Maioria das iniciativas de saúde conectada ainda são provas de conceito

Segundo Capgemini, setor ainda está longe de apresentar casos de uso de tecnologias para medicina preventiva ou diagnósticos habilitados por IA

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6:50 pm - 10 de maio de 2022
Imagem: Shutterstock

Apesar dos avanços em conectividade e tecnologias emergentes com foco em saúde, o número de empresas de ciências da vida que estão testando ou aprovaram produtos de saúde conectada no mercado permanece relativamente baixo, segundo relatório da Capgemini Research Institute. O estudo “Unlocking the Value in Connected Health” entrevistou 523 executivos, de 166 empresas de ciências da vida nos setores farmacêutico e de biotecnologia em sete países da América do Norte, da Europa e da Ásia.

De acordo com o estudo, espera-se que o número de ofertas de saúde conectada aprovadas cresça 40% nos próximos cinco anos, devido a seu forte potencial para aumentar o envolvimento do paciente, novas possibilidades de tratamento e diagnóstico precoce, e detecção de doenças. Entretanto, atualmente apenas 16% das empresas do setor vão além da prova de conceito de suas iniciativas. A maturidade geral em saúde conectada para a maioria das organizações está apenas “emergindo”, segundo o relatório.

As principais áreas terapêuticas para os futuros produtos de saúde conectada nos próximos cinco anos incluem doenças relacionadas à neurociência, como esclerose múltipla, Alzheimer e epilepsia, seguidas por doenças raras e imunologia.

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Mais de 50% das organizações do setor planejam desenvolver casos de uso nos próximos anos para monitoramento remoto de pacientes, aplicativos de biomarcadores digitais e diagnósticos preditivos habilitados para IA e medicina preventiva. No entanto, segundo o estudo, o setor ainda está longe de realizar esses tipos de casos de uso e apenas um quarto das organizações de ciências da vida pesquisadas são maduras nas principais áreas de saúde conectada, como estratégia de portfólio, design de produtos e desenvolvimento de produtos.

A pesquisa também descobriu que menos de um terço das organizações têm os recursos digitais, tecnológicos e colaborativos necessários para iniciativas de saúde conectada bem-sucedidas. Por exemplo, apenas um quarto utiliza inteligência artificial para executar análises preditivas em dados em tempo real dos produtos de saúde conectada. Menos ainda (21%) têm um centro de excelência para impulsionar inovação, sinergia e melhores práticas em suas ofertas de saúde conectada.

“A demanda e a oportunidade de melhorar os resultados dos pacientes existem hoje, e várias tecnologias prometem revolucionar as vias de tratamento e as interações dos pacientes com os profissionais de saúde. Para colher os benefícios das tecnologias de saúde digital, as organizações precisarão abordar as habilidades, a tecnologia e as lacunas estruturais para construir um portfólio de saúde conectada escalável, personalizado e integrado. Organizações maiores de ciências da vida mostram sinais mais promissores de maturidade, mas, com grandes players de tecnologia também de olho no potencial, o mercado como um todo precisa avançar no mesmo ritmo”, destacou Olivier Zitoun, Líder Global da Indústria de Ciências da Vida da Capgemini.

As organizações que têm a maturidade de saúde conectada necessária e estão além da fase de estratégia são predominantemente as empresas maiores. Quase metade das organizações de ciências da vida com mais de US$ 20 bilhões em receita disseram que estão maduras em estratégia e planejamento de portfólio contra apenas 17% das empresas com menos de US$ 1 bilhão.

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