Novas dinâmicas de trabalho exigem disrupção na gestão de talentos

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11:52 am - 31 de outubro de 2014
Novas dinâmicas de trabalho exigem disrupção na gestão de talentos

Mais do que nunca, este ano vimos empresas em todo mundo
discutindo sobre reformulações do ambiente de trabalho. Assim como observa o
recente relatório “Tendências Globais de Capital Humano 2014” conduzido pela
Deloitte, o ambiente de negócios hoje é definido por disrupções nos mercados de
trabalho, que impactam na demografia da força de trabalho e criam mudanças na
tecnologia e na natureza mutável do trabalho em si.

Dentro deste ambiente vigoroso, o que é preciso para
construir equipes de alta performance?

Entre as empresas que se destacam pelas dirsupções
provocadas na atualidade e por revolucionar as regras de formação de equipe
está a Netflix. A apresentação da ex-diretora de talentos da Netflix, Patty
McCord, onde ela descreveu a filosofia de gestão talentos da empresa foi
denominada pela COO do Facebook, Sheryl Sandberg, como “o documento mais
importante que nunca mais sair do Vale [do Silício]”. Essa apresentação também
tem nove milhões visualizações no Slideshare.

Em um artigo publicado na Harvard Business
Review (HBR)
no início deste ano, McCord falou sobre os dois princípios
fundamentais da filosofia de talentos da empresa: “Contrate apenas jogadores
‘A’ e esteja disposto a abrir mão de pessoas cujas habilidades não mais se
encaixam, não importa o quanto suas contribuições tenham sido valiosas.”

Um ambiente de trabalho áspero? Sim, mas com imensa
liberdade e responsabilidade. Por exemplo, a Netflix não tem uma política de
férias, nem acompanha o número de dias de férias tiradas pelos funcionários.
Ele enfatiza o contexto, não o controle, como um aspecto importante da sua
cultura de trabalho.

Enquanto a filosofia da Netflix de contratar jogadores A
está em uma extremidade, a pesquisa realizada pelo Laboratório de Dinâmicas Humanas
do MIT chegou a uma conclusão diferente. Constatou-se que a inteligência
individual ou realizações não são os melhores indicadores de produtividade.

Em um artigo da HBR intitulado “A nova ciência da construção
de boas equipes”, o diretor do laboratório e professor Alex “Sandy”
Pentland concluiu que raciocínio individual e talento contribuem muito menos
para o sucesso da equipe do que o esperado. Em vez disso, segundo o estudo, a
energia e o engajamento são o que realmente aumenta o desempenho das equipes.
Todos os times, em sua essência, são sistemas de relacionamento. Portanto, a
melhor maneira de construir uma boa equipe, de acordo com esta teoria, não é
selecionando indivíduos por sua inteligência ou realizações, mas é aprendendo
como eles se comunicam e moldando a equipe para seguir padrões de comunicação
de sucesso.

É claro que uma receita pronta não funciona para todos. Cada
organização deve encontrar seu próprio mix ideal de talentos individuais e
dinâmica da equipe. Embora possa haver um debate interminável sobre os
ingredientes que vão ser utilizados para a construção de uma equipe de alto
desempenho, há três elementos essenciais que capacitam qualquer tima para
trilhar nos caminhos do sucesso.  

Estimular
inteligência tecnológica

Sem dúvida, a tecnologia mudou radicalmente a forma como
trabalhamos e as habilidades que precisamos. Mas este é só o começo. Para citar
o mais recente relatório da consultoria McKinsey, “Nos próximos anos, a
aceleração no escopo, escala e impacto econômico da tecnologia vai inaugurar
uma nova era de inteligência artificial, engenharias para o consumidor,
comunicação instantânea e informações sem limites, chacoalhando os negócios de
maneiras inimagináveis??”.

Para sobreviver neste cenário, todos – dos estrategistas que
compõem o board, à gerência sênior, equipes de gestores, colaboradores
individuais – terão que ser “tecnólogos” para compreender como tecnologias
específicas afetam todas as partes do negócio. Equipes de alto desempenho em
qualquer setor deverão dominar os fundamentos dos dados e da tecnologia. É,
portanto, essencial para as empresas desvendar o labirinto tecnológico para seus
colaboradores por meio de treinamentos, cursos e outras ferramentas de
aprendizagem.

Manter sua tecnologia
relevante

Considere seus aplicativos favoritos. Você constantemente autoriza
atualizações em seu smartphone para que os apps permaneçam relevantes. Você
está se preocupado da mesma maneira com a relevância de seus melhores talentos?

Pense dessa forma: se você fosse um aplicativo, com que frequência
você atualizaria suas habilidades para permanecer relevante? É aí que reside a
resposta para o crescimento. Em mundo em rápida mudança, como o de hoje, se não
estamos frequentemente investindo em reinventar as habilidades, experiências de
domínio e conhecimento dos nossos colaboradores, eles estão correndo um grave
risco de ficarem para trás.

Aqui, estamos falando de promover uma discussão sobre carreira,
e é função da sua empresa promover o desenvolvimento pessoal de cada
funcionário por meio de programas de treinamentos, bem como definir os passos
de crescimento necessários para conquistar novos patamares e posições. Treinamento
constante em sincronia com a aspiração é, talvez, o melhor método de estimular
um bom desempenho.

Investir em “empreendedores
de ideias”

Em um mundo impulsionado por novas ideias, as equipes de
alto desempenho devem ter seus empreendedores de ideias (ou “ideapreneurs”).
Criamos esse termo para descrever os pensadores inovadores que são autodirigidos
como os empreendedores e carregam novas ideias. Juntos, eles constroem uma
cultura de inovação, com foco no cliente e orientada por metas de negócios.

Uma pesquisa da Deloitte sobre a geração Y mostra que esse
jovem possui elevado desejo de ser empreendedor, assumir papéis de liderança e ter
a oportunidade de inovar. Empreendedores de ideias trata exatamente disso.

Desenvolvimento pessoal é algo muito valorizado na atual
cultura de trabalho. Os melhores talentos acreditam em empresas que investem em
seu desenvolvimento profissional e lhes proporcionam oportunidades constantes de
crescimento.

 Fazendo uma analogia simples: para atrair e inspirar esses
talentos, as organizações precisam se transformar em uma espécie de rodovia com
condições de condução perfeitas para equipes de alto desempenho correrem em
alta velocidade – com pit stops ao longo do caminho para o reabastecimento
regular.
 

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