Maioria dos CIOs na América Latina quer manter-se no posto nos próximos anos

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2:24 pm - 19 de outubro de 2015
Maioria dos CIOs na América Latina quer manter-se no posto nos próximos anos

Grande parte dos CIOs (60%) na América Latina quer manter-se no posto nos próximos anos, mas pretende ganhar mais financeiramente na posição. “O Brasil tem sido mais conservador nesse sentido, com 83% dizendo que desejam permanecer na liderança de TI nos próximos anos”, diz Sergio Lozinsky, consultor responsável pelo estudo, conduzido junto com a IT Mídia, Antes da TI, a Estratégia edição América Latina. Um pouco mais de 16% gostaria de ir para o segmento de TI e serviços, passando para o outro lado do balcão e atuando nas fabricantes de tecnologia da informação. 

Realizado há cinco anos no Brasil, cobrindo as 1 mil maiores companhias instaladas em solo nacional e com mais de 50% dos respondentes, o estudo Antes da TI, a Estratégia conta com cerca de 70 perguntas no País. Na primeira edição com as companhias participantes do IT Forum Latam (Argentina, Chile, Colômbia, Peru e México), o levantamento contou com cerca de 120 empresas, com grande parte dos respondentes da Colômbia, México e Chile. Foram selecionadas 33 perguntas para essa edição.

Lozinsky explica que o levantamento cobre sete áreas: para onde está indo o investimento em TI, alinhamento entre TI e negócios, maturidade da TI, crescimento do uso de tecnologia, salto do orçamento de TI e o fabricante ideal para eles. 

Uma conclusão interessante nos países estudados é que mobilidade foi apontada como a tecnologia de maior impacto nos negócios, mas automação operacional e cloud computing foram considerados igualmente vitais pelos CIOs.

Os entrevistados apontaram também que a TI participa na avaliação de novas tecnologias, mas lidera o processo de escolha em menos de 40% dos casos. “Falando sobre estratégia, em 2014, 50% das companhias estudadas a desenvolveram conforme planejaram, com destaque para Peru, onde os CIOs relatavam ter desenvolvido completamente o plano, e Argentina com 70%”, observa o consultor.

O item mais citado como fator de risco interno para a estratégia de TI foi resistência à mudança, com 73,5% dos CIOs. Nesse quesito, Colômbia e México foram os que mais indicaram resistência. Em segundo lugar, com quase 48%, está a restrição financeira para investir em tecnologia, citado em grande parte por CIOs do Chile. 

Papel do CIO
Além de apontar o futuro do líder de TI no posto, indicando que a maioria prefere ficar onde está, o estudo constatou que pouco mais de 30% dos CIOs desejam aprimorar seus conhecimentos para serem ainda mais estratégicos para os negócios e terem impacto relevante no setor de atuação. 

alinhamento mais forte de TI com as áreas de negócios foi indicado com necessidade real por 50% dos respondentes. “Essa é uma boa briga para começar”, brinca o consultor, completando que 40,7% dos líderes de TI que responderam ao estudo se reportam diretamente para a presidência, mostrando que há crescimento na sinergia entre TI e negócios. 

Embora interessados em fortalecer seus papéis na empresa e em aprender sobre novas tecnologias, há um grande desafio pela frente entre as organizações estudadas. Um terço dos executivos disse que seu trabalho atual está bastante baseado em sustentar sistemas legados e 50% contam que estão envolvidos em projetos de ERP. “Os projetos estão muito pautados na parte estrutural e o CIO está focado em fazer os sistemas rodarem”, diz.

Sobre as tecnologias que estão no foco do investimento nos próximos meses, o primeiro tema citado pelos países da America Latina foi segurança da informação, assim como é no Brasil. Um aspecto curioso comentado por Lozinsky foi que, embora mobilidade seja citado como o maior impacto na estratégia das empresas, aparece em quinto lugar na prioridade de investimento. “Há um descompasso e, ao que parece, as empresas não estão conduzindo os projetos que desejam.

Questionados se a TI está, de fato, preparada para executar o que a empresa deseja, quase 50% disse que não. Diante desse quadro, Lozinsky sugeriu uma reflexão sobre o papel do CIO, como ele quer ser visto pela empresa e de que forma o líder da área fará para ganhar mais relevância no dia a dia da corporação.

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