Vivemos excelentes tempos para quem trabalha no ecossistema de startups no Brasil. Momento econômico positivo depois de anos, fluxo de capital nacional e internacional em viés crescente, resultados notórios de valorização dos negócios, maturação dos públicos envolvidos – do empreendedor ao investidor e até as grandes empresas.
Ou seja, não falta quem esteja de olho em participar deste segmento.
Ao avaliar qualquer alienação de ativo – seja através de M&A, investimento numa startup ou até em grandes projetos de private equity – existem dois prismas que sempre são levados em consideração: a estrutura organizacional e as finanças.
O primeiro garante a estrutura jurídica, societária e estrutural para que potenciais sinergias sejam criadas, desde fusão de cargos a ganho de escala na execução de atividades nas mais diversas áreas.
No outro prisma, a boa análise financeira culmina tanto numa valoração justa do projeto quanto na quantificação das potenciais captações antes e depois do aporte.
Mas falta uma coisa – e esta é uma falha clássica vista tanto em firmas de Venture Capital quanto em escritórios de M&A: a avaliação e estruturação de empresas sob o prisma da cultura organizacional.
Fato: 70% das compras de empresas não funcionam porque é negligenciado por parte dos investidores e empreendedores a importância da cultura e suas aplicações em toda organização.
O branding, que foi um tema “da moda” em meados dos anos 90 e posto em segundo plano na última década, é um tema fundamental em negócios de alto crescimento, ao qual a formação de pessoas, produtos e processos passam por constantes mudanças.
Mas precisam seguir premissas onde a startup precisa apresentar a mesma agilidade e coerência da equipe inicial mesmo com mais de 500 ou mil pessoas já à bordo do projeto.
Toda empresa tem uma forma de funcionar, é um organismo vivo. Identificar a essência da sua empresa – propósito, missão, visão e valores – corrigir miopias e estruturar premissas e processos para desenvolver pessoas e produtos é primordial para o ganho de escala não somente aconteça, mas maximize o retorno daquela “aposta” feita por capitalistas meses ou anos antes.
O resultado deste esforço em desenvolver o que chamamos de marca, mas ultrapassa a identidade visual? Bem claro: as empresas com melhor avaliação neste quesito, segundo ranking da Interbrand, apresentam desempenho três vezes superior a bolsa de Nova Iorque num período de 10 anos.
Não à toa boa parte delas hoje foram startups durante boa parte deste período.
O que leva a duas reflexões finais:
Se o pensamento de growth hacking e suas inúmeras técnicas é o tema principal para dar escala a um projeto, a estruturação de uma cultura organizacional interna e de relacionamento com o mercado é o molho secreto para ter os recursos adequados para o crescimento exponencial e a deixar literalmente uma marca no mercado.
*Por João Gabriel Chebante, fundador da Sucellos, responsável por levar inteligência aos processos de investimento, fusão e aquisição de empresas. Formado em Administração com Ênfase em Marketing na ESPM, com especialização em Modelagem de Negócios pela mesma faculdade e Gestão de Marcas (branding) pela FGV. Possui doze anos de experiência em marketing, atuando em inteligência de mercado e gestão de marcas como profissional e como consultor de empresas.
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