O casamento perfeito entre BI e inteligência artificial

Muito além da geração de relatórios, é possível ter respostas efetivas às perguntas de negócios

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8:39 am - 05 de novembro de 2018
Alessandra Martins qintess

“O melhor ainda está por vir”, a frase que marca o brinde dos noivos em muitos casamentos também se aplica à BI e inteligência artificial (AI, na sigla em inglês) – as tecnologias que uniram forças para empoderar empresas com uso de dados.

Ao ajudar na tomada de decisões de negócios e permitir a competição no mundo digital em mais alguns aniversários, a AI deve ultrapassar os limites do tradicional BI e transformar a ferramenta que, praticamente, entrega relatórios padronizados, em uma solução para tomadas de decisões importantes de negócios baseadas em dados.

O motivo é que as indústrias de BI e Analytics estão passando por uma nova onda de disrupção por causa da Inteligência Artificial e Machine Learning, e isso foi destacado no Gartner Data & Analytics Summits que aconteceu em Sydney, Dallas e Londres.

No estudo apresentado ano passado, o ‘Augmented Analytics’, ou a Análise Aumentada, como o Gartner chama, foi apresentada o futuro da análise de dados, pois na prática, é capaz de automatizar os insights usando machine learning e geração automática de texto. No evento, empresas novas e antigas demonstraram que a AI quando influenciada por essas análises, como a linguagem de processamento natural (NLP, em inglês), pode recomendar insights até em forma de texto.

É essa linguagem de processamento natural que permite aos usuários de ferramentas de BI e Analytics criar relatórios usando comandos de voz, fazer perguntas e até mesmo declarações. Os insights gerados vão além de fazer recomendações de ‘pré-formatadas’ aos usuários. É possível prover dados adicionais, pois ferramentas assim contam com a inteligência para responder a questões importantes sobre os negócios e produtos, sem exigir muito do usuário.

Essas narrativas são automatizadas e usam a linguagem natural para fornecer uma resposta baseada na análise de dados. Por exemplo, para o questionamento sobre as vendas, o sistema de BI pode adicionar textos descritivos como “Esse trimestre a receita foi de X, um aumento de Y porcento se comparado ao trimestre anterior. Dessa forma, a receita do próximo trimestre será de $Z.” E já existe um número considerável de empresas usando ferramentas que perguntam às máquinas para conseguir as respostas de forma mais rápida.

Saltando da era dos relatórios para a dos insights

Mesmo com tantos exemplos impressionantes sobre essas tecnologias, o BI ainda exerce a função antiga de criar e gerar relatórios nas empresas, e o problema está na falta de análise de dados. Os usuários de negócios e executivos não têm muita paciência e querem respostas rápidas.

Uma prova disso é que quanto estão falando no celular querem ter acesso a respostas estratégicas, quase de imediato, como: quantas unidades é possível solicitar, quantos profissionais precisam contratar, expectativa de receita em determinados produtos, e assim por diante.

Essas questões são apenas uma indicação de como a AI pode direcionar mudanças transformacionais no mundo do BI e analytics. Ao fazer isso, a tecnologia da AI pode fazer o BI se tornar, verdadeiramente, inteligente.

Em uma pesquisa recente chamada “AI desbloqueia a inteligência dos negócios em BI: acabe com os gaps com BI que permite AI”, a Forrester Research prescreve o caminho para usar AI para melhorar o BI. Boris Evelson, VP/analista principal da Forrester, destaca seis formas para que as empresas usem técnicas de AI e ferramentas para aproveitar ainda mais o valor do BI, potencializar com uso de dados que vão além da armazenagem, automatizar tarefas de preparação de dados, interagir com computadores de forma mais natural, cognitiva, democratizar o uso de analytics avançado, usar machine learning para guiar a descoberta de insights e potencializar todos os dados – não apenas dados estruturados para insights.

Soluções de BI e Analytics podem entregar essa lista ambiciosa de capacidades bem posicionadas para atender a alta expectativa para usuários de negócios, e definitivamente tirar a fama do BI de ser uma ferramenta apenas para geração de relatório e transformá-lo em algo mais preditivo, capaz de até ‘prescrever’ o futuro. Ao invés de oferecer ferramentas de análises para gerar relatórios, as plataformas de analytics e BI aumentada por AI permitirão que os executivos possam fazer perguntas usando a linguagem de negócios do dia a dia, e receber recomendações sobre possíveis ações.

O BI precisa da AI

Na maioria das empresas, o acesso de dados é um fato. 72% dos dados globais e mercado de decisões analíticas afirmam que é preciso acessar os dados para obter insights de forma rápida. De acordo com o estudo Global Business Technographics Data and Analytics, de 2017.

No entanto, até a mais moderna ferramenta de BI que pode tornar os dados mais acessíveis, ainda necessitam de um expert no assunto para encontrar o dado certo, perguntar a questão certa e interpretar os resultados corretamente, a fim de atingir resultados de negócios tangíveis. A pesquisa Global Business Technograph survey afirma que grande parte dos tomadores de decisões de dados e analytics estão 52% do lado do negócio e 63% da tecnologia e que eles planejam contratar pessoas com habilidades de dados avançadas para apoiar as empresas nas inciativas direcionadas à dados. Mas, até com esses especialistas em dados o desafio de navegar e interpretar os dados é existente.

A Forrester aponta que acessar os dados não é suficiente. Ainda é preciso das habilidades dos especialistas para escolher o dado correto e fazer perguntas, e a AI tem um papel importante em identificar o dado correto e surgir com resultados relevantes para todos os acionistas dos negócios. Essa abordagem reduz a barreira de entrada para o BI, permitindo alcançar analistas experientes em dados e apoiar um público de negócios mais amplo.

Não há dúvidas, portanto, que a AI-aumentada “analytcs inteligente”, que usa a rede de dados em conjunto e permite que os insigths para os usuários sejam rápidos, é a próxima onda da disrupção na indústria de business intelligence. Para os usuários de negócios, essa trajetória de inovação é ampla, e uma prova disso é que, de fato, o melhor ainda está por vir.

*Alessandra Martins é Manager Director da Infor Brasil

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