo de pessoas nas principais vias da cidade e o deslocamento de pessoas entre bairros da cidade.
As equipes técnicas do IPT são multidisciplinares e acostumadas a lidar com desafios complexos. “Temos agora a oportunidade de dar um ‘match’ entre a essa plataforma de inteligência artificial e a nossa experiência de atuação em desastres naturais, considerando entre eles a pandemia da Covid-19”, informa o diretor-presidente do IPT, Jefferson de Oliveira Gomes.
IA à serviço da saúde
A companhia também ressaltou que esses dados são acessíveis e comuns a qualquer operadora móvel do Brasil. A Prefeitura do Rio de Janeiro também firmou recentemente um acordo com a TIM sob os mesmos moldes.
“Este é o primeiro resultado concreto do trabalho realizado pelo Grupo de Pesquisa, Tecnologia e Inovação do Gabinete de Combate ao Covid-19, que vai usar Inteligência Artificial para medir o deslocamento populacional e avaliar os efeitos de medidas como a quarentena no combate à pandemia”, afirma Patrícia Ellen, Secretária de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia.
Luiz Medici, vice-presidente de Dados e Inteligência Artificial da Vivo, também acredita que a parceria possa gerar resultados efetivos no combate à pandemia:
“Nos últimos anos, a Vivo vem investindo no desenvolvimento de tecnologias e capacitação de times para o uso de Big Data focado na melhoria de nossos produtos, serviços e experiência de clientes. Acreditamos que podemos usar essa experiência para apoiar a sociedade a combater a Covid-19”, afirma