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Nosso futuro com robôs inteligentes já começou. E isso é ótimo!

Há pouco tempo, vi um vídeo
do Will Smith tentando flertar com a robô Sophia. Eles estavam nas Ilhas
Cayman, com uma paisagem fantástica, digna de filme de Hollywood. Will serviu
espumante, disse algumas frases românticas, olhou nos olhos dela e tentou um beijo.
O resultado? Sophia ficou olhando para ele com uma feição desconcertada e
ofereceu para, no máximo, incluí-lo na lista de amigos dela. Will Smith acabou
na friendzone de um robô. 

Para quem não conhece, a
Sophia é um robô desenvolvido pela empresa Hanson Robotics. Com mais de 62
expressões faciais, ela é apontada atualmente como a andróide de inteligência
artificial mais avançada do mundo. Em outubro de 2017, Sophia fez história
sendo apresentada para a Organização das Nações Unidas e, no dia 25 de outubro,
recebeu a cidadania da Arábia Saudita, tornando-se o primeiro robô a ter uma
nacionalidade. Além disso, Sophia apareceu em diversos sites e programas de TV
e virou, inclusive, capa de uma famosa revista de moda brasileira.

Desde que assisti ao vídeo
dela com o Will Smith, fiquei perturbado. Ou melhor, inquieto. Uma coisa é você
assistir “Blade Runner – O Caçador de Andróides”, ou ver o próprio “Eu, Robô”
do Will Smith. Você está confortavelmente sentado no seu sofá e pensa: “Bom, é
só um filme. Pura ficção!”. Mas ao ver Sophia enfrentando uma plateia,
participando de debates e comprovadamente aprendendo a cada interação… Bom,
isso é um pouco desconcertante.  

Por um lado, você já começa
a pensar em como os robôs realmente vão dominar o mundo do trabalho, já que
trabalham 24 horas, sete dias por semana sem necessidade de descanso, estão
sempre de bom humor, não ficam doentes, etc. Mas eu, pessoalmente, prefiro
olhar esse novo mundo pelo lado positivo. Um bom exemplo é o fato dos
algoritmos e robôs já serem capazes de identificar e tratar diversos tipos de
câncer, com habilidades que seriam impossíveis para um grupo de médicos
humanos.

Hoje mesmo, quase sem
perceber, usei os serviços de vários bots e seus algoritmos. O primeiro me recomendou um livro e um
tênis esportivo. De fato, estou precisando mesmo me exercitar… Depois, eu
precisava fazer uma visita, então utilizei um serviço de táxi que usou um
algoritmo para localizar o motorista mais próximo e outro algoritmo para
conseguir traçar a rota mais rápida para o destino. Mal comecei meu dia e mais
de cinco algoritmos já foram utilizados ativamente. Fora os que nos monitoram e
nós nem ficamos sabendo… 

Novas tecnologias e a Educação
Na educação, também vejo com
bons olhos a participação de bots, algoritmos e as outras novas tecnologias. A
Inteligência Artificial e os robôs vão revolucionar desde a alfabetização
básica até o ensino superior, sem esquecer, é claro, da educação corporativa.

Imagine se cada um de nós
tiver um robô que possa ajudar a conduzir os estudos?  Em um piscar de olhos, ele poderia apresentar
pesquisas, calcular probabilidades, montar protótipos, cruzar dados, etc. São
muitas possibilidades! As experiências de aprendizagem serão, com certeza,
muito mais enriquecedoras e divertidas no futuro.

Antigamente, os robôs eram
valorizados porque podiam fazer um trabalho pesado muito melhor e mais rápido
do que um ser humano. A grande diferença é que hoje esses mesmos robôs podem
aprender a pensar cada vez mais como um humano, aprendendo a tomar as melhores
decisões e transformando nosso bom e velho “feeling” em dados reais e tangíveis.

Certamente teremos muitas
questões a serem debatidas, como qual o limite da utilização de um robô e suas
questões éticas. Para que criaremos um robô: para a paz ou para a guerra? E os
robôs autônomos, quem seria o responsável em caso de acidentes? Mas apesar de
tudo isso, é fato que também viveremos um tempo muito interessante.

Ainda estamos engatinhando.
A Sophia, que é o exemplar mais avançado de robôs autônomos, não entendeu
quando Will Smith esticou o braço e lhe ofereceu uma taça de espumante. Ela provavelmente
não se deu conta daquele gesto, culturalmente tão natural para um ser humano.
Mesmo com toda a tecnologia, ela ainda não sabe diferenciar o sabor de uma
pizza napolitana ao uma de quatro queijos. Mas acredito que tudo está no
caminho para o bem, pelo menos é o que eu espero. 

E você: já imaginou para que
você gostaria de ter o seu próprio robô ou assistente pessoal? Muito em breve
eles estarão caminhando entre nós, provavelmente passando despercebidos.

Agora
vou para casa para treinar meu robot..

 

(*)  Luiz Alexandre Castanha é diretor geral da Telefônica Educação Digital
– Brasil e especialista em Gestão de Conhecimento e Tecnologias Educacionais

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