Metaverso e transformação digital serão foco de varejistas no mundo

Personalidades discutiram futuro do varejo de acordo com o que viram na NRF 2022, maior feira global do setor

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11:59 am - 03 de fevereiro de 2022

Focado nas principais discussões da NRF 2022, o evento Interactive Retail Trends, organizado pela GOUVÊA Experience, contou com a participação de diversos executivos do mercado nacional palestrando sobre as principais tendências e tecnologias que deverão mudar o varejo nos próximos anos.

Abílio Diniz, presidente do Conselho de Administração da Península Participações e Membro do Conselho de Administração do Carrefour Brasil e Carrefour Global, foi um dos primeiros palestrantes e focou em suas projeções otimistas para o Brasil em 2022.

Para ele, apesar das projeções de economistas e de bancos afirmarem que o país terá decréscimo de 0,5% no PIB este ano, o empresário acredita que haverá crescimento, ainda que não muito expressivo. “Eu não acredito que será um ano fácil. Será tenso e de discussão, mas quem for resiliente conseguirá passar por esse ano. Talvez até com crescimento”, diz ele.

Em seguida, Fábio Faria, Ministro das Comunicações, falou sobre a importância do 5G e o pioneirismo do Brasil na tecnologia dentro da América Latina. “O principal valor do 5G não está na velocidade, na latência ou na capacidade de processamento. Está nas experiências que a tecnologia 5G torna possível”, comenta.

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O ministrou citou alguns dos principais impactos no varejo e no consumo. Entre os segmentos está no transporte, que poderá ter prevenção inteligente de trilhos, controle inteligente de cargas e, nos próximos dez anos, até caminhões autônomos.

Entre as tecnologias que mais se beneficiarão, está o Metaverso e tudo o que ela abrange, como NFT, blockchain, autenticidade e propriedade. A previsão vai ao encontro da palestra de Carlos Augusto Carvalho, CEO e cofundador da Truppe. O executivo falou sobre a Sociedade 5.0 – a Sociedade Super Inteligente.

Para ele, a transformação digital deve ser uma realidade para todas as empresas e isso está muito além da tecnologia. É necessário que as empresas falem de inovação, pensamento disruptivo, mudança cultural, hiperautomação, inteligência artificial e analytics.

“Mas ainda há desafios para que isso se torne realidade. Entre eles, falta de apoio, dificuldades técnicas de TI, segurança da informação, dados em silo, garantia de retorno (ROI) e a cultura da empresa. A transformação digital precisa que a gente coloque a ‘mão na massa’. É muito mais transpiração do que inspiração, é mais trabalho do que ideia”, revela.

Ele citou, também, as principais tendências de tecnologia para 2022:

  • Inteligência artificial
  • Empresa distribuída
  • Plataformas nativas em nuvem
  • Sistemas autônomos
  • Aplicações compositivas
  • Hiperautomação
  • Cybersegurança
  • TX – Total Experience
  • Metaverso

Além disso, para o futuro entre cinco e dez anos, o executivo citou que o metaversa e a total experience se tornarão Ambiente Experience (life beyond the glass); IA, Big Data e analytics se transformação em IE – Inteligência Exponencial e as tecnologias convencionais se tornarão tecnologias quânticas.

Marco Stefanini, CEO global e fundador da Stefanini, foi o responsável por dar os cinco pontos-chave da NRF 2022:

  • Abastecimento é rei: diversas áreas são afetadas – ruptura, experiência, imagem da marca, competitividade, resultados, missão perante a sociedade.
  • Omnicanalidade de fato: jornadas contemplando de fato a realidade do novo consumidor; atração e retenção mais consistentes; relação mais personalizada, segura, estreita e transparente; multicanalidade não é mais suficiente há algum tempo; completude e constância são fundamentais, é preciso ser omnichannel em tempo integral.
  • Fidelização: conhecer o cliente plenamente é fundamental; personalização na “pessoa” e não na “persona”; antever as necessidades dos consumidores é o básico; brand-lovers só são gerados quando a confiança é total e a experiência é de fato inesquecível; brand lover é como um casamento, deve ser cultivado o tempo todo.
  • Dados: bando de dados x banco de dados; dados dão o tom desde a produção do bem até seu consumo; previsão de demanda reduz imobilização de capital em estoques e custos de gestão dos mesmos; inteligência artificial e automação de processos de negócio em todo o ecossistema promovem aumentos exponenciais de resultados.
  • Proteger é preciso: não basta ter um ótimo serviço e um ótimo produto se forem vulneráveis; o cliente não entra em uma loja física insegura, por que entraria em uma online?; cada dia mais as informações são ativos preciosos e cada dia mais inventam maneiras de roubá-las; a jornada do cliente final, mais do que nunca tem que ser tratada à luz de segurança, ponto fundamental de proteção mútua.

Por fim, Marcelo Tripoli, fundador e CEO da Zmes, apresentou a pesquisa “DMTi: Índice de Transformação de Marketing Digital”, que analisou centenas de varejistas globalmente. O levantamento divide a maturidade das tecnologias em quatro níveis: iniciante, básico, avançado e líder. Na última etapa, estão apenas Estratégia e Negócios e Conteúdos e Criativos. Por outro lado, do nível de menos maturidade para a maior maturidade, estão: Modelo Operacional e Cultura; Experiência e Jornadas; Martech e Dados; Métricas e Canais.

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