Os 10 países com maior número de vítimas de ataques phishing; Brasil está entre eles

Segundo levantamento da Kaspersky, brasileiros foram um dos principais alvos de campanhas phishing do mundo durante pandemia

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6:28 pm - 13 de agosto de 2020

Durante os primeiros meses da pandemia, os brasileiros foram um dos principais alvos de campanhas phishing no mundo, segundo levantamento da Kaspersky. De acordo com o novo relatório Spam and Phishing , publicado pela companhia de cibersegurançca, cerca de um a cada oito usuários de internet do País (12,9%) acessaram, de abril a junho deste ano, ao menos um link que direcionava a páginas maliciosas.

O índice está bem acima da média mundial – que foi de 8,26%, no mesmo período – e coloca o Brasil como o quinto país com maior proporção de usuários atacados, apontou o ranking. Segundo especialistas da Kaspersky, os ataques no Brasil se destacaram pelo uso massivo de fake news relacionadas a programas de auxílio social, tirando proveito dos burburinhos causados pela irrupção da pandemia.

Um exemplo citado pelo relatório mostra um e-mail com a falsa informação de que o governo havia suspendido os pagamentos de contas de energia. O golpe trazia um link pelo qual o usuário era convidado a fazer um cadastro caso quisesse ter acesso ao benefício.

Fabio Assolini, analista sênior de segurança da Kaspersky no Brasil, conta que os primeiros meses de confinamento no País estimularam os cibercriminosos a intensificar os envios de phishing, especialmente por meio de aplicativos de celulares. Um outro levantamento feito pela empresa de cibersegurança mostrou que, em março, abril e maio, os ataques contra aparelhos móveis mais que dobraram em comparação ao período pré-pandemia. Enquanto em fevereiro, quando se deu a confirmação do primeiro caso de covid-19 no Brasil, a média local de tentativas de ataque de phishing contra celulares era de 10 por minuto; nos três meses seguintes, o índice saltou para mais de 23 tentativas por minuto.

Porém, em junho, a média voltou para o patamar anterior a março, o que, segundo Assolini, reforça o quanto os hackers abusaram da desinformação coletiva do momento para disseminar ainda mais os ataques: “O cibercrime brasileiro é reconhecido mundialmente pela sua habilidade na construção e execução dos golpes. Logo que começaram a circular as informações sobre a chegada da doença no País, também surgiram os primeiros golpes vinculados ao tema, oferecendo máscaras e álcool gel como iscas. Com o início do isolamento, a situação só piorou, tanto que os ataques de phishing contra dispositivos móveis aumentaram 124% apenas em março e a escala se manteve neste nível até o início de junho”, explica o analista da Kaspersky.

Assolini acrescenta ainda que a queda no fim do segundo trimestre pode ser atribuída a uma migração dos ataques: “Com o lançamento das ferramentas de auxílio governamental, os hackers tiraram o foco dos ataques de phishing e voltaram os seus esforços para o roubo de identidade para o cadastramento nesses programas, e, assim, receber o benefício em nome da vítima”, completa.

Confira a relação dos dez países com maior proporção de usuários vítimas de tentativas de ataques de phishing, de abril a junho, segundo a Kaspersky:

  • Venezuela: 17.56%
  • Portugal: 13.51%
  • Tunísia: 13.12%
  • França: 13.08%
  • Brasil: 12.91%
  • Catar: 11.94%
  • Bahrein: 11.88%
  • Guadalupe: 11.73%
  • Bélgica: 11.56%
  • Martinica: 11.34%

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