“O ERP é uma consequência do processo e não o processo uma consequência do ERP”

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5:05 pm - 15 de abril de 2014
“O ERP é uma consequência do processo e não o processo uma consequência do ERP”

“Tirem as gravatas”, recomendou Laércio Cosentino. A frase indicava que o dia pela frente seria intenso e foi uma das primeiras mensagens do executivo direcionada para as centenas de pessoas que acompanhavam a abertura do Universo Totvs 2014. O presidente da brasileira aproveitou os momentos subsequentes para dar direcionamentos quanto aos rumos da companhia.

A fabricante arregaçou as mangas em um projeto de remodelação intensa da ferramenta de gestão carro-chefe de seu portfólio. A iniciativa consumiu grande esforço ao longo dos últimos quatro anos e culminou em um enxugamento profundo em seu ERP. O objetivo? Torná-lo mais ágil e leve.

“O sistema começou pequenininho e foi crescendo com o tempo. Hoje até ganhamos dinheiro com ele”, brinca Cosentino. O movimento agora vai na direção da simplicidade. Isso significa que o software de gestão passou a ser uma base, um motor para rodar camadas de aplicações no topo dessa plataforma.

Em segunda instância, trata-se de algo que resolve um dilema praticamente conectado ao DNA da Totvs. Nascida para consolidar mercado, comprou muitas de suas concorrentes ao longo do caminho. Cada uma das adquiridas trouxe consigo um ERP adequado a demandas das mais variadas indústrias. Gerenciar e manter esse legado era algo complexo.

“Para conseguirmos o que propomos agora fizemos uma revolução”, prossegue Cosentino, citando uma mudança no perfil da empresa, que passa a assumir que TI não é um fim, mas um meio, a sua atividade. “Hoje existe tecnologia embarcada em tudo que fazemos, mas é algo que usamos para tornar nossos clientes mais competitivos. Estamos compreendendo o que vocês (clientes) fazem, o que vocês precisam”, diz. “O ERP é uma consequência do processo e não o processo uma consequência do ERP”.

Três conceitos nortearam a iniciativa: construir uma tecnologia fluída (para ter grande impacto no mundo conectado), essencialidade (preparação do sistema de olho em dez segmentos de indústria) e agilidade (concentrando-se apenas o fundamental para ter leveza no software).

Dessa maneira a empresa ateve-se em manter apenas funcionalidades essenciais ao ERP. Todo o resto foi extraído e compartimentado e virou funcionalidades paralelas que poderão ser conectadas através do Fluig, plataforma de produtividade e colaboração lançada há cerca de um ano e atualmente “menina dos olhos” da Totvs.

Dentro de mais alguns meses, possivelmente em junho, a fabricante lançará a versão 12 de seu sistema de gestão já contendo o Fluig embarcado. Está será a última atualização “formal” da ferramenta para, depois disso, começar a oferecer atualizações constantes da solução mais constante e orgânica, dentro do modelo visto em um modelo em nuvem, acelerando a percepção de inovação.

“Há muito tempo que upgrade de versões não é fonte significativa de receita para nossas franquias”, cometa Flávio Balestrin, líder de canais e alianças da provedora, sinalizando que o movimento terá pouco impacto prático nas rotinas e operações da fabricante e seu ecossistema.

A adequação da ferramenta considerou, ainda, o direcionamento a sistemas mais abertos para plugar em soluções globais e tornar a ferramenta algo além do mercado brasileiro. Isso alinha-se, de certa maneira, a dificuldade que a Totvs encontra em um processo de internacionalização.

Nos corredores do evento, após os pronunciamentos de abertura, conversamos rapidamente com o diretor de TI de uma grande empresa nacional de saúde que utiliza os sistemas da fabricante. Ele mostrou-se animado com o que viu. O CIO em questão revelou que vinha cogitando trocar seu ERP. Ao que tudo indica, as evoluções apresentadas deram, pelo menos para ele e por enquanto, uma sobrevida para a ferramenta da Totvs.

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