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Manufatura inteligente para melhorar produtividade e eficiência

Qual é o peso da Internet das Coisas (IoT)? Para a McKinsey & Company, o mercado IoT atingirá US$ 11 trilhões até 2025. O número de dispositivos conectados, até 2022, como cita o Gartner, deve atingir 20,4 bilhões. A importância do IoT também depende do 5G para que as conexões sejam mais limpas e funcionais.

É por isso que vem se discutindo sua implementação. Desde uma casa conectada até uma cidade conectada, precisamos evoluir. O mercado IoT envolve uma série de indústrias, estas que já vêm se preparando para o futuro.

E, no caso das indústrias, lidamos com diferentes pontos de vista: o da manufatura inteligente e o do trabalhador das fábricas são dois exemplos.

Marlos Bosso, líder do Pirelli Digital Team na América Latina, reforça que o foco da evolução precisa estar nas pessoas, não na tecnologia.

Ele trabalha com tecnologia há cerca de 13 anos e diz que o que mais lhe chamou atenção foi “o quanto ela consegue impactar a vida das pessoas”. Como exemplo, Bosso relaciona os smartphones.

“Nada mudou mais a vida das pessoas” nos últimos tempos. “A forma de pedir comida, de interagir com as outras pessoas, tudo mudou.”

Mas, claro, este ponto está atrelado na usabilidade geral de um dispositivo conectado. Na manufatura inteligente, ou Smart Manufacturing, muito há para se delimitar.

Mudando a manufatura

No caso da Pirelli, como explica, a empresa vem “passando por uma mudança de paradigma muito grande”. Isto compreende focar em mercados específicos, “que compreende os carros mais premium e sofisticados”.

Desta forma, como explica, a empresa “deixa de produzir lotes muito grandes de um mesmo produto e começa a produzir lotes bem menores de produtos diferentes.”

Bosso relaciona que na Terceira Revolução Industrial, o foco estava na “produção em série, em altas escalas de produtos iguais”.

Nesta mudança específica, com adoção de tecnologias como Inteligência Artificial, machine learning, realidade aumentada e virtual e geolocalização, a manufatura tende a “compensar as perdas de eficiência que a gente tem ao aplicar esse novo paradigma de produção”. O conceito também atinge a comunicação e IoT “para compensar a perda de produtividade e produzir baixos lotes”.

Temos avançado na manufatura inteligente?

O executivo explica que, na Pirelli, o Brasil é referência do grupo em machine learning e IA para gerar predições, e também na modelagem 3D com VR e AR.

Ele diz que a fábrica “tem um centro de competência” para lidar com essas tecnologias. Muito disso é para ajudar exatamente quem age diretamente nas linhas de produção.

“A gente é muito focado em ajudar o chão de fábrica. Quando vamos avaliar a implementação de um novo projeto, um dos pilares que a gente avalia é o quanto isso vai impactar o chão da fábrica”, diz Bosso.

Na adoção de novas tecnologias, ele diz ainda que não vê um movimento de eliminação de postos de trabalho. “É muito mais para aumentar a produtividade do funcionário, a comunicação e o poder de decisão do chão de fábrica”, afirma.

Bosso também diz que esta adoção é para fazer com que o trabalhador “tome uma decisão melhor ou mais rápido, para que ele tenha mais produtividade”.

Dentre os projetos, dispositivos conectados (como pulseiras e relógios inteligentes) facilitam na comunicação. Este mesmo tipo de tecnologia também pode ser vista em outras fábricas de outras indústrias.

Uma outra tecnologia que vem sendo utilizada são os tablets. Bosso explica que isso tende a eliminar a necessidade de carregar um notebook.

Segundo estudo da Zebra Technologies, até 2023, as empresas brasileiras devem aumentar seus investimentos em até 51% na modalidade de tablets.

Ainda sobre “quem vai engolir quem”, bosso diz que “a ideia não é a troca de uma coisa pela outra” e que “não é como colocar um robô para fazer o trabalho de uma nova pessoa”. Para ele, “é adotar tecnologias que tornam o processo de tomada de decisão de uma pessoa mais ágil, mais rápido e produtivo.”

“Humanamente impossível”

Nas fábricas da Pirelli, Bosso explica que são utilizadas tecnologias de predição durante a fabricação dos pneus. Isso “identifica se ele vai ser reprovado ou não na qualidade”, e então o processo pode ser pausado e reiniciado.

“É uma coisa que humanamente não é possível”, diz ele, por se tratar de uma análise de cerca de 250 parâmetros em tempo real e “fazendo uma série de comunicações”. Por outro lado, esta “não é uma tecnologia que está concorrendo com a capacidade humana, pelo contrário”.

O executivo também diz que precisamos delimitar bem a Indústria 4.0 antes de avançarmos para uma Indústria 5.0. Na atual, lidamos com tecnologias existentes; no futuro, na 5.0, falamos sobre tecnologias ainda em fase de desenvolvimento e adaptação, mas que “devemos conseguir adotá-las num intervalo de alguns anos”.

Pessoalmente, Bosso afirma que tem acompanhado a computação quântica de perto. “Eu não consigo precisar quando a tecnologia vai amadurecer, mas tenho certeza que quando acontecer, vai trazer um avanço tecnológico muito grande para todos os segmentos: pessoas, indústrias, comércio, segurança.”

Marlos Bosso fará uma palestra sobre manufatura inteligente no IT Forum X em 16 de outubro. Ele deverá ilustrar os conceitos da adoção de novas tecnologias atreladas a melhora de vida.

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