O que o metaverso tem a ver com o 5G?
5G vai permitir monetização de aplicações sobre rede, com possibilidade de que o metaverso alavanque processo
A virtualização das atividades do cotidiano, como comprar, estudar, jogar, participar de reuniões profissionais ou de entrevistas de trabalho, por exemplo, faz cada vez mais parte do dia a dia dos usuários da internet nos últimos anos, principalmente na rotina pós-pandemia. E, com a chegada do metaverso, uma parcela da população passou a estar literalmente inserida nesse universo virtual. Vale destacar que nesse contexto de transferência de tantas atividades do mundo real para o ambiente do metaverso, uma das coisas a se destacar é que a capacidade de conexão e a computacional são fundamentais.
Há cerca de 10 anos, a implantação do 4G quebrou barreiras no que diz respeito à performance de navegação e qualidade de download e upload de mídias mais pesadas, como os vídeos. Já em 2022 os brasileiros vão poder contar com a tecnologia 5G, que vai aumentar em até 20 vezes a velocidade de conexão, diminuir a latência e, assim, potencializar a utilização de aplicações nas mais diversas verticais da economia, como serviços, indústria, agricultura, entre outras. O processo de adoção do metaverso também vai se beneficiar desse imenso salto tecnológico. Com a entrada do 5G, esse grandioso projeto deve ser acelerado, trazendo novas e interessantes possibilidades para o futuro de pessoas e negócios globalmente.
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Diversas companhias de tecnologia com atividades dedicadas ao usuário final estão voltando seus olhares e expertises para o assunto, tornando-o mais abrangente e dinâmico possível. Desde o ano passado, mais de 150 empresas anunciaram investimentos no metaverso. Segundo especialistas, a previsão é que até 2025 a indústria de realidade aumentada e virtual, por exemplo, arrecade mais de US$ 540 bilhões em função desse mundo paralelo.
Um estudo conduzido pela Frost & Sullivan e divulgado em fevereiro de 2022, ou seja, um material muito recente, destaca o metaverso como umas 10 principais tendências que vão transformar o mundo ainda neste ano. E um dos principais apontamentos indica que a composição de universos online compartilhados desencadeará uma série de produtos e serviços virtualizados, ao passo que a rápida digitalização e o desejo de construir um extenso mundo social virtual impulsionarão o crescimento.
Assim como teremos em 2022 o debut do 5G, que vai permitir às empresas monetizarem muito mais com a criação de aplicações sobre a rede, há uma grande possibilidade de que o metaverso alavanque esse processo, fortalecido pelo suporte de tecnologias como cloud computing, Inteligência Artificial, blockchain e realidade aumentada.
Finalmente, a pesquisa da Frost & Sullivan tem uma recomendação que vale para os âmbitos público e privado, ressaltando que os projetos das smart cities devem aproveitar o metaverso para melhorar o engajamento digital com os cidadãos. Isso significa que a sociedade vai ser impactada por uma nova realidade, mas a mensagem principal é que ela precisa vir de mãos dadas com a evolução das telecomunicações, para que possa alcançar, de fato, todas as pessoas.
* Roberto Murakami é CTO da NEC para a América Latina