Os desafios da gestão de RH em tempos de crise

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11:42 am - 05 de outubro de 2016
Os desafios da gestão de RH em tempos de crise

Enquanto no mundo todo se discutem novas abordagens de RH em prol de novas estratégias empresariais, com ricos materiais sobre tendências, como design company, digital HR, liderança e engajamento, no Brasil até mesmo as empresas multinacionais atravessam um momento delicado com muitos obstáculos para a execução de estratégias de impacto corporativo. Contudo, é necessário não perdermos de vista estas ações, em função dos momentos difíceis que nossa economia atravessa.

Hoje, o momento é de conviver com orçamentos reduzidos, demissões, pressões de trabalhadores, ambiente de trabalho deteriorado, incertezas e, ainda, manter o RH estratégico em funcionamento.

A grande pergunta que fica é: o que fazer?

Antes de mais nada, é importante identificar as prioridades e as urgências, separá-las e definir ações para cada estratégia. Abaixo, listamos algumas das principais necessidades impostas pela crise.

1. Capacitação (P&D)
Motivo: aumentar a produtividade e a motivação visando melhorar a performance da corporação.

Prós: Sem dúvida nenhuma, a melhor forma de melhorar o desempenho e a produtividade dos colaboradores.

Contras: Investimento pode ser alto e os resultados, dependendo do perfil dos cursos, podem demorar a aparecer.

Ação: Tentar disponibilizar conteúdo relevante por meio de EAD (e-learning) para racionalizar o emprego de recursos.

2. Readequações dos processos de demissão
Motivo: Há cortes nas empresas e o setor operacional não está preparado para as demandas do dia a dia e das demissões.

Prós: As readequações dos processos podem reduzir riscos trabalhistas e melhorar a performance operacional, sem necessidade de impactar a gestão de RH.

Contras: Não há.

Ação: Identificar gargalos nos processos operacionais, mapear e definir novo formato.

3. Redefinição dos processos de negócio da empresa
Motivo: Devido à redução de colaboradores, definir processos mais inteligentes, racionais e práticos poderá garantir à empresa transpor com maior controle as dificuldades do cenário atual.

Prós: Melhoria da performance operacional, redução de custos e agilidade do negócio.

Contras: Possui impacto de médio prazo, deve ser bem orientada e definida para evitar processos complexos e com pouco impacto positivo além de pode ser custosa.

Ação: Mapear os processos atuais, identificar gargalos, priorizar os pontos mais críticos e com maior relação custo benefício, definir novo processo.

4. Terceirização da folha
Motivo: Redução de custos e foco no core business.

Prós: Possível redução de custos, liberação de profissionais e recursos para áreas mais estratégicas da empresa.

Contras: Relacionamento com a empresa fornecedora geralmente é tempestuoso, perda da autonomia no processo operacional, custo pode se voltar contra a empresa.

Ação: Realizar análise de custo interno, inclusive de custos “invisíveis” e comparar com empresas de outsourcing de folha.

5. Contratações estratégicas
Motivo: Há excelentes profissionais, de alta performance, disponíveis no mercado.

Prós: Melhorar o quadro de colaboradores e o desempenho da empresa, preparando-a para que saia da crise em melhores condições.

Contras: Dificuldade em identificar, mapear e contratar profissionais

Ação: Definir modelo de contratação (interno ou externo), definir as regras (política de benefícios, salários, normas de contratação).

Por último, mas não menos importante é o investimento em tecnologia. Não há dúvida quanto aos ganhos que podemos conseguir através de ferramentas de Workflow, BI, gestão de desempenho, portais de colaboradores, integrações entre sistemas.

Sabemos que conseguir recursos para investimento é uma tarefa árdua quando a empresa está cortando na carne, mas tecnologia é, sem dúvida, um investimento diferenciado e importante nos bons momentos econômicos e obrigatório nos momentos difíceis. Não existem boas saídas sem tecnologia, existem apenas saídas.

Cabe a você, gestor, identificar os pontos acima que fazem sentido para sua empresa e, de alguma forma, saber como sensibilizar os tomadores de decisão e justificar o investimento em novos processos, métodos e tecnologias, visando atravessar a crise e deixar a empresa melhor preparada para os próximos anos. Afinal, como disse Napoleão: “Na estratégia, decisiva é a aplicação”.

*Carlos Maffei é diretor comercial e de relacionamento da Benner

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