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Nubank mira no mercado de pequenas empresas para continuar crescendo no Brasil

O mercado de pequenas empresas é o novo alvo do Nubank para continuar expandindo seus negócios no Brasil. Nesta quarta-feira (27), a empresa anunciou uma série de novidades para seu portfólio de serviços voltados para Pessoas Jurídicas (PJ) com o objetivo de atrair mais empreendedores, pequenos empresários e profissionais autônomos para o banco digital.

A primeira novidade é o lançamento do Capital de Giro, solução de empréstimo para PJs que é o segundo produto de crédito da companhia para o segmento – após, é claro, o já disponível cartão de crédito PJ. A oferta irá disponibilizar acesso a uma linha de crédito flexível e sem taxas para atender às necessidades de empreendedores.

Uma nova plataforma desktop estará disponível para que clientes PJ possam fazer a gestão de suas finanças em um espaço além do aplicativo móvel. O portal, que pode ser acessado através de um navegador, permitirá que os clientes realizem tarefas como verificar saldo e emitir extratos.

O ambiente web também terá uma solução para notas fiscais, que poderão ser emitidas, armazenadas e gerenciadas através da interface desktop. Na fase inicial de implementação, a funcionalidade estará disponível para CNPJs de São Paulo, mas a expectativa é que o acesso seja expandido nacionalmente nas próximas semanas.

Por fim, o Nubank PJ recebe o recurso de acesso compartilhado. Com eles, outros colaboradores, além do proprietário da conta, poderão ter acesso a conta empresarial, evitando a concentração de funções em um único usuário. Os perfis dos usuários são segmentados de acordo com suas funções, concedendo acesso específico a cada perfil – administrador, consulta ou operação.

A unidade PJ do Nubank nasceu em 2019 e é vista como uma espécie de extensão de sua estratégia para pessoas físicas (PF): trazer serviços financeiros com transparência, baixa complexidade e adesão online “Foi quase como um mini desdobramento da NuConta”, Livia Chanes, CEO do Nubank Brasil, em um evento com a imprensa. “Desde então, o interesse que tivemos pelo produto foi impressionante”.

Nesta quarta, o Nubank confirmou que já alcançou 4 milhões de clientes do Nubank PJ. A modalidade, que está disponível apenas no Brasil, representa uma fatia pequena dos 94 milhões de clientes do banco no Brasil, Colômbia e México. Ainda assim, ela observa crescimento acelerado: do ano passado para cá, o avanço foi de 47%. Há cinco anos, eram apenas 40 mil clientes PJ no Nubank.

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Dados da própria instituição apontam que um a cada quatro clientes PF do Nubank já realizaram algum tipo de empreendimento comercial, seja ele formal ou informal. Na mesma linha, 75% das pessoas que são empresários ou empreendedores desejam abrir uma conta PJ no banco em que já tem uma conta de pessoa física.

Com os novos produtos, o Nubank espera alcançar um número maior de CNPJs, mas sem perder vista da sua área de interesse: as pequenas e médias empresas, além dos microempreendedores individuais (MEI) – que são 58% do total –, com faturamento anual de até R$5 milhões. O chamado “middle market”, por exemplo, não é uma das áreas de foco da companhia – ainda que nada impeça essas empresas de aderirem à oferta do Nubank.

Ainda assim, há um interesse por parte do banco digital em adquirir mais empresas de faturamento maior, ainda que dentro do nicho de PMEs e MEIs. A estratégia, segundo a CEO da companhia, é alinhada aos objetivos de negócio mais amplos do próprio Nubank, incluindo seu negócio de pessoa física.

“Além de ser um negócio que faz sentido por si só, a gente vê uma sobreposição grande entre brasileiros de média e alta renda e donos de negócios. Então, a PJ vem como parte de nossa estratégia de criar ofertas segmentadas para média e alta renda”, explicou. “Tanto como adjacência do negócio de pessoa física, quanto como negócio individual, a PJ tem peso estratégico para a gente”, completou.

A CEO do Nubank complementou o racional com dados: os produtos PJ para PMEs, destacou, representam entre 30% e 35% do “profit pool” da indústria financeira. “Isso é relevante. Para nós, estar nesse mercado é importante”, assinou.

A oferta de Capital de Giro é um exemplo disso. O produto poderá conceder crédito em valores muito maiores do que através do cartão de crédito PJ. “A modalidade de pagamento é diferente – um crédito parcelado versus um crédito rotativo –, a incidência de juros tem outra dinâmica”, disse Livia. “Como a mecânica de decisão de crédito é diferente, a gente vê o uso do cartão mais para os gastos do dia a dia, e o capital de giro para grandes investimentos”.

Para o futuro, a executiva ainda enxerga oportunidades de continuar adquirindo novos clientes para o Nubank PJ dentro da própria base existente de correntistas PF. Na visão da empresa, o custo de aquisição destes clientes é consideravelmente menor versus trazer novos clientes que ainda não estão no ecossistema do Nubank. Essa é também uma forma eficiente de mitigar riscos inerentes ao negócio de contas PJ, como a alta mortalidade de empresas do país.

Outro trunfo da companhia para esse negócio é a modularidade do ecossistema de tecnologia do Nubank. Desde sua concepção, o banco digital sempre apostou em uma estrutura de plataforma, o que significa que os produtos são escaláveis e altamente adaptáveis para outros contextos. Se o modelo de conta PJ for interessante para a operação do Nubank no México ou na Colômbia, futuramente, é possível exportá-lo em um período curto de tempo.

“A gente acredita estar muito bem posicionado em relação aos nossos competidores porque temos uma base de custo muito inferior. Com isso, a gente consegue ter um espaço para absorver um cliente cuja rentabilidade não se justifica em outros modelos de negócio”, pontuou. “A mecânica de crédito que desenvolvemos, e é proprietária, é exportável para o PJ”.

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