Microsoft planeja demissões em massa
Microsoft está planejando abrir mão de diversos trabalhos, naquela que pode ser a maior rodada de demissões em sua história. A informação foi divulgada pela agência de notícias Bloomberg nesta terça-feira (15), citando fontes anônimas com conhecimento dos planos da empresa.
Segundo a agência de notícias, a Microsoft provavelmente irá cortar funcionários dos seus times de marketing e engenharia, assim como os funcionários provenientes da unidade de dispositivos da Nokia, que foi adquirida por US$ 7,2 bilhões em um acordo fechado em abril.
Com essa aquisição, a Microsoft adicionou 25 mil novas pessoas em seu quadro de funcionários, elevando esse número total para mais de 127 mil em todo o mundo.
Em 2009, a Microsoft demitiu 5.800 funcionários dos setores de Pesquisa & Desenvolvimento, marketing, vendas, finanças, jurídico, recursos humanos e profissionais de TI, como parte de um corte de custos de US$ 1,5 bilhão.
Na ocasião, o ex-CEO Steve Ballmer disse, a analistas que a indústria da tecnologia estava frente a “condições econômicas únicas de toda sua vida” e disse que a economia estava em um processo de “retornar ao nível mais baixo de negócios”.
Até o momento, este corte segue como o maior já realizado durante os 39 anos de história da companhia, mas segundo a agência de notícias, a onda de demissões na Microsoft pode superar a anterior. O CEO Satya Nadella comunicou, em carta enviada a todos os funcionários, que a companhia planeja reduzir seu quadro em 18 mil funcionários no próximo ano, número que representa 14% de toda a força de trabalho da empresa
“Nós estamos nos movimentando para começar reduzindo 13 mil posições. Esses funcionários serão avisados ao longo dos próximos seis meses. Minha promessa é tentar fazer essa transição da maneira mais séria e transparente possível”, explicou.
Ainda na carta, o executivo ressaltou que irá pagar rescisão a todos os funcionários impactados por estas mudanças, além de auxiliar na realocação deste profissional no mercado de trabalho, “tratando-o com o respeito que eles merecem devido às suas contribuições para a companhia”. O valor a ser destinado às rescisões pode chegar a US$ 800 milhões.
As demissões planejadas pela Microsoft estão indo contra o pano de fundo de uma economia aquecida. A participação da Microsoft cresceu 13% em 2014, e a julgar pela presença durante a Worldwide Partner Conference deste ano, seus canais estão saudáveis e entusiasmados com as perspectivas da companhia.
Relatos dizem que Nadella era contra a aquisição da Nokia quando o acordo começou a ser desenhado, no último ano. Durante a Code Conference, em maio, ele se recusou a responder uma pergunta sobre ser ou não a favor da aquisição da Nokia, afirmando apenas que a empresa seria “uma companhia de softwares ao final do dia”.
Em um e-mail para os funcionários na última semana, Nadella disse que ele não irá continuar seguindo a estratégia de Ballmer para dispositivos e serviços, e que agora a Microsoft deseja focar em plataformas e produtividade. O projeto de reestruturação da empresa, que deverá durar cerca de quatro anos, custará aproximadamente US$ 1,6 bilhão.
“Enquanto a descrição de dispositivos e serviços era útil no começo da nossa transformação, nós agora precisamos nos alinhar em nossa única estratégia”, afirmou Nadella em um e-mail.
O empresário também salientou que a tomada de decisões relacionadas a mudanças são sempre difíceis, mas necessárias, e agradeceu a todos os funcionários por apoiarem companhia enquanto ela segue em frente com seus planos.