Augusto Carelli, CIO da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), empresa que representa a indústria brasileira, contou durante o IT Forum X, evento realizado pela IT Mídia, como foi o caminho da CNI em sua jornada de transformação ágil.
De acordo com Carelli, que entrou na empresa em 2017, a CNI contava com uma estrutura de TI que atuava de forma tradicional, o que dificultava a prontidão para o negócio. Após um processo de diagnóstico realizado pela consultoria EY, a empresa mudou seus processos de TI, tendo como base, quatro novos pilares: relacionamento com o negócio, soluções do negócio, governança de TI e suporte e operação.
Para isso, uma gama de novas ferramentas foi criada para suportar o novo desafio de gerenciamento Lean: suítes colaborativas, portfólio orientado a dados, além de outros softwares específicos como o Trello. “A gente faz TI para o negócio fazer mais negócio”, destacou Carelli durante o evento.
Para a transformação, a área de TI se baseou no Manifesto Ágil que faz parte dos atuais valores e princípios da CNI. Valores complementados ainda pelo pensamento sistêmico, Kaizen e muita experimentação, fundamentais para o sucesso da transformação Ágil, explica Carelli.
“Toda hipótese é válida até ser experimentada. O que dá certo continuamos. Temos um método de trabalho, não uma metodologia: entender o que precisa ser feito e aplicar o que for melhor para a iniciativa”, diz Carelli.
Outro aspecto do sucesso foi a abordagem tecnológica, que destacou a importância de oferecer uma experiência digital mesmo lidando com legados de décadas. “Plataformas Lowcode, como Outsystems, oferecem oportunidade de criar rapidamente uma camada digital e proporcionar uma experiência digital sem a necessidade de redesenvolver os sistemas legados, o que levaria anos de trabalho”, lembra o CIO.
A empresa também notou a necessidade de trabalhar os dados e informações da organização para melhoria da tomada de decisões, assim, a implantação do ambiente Self Service BI desenvolvido pela Tableau Software, viabilizou a criação de mais de 800 dashboards em pouco mais de um ano desenvolvidos pelas próprias áreas negócio. “É o início de uma nova cultura data driven”, diz Carelli.
Com relação a valorização de pessoas, o executivo comenta que também foi necessário investir na mudança de comportamento, onde os líderes passaram a ouvir mais a equipe e com isso conseguiram mais engajamento e foco nos novos processos.
“A gente precisa entender a responsabilidade da liderança, mas não uma liderança tradicional. Uma liderança transformacional. Um líder que não tente ajustar a equipe à organização, mas sim, torná-la indisciplinadamente inovadora”, conclui Carelli.
*Guilherme Petry é estagiário sob supervisão da editora Carla Matsu
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