Nove em cada dez provedores de internet do país ofertam fibra óptica

Pesquisa TIC Provedores 2020 indica que 35% das empresas do setor estão presentes em algum Ponto de Troca de Tráfego (PPT) do país

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8:25 am - 08 de julho de 2021
provedores fibra óptica

Nove em cada dez provedores de acesso à internet no país disponibilizam fibra óptica aos clientes, revelou a TIC Provedores 2020, pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) divulgada nesta quarta-feira (7). Esse índice representa uma alta de 13% em relação ao último levantamento realizado em 2017.

Rádio e cabo UTP, que também estão entre as tecnologias mais usadas, apresentaram uma redução de 11% e 5%, respectivamente, no período. Os dados da pesquisa foram coletados entre junho de 2020 e janeiro de 2021

Diante do aumento do volume de tráfego internet, a oferta de fibra óptica pelos provedores é fundamental para atender às demandas por conexões mais rápida e estáveis, analisou Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. No entanto, ele lembra que isso não significa que todos esteja conectados via fibra óptica, mas que a maior parte dos provedores tem capacidade de ofertá-la.

A pesquisa também verificou que 35% das empresas do setor participam de algum Pontos de Troca de Tráfego – PTTs (ou Internet Exchange – IX, em inglês), o que representa um aumento de 89% em relação ao levantamento anterior. Os PTT consistem em pontos da infraestrutura da rede internet em que diversos sistemas autônomos se interligam para trocar tráfego.

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Dentre os provedores que possuem entre 5 mil a 45 mil acessos, 72% participaram de um PTT (ou IX). Já entre entre os que tem com mais de 45 mil acessos a proporção é de 100%.

O mapeamento, no entanto, revela a persistência de algumas desigualdades regionais, com as empresas do Sudeste (46%) e Sul (39%) mais presentes em algum PTT (ou IX), bem acima das companhias das regiões Nordeste (25%), Norte (26%) e Centro-Oeste (22%).

“O aumento da presença de provedores em um PTT colabora para melhorar o tráfego da Internet como um todo. E ainda há boa margem para crescimento, pois o estudo concluiu que uma parcela considerável de provedores de pequeno porte ainda está fora dessa infraestrutura”, comenta Barbosa.

Atualmente, há quase 13 mil provedores de internet no Brasil, sendo a maioria microempresas com atuação máxima em cinco municípios. “Os esforços do CGI.br e do NIC.br em traçar um panorama do setor são de extrema relevância para a proposição de políticas que visem ao crescimento da infraestrutura Internet e à universalização do acesso no país”, frisou Marcio Nobre Migon, coordenador do CGI.br.

Outros destaques

Quando à modalidade de entrega de serviço, o NAT IPv4 (81%) é o mais utilizado, seguido pelo IPv4 puro (81%). Por outro lado, a utilização do IPv6 teve grande evolução no período, com 44% dos provedores utilizando a versão mais atual do protocolo internet.

O mapeamento também traz indicadores inéditos sobre ataques de negação de serviços (DDoS). Em 2020, 26% das empresas que declararam acessos afirmaram ter sido alvo desse tipo de ataque, havendo incidência superior entre as de maior porte. Para evitar essas ameaças, 84% dos provedores recorreram a técnicas de roteamento para implementação de black hole ou sink hole.

Quanto aos impactos dos ataques, 51% informaram que seguiram operando, mas com lentidão, e 35% disseram que chegaram a paralisar totalmente os serviços. Esses dois impactos foram os mais comuns, o que reforça que os ataques são fatores de preocupação para a resiliência da rede de empresas de todos os portes.

Pela primeira vez, a edição também traz dados sobre a atuação online do setor de provimento de acesso, extremamente relevante durante o período de distanciamento social devido à pandemia Covid-19. Em 2020, a maioria dos provedores (84%) possuía website, com destaque para os localizados no Sudeste (90%) e Sul (87%).

Pouco mais de dois terços dos provedores que declararam acessos (69%) afirmaram que comercializaram serviços usando a rede. A maioria (60%) afirma ter vendido produtos e serviços por meio de aplicativos de mensagem instantânea, e metade (51%) disse ter pago anúncios na internet – proporção que aumenta conforme avança o número de acessos do provedor, chegando à totalidade nos grandes provedores.

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