Os principais desafios da transformação digital no Brasil e os caminhos para superá-los

Executivos buscam hoje soluções para enfrentar a escassez de pessoal qualificado e a infraestrutura de TI ultrapassada

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4:45 pm - 28 de julho de 2022
transformação digital

Quando somos desafiados a dominar novas tecnologias, seja um smartphone ou um novo software, passamos por uma curva de aprendizagem até nos sentirmos confortáveis com a novidade. Além de tempo, também precisamos investir recursos para adquirir esta nova tecnologia, mantê-la atualizada e/ou aprender a usá-la.

A situação é semelhante nas empresas: elas precisam investir em soluções de TI e buscar colaboradores que dominem as novas ferramentas e linguagens, tudo isso em intervalos de tempo cada vez menores. A tão falada transformação digital requer passos rápidos e movimento constante em direção aos provedores de cloud computing, à interconexão e à inovação em geral como requisito primordial para a sobrevivência. Não por acaso, a escassez de pessoal qualificado e a tecnologia ultrapassada são os maiores desafios encontrados pelas empresas em atuação no Brasil no atual estágio de suas estratégias de transformação digital, de acordo com os líderes de TI ouvidos na pesquisa Global Tech Trends Survey 2022 (GTTS 2022).

É interessante comparar estes resultados com os do ano passado, quando o principal obstáculo citado foi a viabilidade financeira (42%). Passados dois anos da pandemia e já com as estratégias de transformação digital mais avançadas e menos dirigidas ao curto prazo, a qualificação da força de trabalho passou a ser o maior desafio. A escassez de mão-de-obra na tecnologia é um fenômeno global, com milhares de vagas em cloud computing, ciência de dados, inteligência artificial e blockchain, entre outras tecnologias recentes, sendo abertas em ritmo mais acelerado do que o da formação de profissionais.

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No Brasil, a estimativa da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) é de um déficit profissional superior a 100 mil pessoas ao ano até 2025. Para acelerar a qualificação, as próprias empresas têm se unido a provedores de tecnologia com o objetivo de treinar seus colaboradores e outras pessoas em busca de formação ou recolocação profissional.

Este caminho segue paralelo ao crescimento de serviços de TI gerenciados e de consultoria, uma solução de resultados mais rápidos. O Gartner® prevê que o segmento de serviços de TI – que inclui consultoria e serviços gerenciados – deverá atingir o segundo maior crescimento de gastos em 2022, alcançando $1,3 trilhão de dólares, um aumento de 7,9% em relação a 2021. As despesas com consultoria de tecnologia e negócios, especificamente, deverão aumentar 10% em 2022.

Parte significativa desses serviços deve ser dirigida às estratégias de cloud computing. E por falar em cloud, ela é essencial para superar o desafio da tecnologia ultrapassada. Ao manter 100% da infraestrutura de TI no local, em hardwares próprios, as corporações são mais lentas em tomar decisões, inovar e adotar tecnologias como Inteligência Artificial (IA), Machine Learning (ML) e Internet das Coisas (IoT). Essa é uma das razões pelas quais a migração de cargas de trabalho para provedores de cloud segue intensa.

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Há indiscutíveis benefícios na adoção da cloud computing. No entanto, os provedores têm características diferentes e sua adoção requer conhecimento específico para que seja realizada de forma estruturada e traga as vantagens previstas, sem surpresas. Diferentes cargas de trabalho podem ter desempenho melhor em diferentes clouds, sendo que algumas delas podem nem mesmo ser adequadas para a cloud pública. A infraestrutura dominante hoje, de multicloud híbrida (um mix de cloud pública e privada e distribuída em mais de um provedor) é capaz de encaixar cada carga de trabalho em seu host ideal, chegando à fórmula de sucesso: o equilíbrio entre custo-benefício, alta performance e segurança/compliance de dados.

Acompanhar a evolução tecnológica exige de todos nós, pessoas físicas e jurídicas, novas formas de aprender, criar, compartilhar e resolver problemas. Se por um lado somos constantemente desafiados, por outro podemos contar cada vez mais com ecossistemas de parceiros e fornecedores preparados para nos ajudar a encontrar uma solução.

*Eduardo Carvalho é presidente da Equinix no Brasil

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