Museu do Ipiranga preserva memória com mapeamento tridimensional

Autodesk é responsável por projeto de captação de imagens internas e externas do local

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11:03 am - 27 de fevereiro de 2020

O Museu do Ipiranga, localizado em São Paulo, deverá reabrir suas portas em 7 de setembro 2022, ano do bicentenário da Independência do Brasil. Até lá e para cumprir o cronograma, o local fará uso massivo de tecnologia com o objetivo de preservar seu patrimônio cultural. A Autodesk é uma das empresas que atuará nessa jornada, ao realizar o mapeamento tridimensional do Museu e dos objetos do seu acervo.

Fernanda Machado, arquiteta e especialista técnica da Autodesk, reforça que o projeto busca melhorar gerir os ativos do Museu e, ao mesmo tempo, preservar o patrimônio. “A fase de escaneamento da arquitetura já foi concluída. Agora, estamos focados no levamento das esculturas. Usamos drones para o levantamento e estações terrestres de escaneamento a laser”, explica ela.

A partir da captação por escaneamento a laser de imagens internas e por fotogrametria das áreas externas do Museu, será possível construir um modelo completo em 3D do local e assim contribuir para a preservação da memória desse patrimônio histórico e cultural brasileiro.

Com cerca de 450 mil itens no acervo, Solange Ferraz de Lima, diretora do Museu do Ipiranga, revela que o próprio prédio no estilo palaciano onde está localizado o Museu do Ipiranga é um item fundamental no mapeamento. “O edifício não foi construído originalmente para ser um museu e por cem anos o ocupamos dessa forma. Fomos adaptando-o ao longo da sua existência para ser um museu e agora vamos trabalhar na sua transformação”, adianta ela.

Segundo a Autodesk, o modelo tridimensional servirá como plataforma que poderá ser mobilizada tanto para criação de ambientes virtuais (para games educativos, visitas a distância) como para integrar sistemas de monitoramento de segurança e conservação do patrimônio que será exposto no local.

As tecnologias registrarão digitalmente aspectos da edificação e dos objetos do acervo com o máximo de detalhamento possível. Para isso, a Autodesk contará com o apoio da empresa Faro Technologies, responsável pela captação e geração de imagens do Museu, utilizando equipamentos como scanners a laser e drones.

Atualmente em fase restauro, um dos desafios apontados por Fernanda no Museu foi justamente o mapeamento do local durante as obras. Superados os percalços, as expectativas são altas para a reabertura. “A primeira etapa foi muito positiva e já foi possível visualizar o valor de registrar a memória do museu. No futuro, será possível modernizar monitoramento e segurança do Museu”, antecipa a especialista.

Solange explica que a reabertura deverá incluir mais formas de interatividade presencial, pautadas em tecnologia, para aproximar o visitante à história. Existe ainda a possibilidade de transbordar o conhecimento para além do espaço físico, incluindo visitas virtuais e aplicativos. “Nada substitui a visita e o contato sensorial, mas para fins de pesquisa, podemos disponibilizar nosso banco de dados 3D”, indica.

Experiência

Essa não é a primeira vez que a Autodesk se engaja em um projeto do tipo, o que traz, segundo Fernanda, bastante conhecimento sobre o tipo de trabalho a ser realizado. Em 2017, a Autodesk efetuou o mapeamento em 3D das instalações do Museu Imperial, localizado em Petrópolis (RJ).

O projeto incluiu a captação de imagens internas e externas, com o uso de scanners a laser e drones, para a produção de um modelo e de plantas digitais tridimensionais. Todo o conteúdo do trabalho foi doado à Prefeitura de Petrópolis, responsável pela gestão do Museu.

Fora do Brasil, a Autodesk também Autodesk contribuiu para a produção do registro em 3D de patrimônios do National Discovery Museums Institute, responsável por 1,5 mil museus na Tailândia, e com a produção de modelos digitais tridimensionais de parte da coleção do Smithsonian Institute, responsável pelo patrimônio de vários museus e zoológicos nos Estados Unidos.

Na Itália, liderou projeto semelhante ao que será desenvolvido no Museu do Ipiranga e, em parceria com a Fundação Volterra-Detroit, conduziu o processo de digitalização em 3D de sítios históricos e arqueológicos da antiga cidade de Volterra.

A empresa está contribuindo ainda com sua expertise na produção de um modelo em 3D do edifício da Catedral de Notre Damme, na capital francesa, que foi parcialmente destruído por um grave incêndio em 2019.

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