Mercado brasileiro quer os wearables, avaliam especialistas

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3:21 pm - 29 de agosto de 2014
Mercado brasileiro quer os wearables
Na última reportagem da série especial sobre mobilidade apresentada esta semana, confira a opinião de especialistas do setor de vestíveis sobre a entrada dos dispositivos no mercado brasileiro. 

Apesar da chegada dos primeiros smartwatches no país, a quantidade de pessoas que usam estes dispositivos ainda é pequena. O preço, a falta de opções e de aplicativos ainda são barreiras que dificultam a propagação do aparelho entre os usuários brasileiros. No entanto, segundo os especialistas, é apenas uma questão de tempo até que as novas tecnologias caiam no gosto do público.

Na opinião do diretor de tecnologia da Geomob, Christian Gallasch, a chegada dos smartwatches vai ser muito mais tranquila do que o Google Glass, óculos inteligente que está sendo desenvolvido pela gigante norte-americana. “Querendo ou não, todo mundo usa um relógio, então você vai simplesmente trocar um pelo outro, a adaptação é muito mais simples”, avalia.

Cláudia de Cillo Pereira, gerente de marketing da IFS Latin America, também acredita que a entrada dos vestíveis no mercado brasileiro ocorrerá de maneira tranquila. “A aceitação de qualquer coisa que vá facilitar nossa vida já acontece de cara. Para nós, este será só mais um passo, visto que já temos tudo móvel hoje em dia, como já foi com iPhone, tablets e tudo mais.“

Quem também concorda com uma rápida entrada dos dispositivos no mercado é o vice-presidente da Sita no Brasil, Mauro Pontes. Baseando-se no setor aeroviário, em que a companhia atua, o executivo cita a grande utilização de ferramentas de check-in pelo smartphone e nos totens de auto-atendimento para afirmar que os brasileiros também buscam por tecnologias que irão facilitar seu dia a dia.

“A medida que a gente lança uma ferramenta ainda mais simples, o tempo que ela vai tomar pra ser utilizada vai ser bastante menor. Se você for em aeroportos de grande circulação no Brasil, você vê que muitas pessoas já usam o celular. Para migrar para o smartwatch, bastará ter o dispositivo. A grande barreira será ter o equipamento, depois que você tiver, será natural a utilização dele para isso”, relata Pontes.

Desafios

No entanto, apesar de todos pontos positivos destacados, ainda existem alguns aspectos que precisam ser trabalhados para que os vestíveis realmente sejam adotados pelos usuários brasileiros. Na opinião do sócio fundador e diretor comercial da Mega Sistemas Corporativos, Walmir Scaravelli, o primordial neste momento é identificar as oportunidades de uso dos vestíveis, pois as companhias ainda não têm uma visão completa de todas as utilizações possíveis dos dispositivos.

“Cada vez que a gente mostra uma aplicação, percebe que surgem novas ideias. Os próximos desafios serão tentar abranger todas essas ideias novas que aparecem e identificar aquelas que são realmente úteis”, relata Scaravelli.

Apesar de também ressaltar a enorme quantidade de possibilidades que os dispositivos oferecem, Gallasch afirma que ainda existe uma série de paradigmas que precisam ser quebrados para difundir a utilização dos vestíveis. Como exemplo, cita a estratégia que o Google está usando para o Glass.

“O Google está com uma ação estratégica muito interessante para mostrar que é legal, que existem muitas funções úteis, como fazer coisas que você não conseguia fazer antes. Isso é importante para quebrar essa barreira de entrada. Nós estamos apostando que a entradas nas empresas vai ser muito mais tranquila do que no meio social”, pontua. 

Porém, o valor que será cobrado pelos dispositivos pode acabar atrapalhando a difusão do produto. Segundo Scaravelii, as primeiras unidades do Google Glass comercializadas para os desenvolvedores custaram US$ 1.500, mas ele acredita que este preço deverá ser reduzido. Para Cláudia, o preço realmente será um indicador importante para a adoção dos dispositivos. De acordo com ela, no momento em que a tecnologia é lançada normalmente o custo inicial é assustador, mas depois passa a ser mais acessível.

“Uma coisa é você ter estes dispositivos em empresas grandes, multinacionais, que já vão ter isso fora. Outra coisa é para o mercado brasileiro, onde o custo é outro. É que nem televisão de 50 polegadas, que era caríssima, e hoje você compra mais facilmente, coisa que há cinco anos não acontecia.”

Abaixo, seguem os links das outras reportagens do especial publicadas durante a semana:

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