Para CMOs, transformação digital ainda é difícil de comprovar resultados

Pesquisa da E-Consulting aponta maiores obstáculos, tendências e expectativas sob a ótica de 291 lideranças de marketing.

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10:13 am - 03 de agosto de 2019

A consultoria E-Consulting ouviu nos últimos cinco meses 291 lideranças de marketing, das mil maiores empresas do País, para saber como a transformação digital é entendida e aplicada na linha de negócio. Com um olhar holístico, trazendo tendências, obstáculos e expectativas, a pesquisa sinaliza que a maioria dos entrevistados ainda tem uma visão singular do conceito, materializando o seu uso prático em ações e estratégias voltadas para aperfeiçoar o relacionamento com o cliente.

A pesquisa aponta que 17% dos CMOs (Chief Marketing Officer) entrevistados acham que o papel da transformação digital é preparar os negócios das empresas para o futuro, que será marcado por processos 100% automatizados. Para um grupo também de 17%, a transformação digital é uma resposta tecnológica à intensa pressão de clientes, consumidores e usuários ávidos por rapidez e atendimento diferenciado.

Adicionalmente, 15% dos entrevistados disseram que o propósito da transformação digital é descobrir caminhos mais rápidos para acessar novos mercados, que levam a entender os anseios dos consumidores. Já para 12%, o entendimento do conceito é captar novos modelos de negócio, enquanto que para 10% a transformação digital é um acelerador à inovação.

“Frentes como CRM, Business Intelligence (BI), analytics, mobile commerce, anúncios interativos, publicidade sob demanda, realidade aumentada, experiência interativa e sensorialismo estão entre as principais tendências ligadas à Transformação Digital, que estão no radar das lideranças de marketing. Coincidentemente são ferramentas e conceitos que ajudam a entender melhor o trinômio: clientes, mercados e produtos”, explica Daniel Domeneghetti, coordenador da pesquisa e CEO da E-Consulting.

Perguntados sobre os obstáculos, 12% dos CMO’s acreditam que a dificuldade é comprovar resultados tangíveis da transformação digital. Para 11%, o desafio reside no longo prazo para obter resultados concretos que motivem acionistas a investirem no conceito. A barreira para 10% dos entrevistados está na capacidade de investimento menor do que o necessário, enquanto que o obstáculo para 9% é não saber lidar com o manuseio dos dados para conhecer o usuário, o cliente ou o consumidor.

Impulsionadores externos

Entretanto, externamente a maioria dos líderes de marketing (14%) investiriam em transformação digital para ampliar o relacionamento com o cliente, usando a favor o consolidado cenário de conectividade digital, promovido principalmente pela massificação dos smartphones. Já a razão para 13% dos entrevistados é por causa da globalização e da amplificação dos padrões de escolha e consumo. Outra ala representada também por 13% investiria no conceito devido à popularização do tripé: revolução tecnológica, universalização de acesso e barateamento das tecnologias.

As mudanças de comportamento e as expectativas dos consumidores seriam o fator chave para 12% dos líderes investirem em Transformação Digital. Por outro lado, a alta competitividade dos concorrentes tradicionais e as mudanças disruptivas nas cadeias setoriais econômicas fariam com que 11% dos entrevistados saíssem de uma zona majoritariamente analógica para o universo digital.

Impulsionadores internos

Sob o ponto de vista interno, 11% dos CMOs investiriam em transformação digital como uma resposta à pressão do mercado, enquanto que 9% poderiam aderir ao conceito para se diferenciar dos concorrentes. Para 9%, investir em tecnologias digitais teria um foco de crescimento nas vendas em função do acesso a novos mercados e segmentos. Um grupo de 8% investiria em transformação digital para ter oportunidades de gerar novos modelos de negócios, de produtos e de serviços.

Igualmente com 8%, uma ala de líderes enxerga no conceito a melhor maneira de conhecer o cliente, consumidor, usuário por meio da inteligência de dados. Para 7%, o principal motivo é a combinação de aumento de eficiência, sinergia e produtividade com redução de custos aliados a novos métricas produtivas.

Transformação digital versus inovação

A pesquisa também constata que a maioria dos CMOS, ou seja 39%, atribuem maior correlação entre Transformação Digital e inovação. Para eles, inovação não depende de Transformação Digital, mas é um grande facilitador para as empresas inovarem. Na contramão, 37% já acreditam que inovação só acontece quando há Transformação Digital na companhia. Já 21% dizem que Transformação Digital não tem nenhuma relação direta com inovação.

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