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Körber Supply Chain: Brasil moderniza cadeia de suprimentos ao ver escassez de mão de obra

A história de Hélcio Lenz e da Körber Supply Chain poderia ser resumida como Efeito Borboleta. A multinacional alemã existe há mais de 60 anos e começou com a fabricação de máquinas para indústria de papel, cigarro, alguns dispositivos farmacêuticos, entre outros. Hoje, é uma empresa de tecnologia voltada para o fornecimento de soluções adaptadas para ajudar a gerenciar a cadeia de suprimentos.

Do outro lado do oceano, Hélcio e um amigo, há 20 anos, decidem montar uma empresa para a revenda de um software estadunidense de logística. Em 2017, a Körber decide entrar na área de logística e compra essa companhia norte-americana. Dessa forma, Lenz se torna revendedor da Körber no Brasil. Dois anos depois, no fim de 2019, ela compra a empresa de Lenz, que se torna diretor-geral da companhia no País.

“Para você ter uma ideia, nós éramos 40 pessoas entre o Brasil e o Chile. Agora abrimos também um escritório no México e passamos de 160 pessoas. É muito legal, porque quando mudamos um pouco o lado da mesa, temos mais informações para trabalhar”, diz ele animado, em entrevista ao IT Forum.

Segundo ele, o mercado de logística é totalmente diferente de acordo com cada país. Na Europa tanto a mão de obra quanto o espaço físico são caríssimos, por isso há um nível de automação muito alto.

Leia também: Empresas brasileiras recorrem à IA para melhorar supply chain, diz SAP 

“É um luxo ter espaço e pessoas. Quando aumentamos a densidade de um armazém, diminuímos um pouco o que chamamos de seletividade. É igual a um guarda-roupa, se eu empilho muita coisa, fica difícil achar as peças. É tudo muito condensado e a mão de obra é muito cara, então o manuseio precisa de automação”, explica ele.

Nos Estados Unidos, há um meio-termo. É mais caro do que aqui, mas muito mais barato do que na Alemanha. Por isso, eles têm algum nível de automação a depender do produto e do mercado.

“No Brasil, existem empresas que são ótimas, mas são poucas. Nós nem tentamos vender algumas máquinas super sofisticadas que fazemos na Alemanha, porque não tem escala. Estamos focando em software e no que chamamos de automação flexível, no qual são usados robôs pequenos, móveis e inteligentes. Tem custo menor e é muito mais fácil de implantar”, frisa Lenz.

Entretanto, o executivo acredita que o mercado brasileiro está amadurecendo. A escassez de mão de obra já é uma realidade por aqui, ainda que não seja tão cara quanto em outros países. Em resumo, as empresas brasileiras estão entendendo que não dá para ter uma estratégia que dependa de mão de obra intensiva no futuro.

“Nós começamos com o software. Na área de supply chain, o volume de dados que geramos nas transações é gigantesco. Dentro do ciclo de uma entrega, cada pequeno movimento, a pessoa pegou, colocou no palete, etiquetou, colocou no caminhão, todas essas transações estão gerando dados. Depois, trabalhamos com esses dados e geramos insights. A máquina acaba sendo uma consequência de um insight”, explica Leinz.

Dentro desse universo, a Körber trabalha com diferentes verticais. O executivo conta que, há 20 anos, tinha uma predominância do software em grandes indústrias, como montadoras e industrial. Mas, nos últimos dez anos, apesar de continuar atendendo a indústria, o varejo deu um salto com e-commerce.

Körber Supply Chain no Brasil

O Brasil, diz Lenz, é muito importante para a empresa. “Nós conseguimos, depois de um trabalho muito árduo, ter um Centro de Excelência Global. Além da nossa própria operação para os nossos clientes, estamos recebendo investimentos globais para aumentar algumas áreas, como desenvolvimento de produto, automação de cloud, controles. Já temos cerca de 40/50 pessoas que reportam para o global”, comemora ele.

Globalmente, a companhia cresce dois dígitos. Na América Latina, o crescimento em software é o dobro da média global. “Quando pensamos em um país em desenvolvimento, temos que fazer mais do que o desenvolvido em termos de crescimento”, complementa ele.

Entre os principais desafios da região, além da escassez de mão de obra, Lenz fala sobre a previsibilidade de malha logística. Ao fazer um Centro de Distribuição em um local, essa construção pode demorar dois ou três anos e o projeto deve ser pensado levando em conta essa malha.

“No Brasil, falamos de tributos. Você acaba tomando uma decisão de lugar que logisticamente não é melhor, mas traz um benefício fiscal. Mas quando faço isso, eu uso mais a estrutura rodoviária do que eu precisaria. O barato fica caro”, frisa ele.

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