MWC 2024 dá a largada na era dos smartphones de IA generativa

Durante o MWC, empresas apresentaram plataformas que embedam IA generativa aos dispositivos

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7:50 pm - 29 de fevereiro de 2024
Imagem: Shutterstock

Um dos principais eventos de tecnologia móvel do mundo, o Mobile World Congress (MWC) deste ano, realizado nesta semana em Barcelona, consolidou a expansão da inteligência artificial (IA) generativa para mais uma esfera de nossas vidas: os smartphones. Sistemas de IA embarcados em smartphones, é claro, não são uma novidade. Mas a tendência foi um dos temas principais do evento, abordada ostensivamente por fabricantes de hardware e dispositivos como o próximo passo da evolução do ecossistema móvel.

A tendência já havia sido observada antes mesmo do MWC. Em dezembro passado, a Counterpoint Research, empresa de inteligência de mercado, estimou que as remessas de smartphones com capacidades de IA generativas devem ultrapassar um bilhão no período entre este ano até 2027. O ano de 2024, especificamente, é considerado “pivotal” para essa indústria. Segundo a Counterpoint, remessas de mais de 100 milhões de smartphones do tipo devem ser observadas durante o ano.

“Esperamos agora ver o surgimento de smartphones otimizados para rodar modelos de IA generativa, além do uso normal de IA em smartphones. Os prováveis ​​casos de uso incluirão a criação de conteúdo mais personalizado, assistentes digitais mais inteligentes com personalidades e estilos de conversa únicos, recomendações de conteúdo e muito mais”, disse o  vice-presidente e diretor de pesquisa, Peter Richardson. “No entanto, uma coisa é certa: estamos entrando em uma era em que os usuários de smartphones já não precisam se alinhar com os seus dispositivos; será o contrário com os smartphones de IA generativa.”

A companhia destacou que empresas como Samsung e Qualcomm deverão ser as “líderes imediatas” deste segmento, com capacidades que já as posicionam como pioneiras. Durante o MWC, a visão se confirmou.

A Samsung trouxe para a Fira Gran Via a mais recente linha Galaxy S24, lançada no mês passado. Entre as capacidades de IA do dispositivo estão a tradução simultânea entre falantes do telefone, e as chamadas “notas inteligentes”, que podem gerar resumos de textos longos através de IA.

Segundo a companhia, os recursos serão expandidos “em breve” para outos modelos Galaxy existentes, incluindo as séries Galaxy Z Fold5, Z Flip5 e Tab S9, bem como as séries Galaxy S23 e S23 FE.

Em um editorial publicado na última semana, TM Roh, presidente da divisão Mobile eXperience Business da Samsung Electronics classificou a integração de IA aos smartphones como uma “revolução” do setor. Para o executivo, estes dispositivos devem se tornar o principal ponto de acesso de usuários à IA, acelerando a expansão global das ferramentas.

Ele reconheceu, no entanto, desafios que o avanço da IA impõe, como as alucinações e o debate que ainda existe acerca de direitos de propriedade de conteúdo. As questões de privacidade e segurança também são pontos fundamentais de atenção para a indústria, na leitura de Roh.

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“Essa é uma das razões pelas quais adotamos uma abordagem híbrida que combina IA no dispositivo e baseada na nuvem. Além de garantir uma usabilidade perfeita, isso permite que os usuários limitem alguns recursos para funcionarem inteiramente no dispositivo, dando-lhes maior controle sobre o que fazem com seus dados. Continuamos comprometidos em melhorar a segurança e a privacidade dos dispositivos Galaxy, proporcionando aos usuários transparência e escolha”, escreveu.

A fabricante de semicondutores Qualcomm também apresentou novidades durante o MWC 2024, buscando ampliar sua presença no segmento através de capacidades de IA embedadas ao hardware. Um dos destaque ficou por conta do Qualcomm AI Hub, nova biblioteca com mais de 75 modelos de IA pré-otimizados para implantação em dispositivos alimentados pelas plataformas Snapdragon.

Com a plataforma, desenvolvedores podem integrar os modelos em seus aplicativos com algumas linhas de código, reduzindo o time-to-market e obtendo garantias de confiabilidade, privacidade, personalização e economia de custos. Os modelos estão disponíveis no Qualcomm AIHub, mas também no Hugging Face e GitHub.

A companhia também revelou o primeiro grande modelo multimodal (LMM) do mundo em um telefone Android. O LMM de mais de 7 bilhões de parâmetros que pode aceitar vários tipos de entradas de dados, incluindo texto e imagens, e gerar conversas em vários turnos com um assistente de IA sobre uma imagem. Novidades de conectividade ampliadas por IA também foram demonstradas.

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“O futuro da IA generativa é híbrido, com a inteligência no dispositivo (on-device) trabalhando em conjunto com a nuvem para fornecer maior personalização, privacidade, confiabilidade e eficiência. A conectividade é fundamental para ajudar a IA generativa a escalar e se estender pela nuvem, borda e dispositivo, e as soluções de IA estão nos permitindo oferecer conectividade de próxima geração que pode suportar esta era de IA generativa”, disse Cristiano Amon, presidente e CEO da Qualcomm Incorporated. “Como a empresa impulsiona a computação inteligente em todos os lugares, estamos permitindo que o ecossistema desenvolva e comercialize casos de uso de IA generativa, experiências e produtos líderes em todas as categorias de dispositivos, incluindo smartphones, PCs de próxima geração, dispositivos XR, veículos, robótica e muito mais.”

De acordo com a Counterpoint, a Qualcomm deve capturar mais de 80% do mercado de smartphones de IA generativa nos próximos dois anos. A MediaTek, fabricante taiwanesa de semicondutores, deve desafiá-la com dispositivos baseados no Dimensity 9300, também mostrado na MWC 2024, que embarca o processador de IA de sétima geração da empresa.

A companhia fez uma demonstração ao vivo do Low Rank Adaptation Fusion (LoRA Fusion) no dispositivo. O sistema permite a criação de avatares animados gerados por IA a partir de imagens fotografadas em tempo real pela câmera dos smartphones. A MediaTek afirma que o LoRA Fusion endereça até 33 bilhões de parâmetros, enquanto reduz o custo de aplicativos de IA generativa em até 90%.

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Redação

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