Mercado de infraestrutura de TI cresce no primeiro trimestre de 2020

Entretanto, segundo IDC, pandemia pressiona e mesmo mercado deve encarar queda de de 9,5%  no acumulado do ano

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2:00 pm - 03 de julho de 2020
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O mercado de infraestrutura de TI no Brasil, como um todo, faturou US$ 344,68 milhões, alta de 4,8% em relação ao primeiro trimestre de 2019, de acordo com o estudo IDC Brazil Enterprise Infrastructure 1Q2020, realizado pela IDC Brasil. O setor de armazenamento foi responsável por puxar a receita no setor, tendo atingido receita de US$ 103,7 milhões, 48,9% a mais do que no mesmo período de 2019.

“O crescimento do setor de armazenamento, por exemplo, era esperado, mas de forma tímida”, destacou Thomas Campos, Analista de Mercado da IDC Brasil. “Esse segmento – assim como o de servidores – tem sido impactado pela adoção da nuvem, que demanda menos de infraestrutura local, mas no início do ano, graças a grandes projetos que foram iniciados no final de 2019 e entregues e faturados no começo deste ano, teve crescimento ainda maior”, explica.

Segundo Campos, todos os segmentos do mercado de infraestrutura de TI teriam números positivos no primeiro trimestre se não fosse a pandemia de Covid-19, que levou as grandes empresas a interromperem seus investimentos no setor já no início do ano. “Mesmo o setor de servidores, que tem tido seus investimentos direcionados para nuvem, poderia ter tido desempenho melhor”, afirma.

Diferente do setor de armazenamento, o faturamento do setor de servidores ficou 8,1% abaixo da previsão, com US$ 113,32 milhões, e o de networking 6% menor, com US$ 127,66 milhões.

Em networking, por exemplo, o segmento de redes faturou US$ 15,61 milhões, um aumento de 11,7%, switches faturou US$ 67,30 milhões, alta de 9,6%, mas roteadores caiu 26% e faturou US$ 44,75 milhões, na comparação com o primeiro trimestre de 2019. “Em roteadores houve uma queda natural, reflexo da chegada do SD-Wan”, diz Campos.

O que esperar

No segundo trimestre de 2020, a IDC estima que a variação do dólar e movimentações do governo levem os números para baixo. “As grandes empresas devem continuar postergando seus negócios devido à flutuação cambial, que deixa os investimentos menos previsíveis. Vemos uma linha de crescimento gradual trimestre a trimestre, mas, ainda assim, um desempenho baixo para o ano”, analisa Campos.

Além disso, o analista da IDC Brasil chama atenção para o segmento das PMEs, que estava ainda menos preparado para a crise de Covid-19 e, para sobreviver, investiu na migração para o digital, mas pode ter dificuldades para cumprir compromissos. “Algumas PMEs podem pedir prazos maiores para pagamentos e causar problemas no fluxo de caixa em provedores que aceitarem essa condição. Por isso, é muito importante a disponibilização de linhas de créditos dos fabricantes aos parceiros”, afirma.

 

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