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No pós-pandemia, continuidade dos negócios será determinada pela combinação de tecnologia com resiliência

Cisnes Negros (termo criado por Nassim Nicholas Taleb no livro “A lógica do Cisne Negro”) são os eventos que causam transformações cognitivas e inesperadas, sejam elas triviais ou gigantescas. Essas alterações geram um grande impacto global nas empresas e na humanidade, e como exemplos posso citar a destruição de um setor no mercado de ações, uma crise política, o que aconteceu em 11 de setembro nos Estados Unidos ou, para trazer à nossa realidade atual, o que estamos vivenciando: uma pandemia. O agravante neste contexto é que o ser humano e as empresas, por mais que se preparem, possuem uma dificuldade imensa em lidar com o aleatório e com eventos inesperados.

Exatamente por isso, a Covid-19 criou uma tensão forte e uma ruptura no modelo das empresas. Para ilustrar essa condição, basta voltarmos um pouco no tempo, para antes da pandemia, quando o grande buzzword era transformação digital e o foco das empresas estava na tecnologia como principal pilar, constituído também de colaboração entre os funcionários e produtividade. Naquela época, que agora parece tão distante, essa era a receita para o crescimento sustentável, mas muitas organizações achavam que teriam tempo para fazer a transição completa do analógico para o digital.

O fato é que, devido à pandemia, as empresas tiveram que se adaptar rapidamente à transformação digital, com a imposição de desenvolver o ‘pensar de maneira diferente’ para sobreviver à uma crise sanitária. Ou seja, quem acelerou o processo de transformação foi um vírus.

Esse é o ponto de inflexão que irá nortear as empresas após a pandemia. O Digital Workplace passará a ser de fundamental importância para garantir o acesso e a produtividade em qualquer lugar que o colaborador esteja, até que se tenha controle sobre o coronavírus. De qualquer forma, essa transição para o trabalho remoto parece um caminho sem volta, com ou sem pandemia.

Engana-se, porém, quem pensa que o trabalho remoto é simplesmente
disponibilizar um notebook e o colaborador utilizar a internet de casa. O tema é muito mais complexo do que isso. E por quê?

Hoje, muitas empresas estão satisfeitas com a disponibilidade e a produtividade das suas equipes, mas não pararam para pensar nas respostas a perguntas fundamentais que envolvem o trabalho remoto. Posso citar algumas delas: O que está influenciando a produtividade? Como medir esta produtividade e garantir a segurança de informação, já que hoje as calls estão sendo, muitas vezes, escutada por todos em casa? Como está sendo para as equipes desenvolver o trabalho remotamente? Como garantir um fluxo de processos adequado?

É neste contexto que entra o Digital Workplace, com camadas de dispositivos, comunicação, cibersecurity, suporte, acessos, fluxos e colaboração. Muitos podem pensar que é um investimento alto para se fazer neste momento, marcado pela dificuldade financeira de muitas empresas. Mas, pode ter certeza, fará toda a diferença no pós-pandemia, que já começa a ser desenhado com anúncios de flexibilização da quarentena e a retomada das atividades em fases. Mais do que nunca, o Digital Workplace como serviço pode ser a tranquilidade necessária que as empresas procuram para a retomada de seus negócios.

Por outro lado, nada adianta trabalhar em cima de um conceito tão completo como o Digital Workplace se você não olhar para uma questão primordial: as pessoas que constroem a sua organização. Tanto as lideranças quanto os liderados precisam estar cientes de suas responsabilidades, características únicas para o trabalho e capacidade de decisão. Cabe à empresa dar todo o suporte para que as pessoas sejam profissionais cada vez mais completos no pós-coronavírus, até mesmo com a capacidade de gerenciar o desconhecido e conseguir encontrar oportunidades no improvável.

Quero dizer com isso que a transformação digital e o ‘novo normal’ impostos pela Covid-19 somente serão aproveitados da melhor maneira se as empresas souberem unir ferramentas como o Digital Workplace ao fator humano, que nunca foi tão importante para a continuidade dos negócios como é agora.

*Richard Carnelossi é diretor de Serviços da SONDA

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