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Maior grupo financeiro da Colômbia posiciona TI como agente estratégico

Posicionar a TI como agente estratégico e não como suporte segue sendo um desafio para CIOs. Diante desse cenário, a TI do Grupo Aval, um dos maiores grupos financeiros da Colômbia, que domina 45% do mercado local, vem trabalhando fortemente num novo posicionamento, colocando o departamento ao lado do conselho e influenciando o planejamento estratégico por meio de um framework que privilegia este tipo de atuação.

Como comentou John Eduardo Rodriguez, diretor de TI do Grupo Aval, durante apresentação no IT Forum Latam, em Miami (EUA), o objetivo era fazer com que quatro bancos que competem entre si tivessem interações, governança conjunta, entre outros pontos até para melhor aproveitar ganho de escala e gerar redução de custo. “No papel ficava tudo muito bonito, mas no dia a dia é complexo. Assim, passamos a posicionar a TI não como área de apoio, e temos conseguido isso, participar da estratégia de negócio, envolver não como apoio, mas estar no conselho.”
Para chegar ao nível atual, a TI do Grupo Aval percorreu e ainda percorre um caminho de muito trabalho. Parte das atividades envolveu a criação de um framework para trabalhar toda a parte de governança e estratégia corporativa, gerando uma matriz que cobre aquilo que é estratégico, tático e operacional, dividido em gestão de demanda, planejamento estratégico, execução/desenvolvimento e produção/operação.
A organização está pauta em melhor atender às necessidades da empresa e dos clientes por meio de menu de serviços, arquitetura de sistemas, portfólio de serviços e investigação de problemas. “Por exemplo, se chega a ideia de levar um banco para a lua, por ser bom ou não, com esse esquema de trabalho, vamos avaliar na área de planejamento estratégico e dar uma resposta mais completa.”
Mas como respeitar as individualidades e até cultura dos bancos que, embora dentro de um mesmo grupo, têm modelos de atuação diferentes. Para isso, eles trabalham com duas colunas, uma voltada para ampliar vendas e receita e outra redução de custo. Em ampliação de receita, inovação, por exemplo, é componente fundamental, assim como agilidade de orientação ao cliente, ao passo que em redução de custo, são trabalhadas sinergias, fornecedores, unificação e otimização de sistemas.
“Na execução tem PMO, compramos muitas aplicações, mas desenvolvemos muitas coisas em casa também e temos uma área para isso. Mas parte da estratégia é homogeneizar a plataforma e a tecnologia, tornar algo mais padrão”, comentou Rodriguez, para completar: “Chegamos em nossa posição porque entendemos e aprendemos os erros dos concorrentes e aplicamos a tecnologia de maneira diferente e isso num mercado altamente regulado como é o financeiro na Colômbia.”
Além do framework e de um modelo de TI de holding, a companhia também criou para ajudar um centro de serviços compartilhados que conta com uma vice-presidência específica e cuida de diversos serviços de TI, além de compras administrativas. Esse centro tem um foco muito grande em arquitetura de sistemas, empresarial e documentação de processos até para garantir que tudo seja cumprido.
“Esse modelo é perfeitamente aplicável e estamos levando para outros lugares. Inicialmente, tem 15 anos implementamos um modelo imposto pelo presidente e isso gerou muito choque, porque os vice-presidentes têm comunicação direta com ele. Tem 5 anos que dizemos que não queríamos atacar desse modo, mas atacar por meio de projetos com benefícios tangíveis. Assim, alcançamos os objetivos, a TI mostrou que era funcional e viram como o projeto afetava o resultado. Quebramos a resistência que existia.”
Questionado sobre a nova forma de vender TI na empresa, Rodriguez enfatizou a transformação de área de apoio para um departamento estratégico e desmistificando que o departamento era responsável por muito gasto. “Chegavam os projetos quando já estavam formulados e tínhamos de executar. Graças ao nosso vice-presidente conseguimos mudar essa visão de que TI era apoio para fazer parte do negócio. Agora, somos vistos como uma área de resultados, de eficiência, redução de custos. Quando tenho reunião do business dos bancos é duro, porque temos que prover serviços, mas nos perguntam quando vai custar e quanto vai retornar. Um bom gancho é sempre a atratividade de clientes, e a partir disso buscamos elementos e motivações para que eles entendam e, sempre, usando a linguagem deles, ou seja, de negócios.”

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