Maioria dos consumidores não entende o que é Open Banking

Apenas 14% estão familiarizados com o conceito, mostra estudo da Bain & Company. 47% ouviram falar da iniciativa, mas não entendem do que se trata

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6:17 pm - 10 de janeiro de 2022

Com o processo de implantação do Open Banking no sistema financeiro brasileiro já adiantado, sob coordenação do Banco Central (BC), a maioria absoluta dos brasileiros sequer entende do que se trata. Apenas 14% afirmam conhecer ou entender o conceito, indica um uma pesquisa realizada pela Bain & Company entre julho e setembro de 2021.

Entre as cerca de 8.500 pessoas ouvidas, 47% disseram que até já ouviram falar da iniciativa, mas não entendem do que se trata.

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Embora o percentual de conhecimento seja baixo, o chamado “awareness” do Open Banking cresceu em relação à pesquisa anterior realizada pelo NPS Prism no primeiro trimestre deste ano. À época, apenas 5% dos brasileiros ouvidos afirmaram conhecer e entender sobre o conceito.

Também diminuiu o número de pessoas que nunca tinha ouvido falar da iniciativa: eram 65% nos três primeiros meses do ano e agora são 39%.

Conhecimento dos impactos

O estudo da B&C mostra que as instituições financeiras investiram na disseminação do conceito, mas não no aprofundamento sobre os impactos para os clientes finais. Isso gera dúvidas acerca dos benefícios.

“A compreensão do conceito de Open Banking é maior em clientes de alta renda, com quase 26% dos respondentes afirmando entender do que se trata no 3º trimestre deste ano”, diz Luiza Mattos, sócia da Bain & Company. “É um aumento significativo sobre o índice de 13% entre os clientes de alta renda registrado no primeiro trimestre.”

A pesquisa também mostrou que o conhecimento dos consumidores é decisivo na intenção de compartilhamento dos dados, e que quem entende o que é Open Banking tem o triplo de probabilidade de compartilhar dados financeiros. Entre esses, 63% têm interesse em compartilhar informações. Entre os que nunca ouviram falar, 20% teriam a mesma intenção.

Benefícios esperados

A pesquisa também tentou entender que benefícios estimulariam o compartilhamento de dados por parte dos consumidores. “Benefícios financeiros” e “melhor atendimento dos bancos/instituições financeiras” ficaram na liderança entre as razões, com 58% e 48% dos respondentes, respectivamente.

Entre as razões para não autorizar estão falta de conhecimento, com 49% dos respondentes indicando que precisam se informar melhor para decidir. Pontos como “estou satisfeito com meus atuais bancos/instituições financeiras” e “não quero que tenham acesso aos meus dados financeiros” foram as demais razões, com 38% e 36%, respectivamente.

Para os brasileiros de alta renda, “melhores condições de investimento”, “cashback nas compras do cartão” e “aumento no limite do cartão” são os principais benefícios que os fariam mudar de ideia e compartilhar dados, todos com 26% dos respondentes. Entre os de baixa renda, “aumento no limite do cartão” é o principal fator com 34% dos respondentes, seguido de “cashback nas compras do cartão” com 27% e “descontos em lojas parceiras” com 23%.

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