Não venda coisas, venda soluções, aconselha fundador da GoPro

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11:21 am - 09 de janeiro de 2015
Não venda coisas

Nick Woodman, fundador da sensação do momento GoPro, é um empreendedor por acaso. Depois de ter fracassado em sua empresa de marketing digital, ele resolveu viajar. O gosto pelo surfe o fez sair pelo mundo em busca das melhores ondas. Na Ásia, ele teve a ideia de criar uma câmera portátil, à prova d’água, para fotografar momentos mágicos no mar. Foi aí que surgiu a ideia da GoPro, avaliada hoje em US$ 10 milhões.

“Comecei a GoPro para ajudar surfistas. Não tinha nada a ver com negócios”, lembrou Woodman durante jantar realizado com executivos na International CES, que acontece de 6 a 9 de janeiro em Las Vegas (EUA). A partir daí, as pessoas passaram a não só capturar momentos inusitados no esporte, como também suas rotinas. Cenário que fez do crescimento da GoPro viral, lembra.

A possibilidade de fazer selfies foi fundamental na evolução dos produtos da marca e fez com que os negócios decolassem. “Mas isso não é narcisista demais?”, perguntou o jornalista que o entrevistava durante o jantar. Woodman acredita que sim, mas de forma positiva.

O sucesso da companhia é enorme e Woodman diz estar em um filme da Disney que ele não gostaria que acabasse. Mas qual é, afinal, o segredo da GoPro? Woodman diz que a companhia não vende coisas e sim soluções. “As pessoas não compram coisas, compram soluções. Quem vende coisas terá problemas no futuro. Ajudamos pessoas a capturar a vida de forma que nunca aconteceu antes”, explica.

Questionado se a GoPro não está se tornando uma empresa de conteúdo, Woodman diz que essa nunca foi a intenção, mas que já que a GoPro tem uma característica viral, pois pessoas compartilham fotos e vídeos, a companhia passou a ser conhecida por ter um bom conteúdo. “Isso torna fácil para nós nos transformamos de um negócio de hardware para entretenimento e mídia”, observa. 

Para os empreendedores de plantão, Woodman dá um conselho: conte histórias. “É clichê, mas somos humanos e precisamos de aproximação. O dia em que as pessoas pararem de dividir histórias, teremos desafios pela frente”. Ele lembrou que a própria empresa possui um departamento que caça fotos e vídeos inovadores feitos com a câmera para utilizá-los como publicidade. Alguns foram apresentados durante o encontro com os executivos na CES 2015. Em um deles, uma mulher faz registros de sua avó. A história é bastante simples, mas os ângulos incomuns e altamente inovadores.

O dono da GoPro acredita que todos podem ter sucesso com novos negócios, mesmo usando uma camiseta, assim como ele, que assim que subiu ao palco foi questionado o motivo pelo qual usava uma em um ambiente repleto de engravatados. “Porque eu gosto”, respondeu rindo. 

A jornalista viajou a Las Vegas (EUA) a convite da CEA, responsável pela International CES

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