O que CIOs devem esperar do retorno da força de trabalho pós-covid?

Pandemia acelerou adoção de várias tecnologias e alguns desafios encontrados pela TI permanecerão, à medida que muitos continuarão com o home office

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12:40 pm - 06 de maio de 2020

O afrouxamento de medidas de contenção do vírus em algumas regiões, traz uma nova fase do enfrentamento da crise do Covid-19: o retorno da força de trabalho. Entretanto, a volta à “normalidade” pode ser frustrada para aqueles que acreditam que tudo será como antes. Muitos desafios encarados durante a crise fizeram com que CIOs acelerassem a implantação de algumas tecnologias que poderão continuar relevante para as empresas mesmo depois da pandemia.

A estratégia de um retorno ao escritório começa com o indivíduo, disse Mike Wright, CIO global da McKinsey & Company, durante o Global CIO Office. “Não acho que vamos pedir a alguém que faça algo com que se sinta fundamentalmente desconfortável”.

Wright e seus colegas CIOs aguardam mudanças bruscas a partir do coronavírus, mesmo quando o mundo voltar ao “normal”, disse Wright. “O que era esperado antes [do coronavírus], não pode ser o mesmo agora”.

Magnus Falk, consultor no Global CIO Office, disse que mesmo antes do coronavírus, as empresas estavam tentando amenizar “grandes inchaços” em sua tecnologia. Os últimos dois meses testaram a capacidade das organizações de se tornar “uma empresa da era da Internet”, questionando a necessidade de tecnologias padrões, disse ele.

Conforme os CIOs revisitam sua pilha de tecnologias, para Falk, eles devem poder responder a essas perguntas:

  • Uma organização realmente precisa de sua própria rede?
  • A TI deve colocar a segurança no limite para que as pessoas possam se conectar através da Internet nativa?
  • Os dispositivos devem se proteger para que “se conectem em um território hostil?”

Em outras palavras, espere uma mudança de despesa de capital para uma despesa operacional.

A nuvem e seu licenciamento afetam diretamente o “CapEx e o elemento de depreciação dos orçamentos estão em declínio”, disse Wright. Isso acende uma mudança nas conversas financeiras. Os departamentos financeiros “geralmente enxergam a TI como o amortecedor em uma desaceleração dos negócios; apenas faça menos e viveremos de depreciação”.

As empresas precisam olhar para o custo total de seus negócios, não apenas para a tecnologia, disse Annabelle Bexiga, consultora na Global CIO Officer.

Onde os custos aumentaram?

Se os custos aumentaram devido à mudança para o trabalho remoto, é provável que esses custos se estabilizem lá, se não continuarem a aumentar. Nesse caso, as empresas devem perguntar onde podem eliminar outros custos, como pegadas corporativas no escritório ou planos de continuidade de negócios.

Se a maioria das pessoas vai permanecer remota ou se uma empresa adota um modelo de “turno” para manter o distanciamento social no escritório”, você realmente não precisa testar a continuidade dos negócios porque esteve sempre funcionando”, disse Bexiga.

Os CIOs estão gerenciando custos em três etapas: investimentos de curto prazo, economia nas funções atualmente em espera e manutenção da agenda estratégica, disse Wright. Nem tudo deve ser redirecionado em favor do que é urgente agora.

Próximos passos

Agora que todos em uma empresa estão se adaptando a um novo ritmo de negócios e produtividade pode ser mais fácil responder a essas perguntas remanescentes sobre tecnologia. A liderança, por exemplo, historicamente contava com serviços tradicionais, evitando as tecnologias usadas pelo resto da empresa, disse Falk. Mas, como todo mundo trabalha em casa, “você não pode ter aquele tipo de serviço, você realmente precisa usá-lo”. “Precisou desse momento para forçar as pessoas a usar as coisas que compraram para todo mundo”, disse Falk.

A colaboração remota e distribuída é um equalizador, servindo até como uma oportunidade para culturas mais inclusivas no local de trabalho. “Iremos indiscutivelmente adotar um modelo muito mais igual em termos de status entre as pessoas no escritório e em casa”, disse Wright. O vídeo é o diferencial, pois as chamadas de áudio permitem que os participantes “executem várias tarefas sem serem chamados”. “De repente, esse tipo de colaboração precisa ser estabelecido de maneiras diferentes”.

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