Jornalista Glenn Greenwald é acusado de cibercrime por Vaza Jato
Greenwald e jornalistas do mundo todo afirmam que denúncia crime é tentativa de cercear liberdade de imprensa
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou na terça-feira (21) o jornalista e cofundador do The Intercept Glenn Greenwald por supostamente atuar em conjunto com cibercriminosos. O jornalista é acusado de associação criminosa, interceptação de comunicações e invasão de dispositivo.
A Polícia Federal (PF) não encontrou evidências de que ele tenha cometido crimes, mas Greenwald é acusado de orientar os outros participantes. O caso está relacionado ao vazamento de mensagens do Telegram de procuradores da operação Lava Jato.
O ex-juiz Sergio Moro também teve suas mensagens divulgadas em uma série de reportagens do The Intercept e outros veículos de mídia parceiros.
Em julho de 2019, a Operação Spoofing prendeu quatro suspeitos acusados de interceptar as comunicações das autoridades. Na terça, outros seis investigados também foram denunciados.
Greenwald não foi investigado ou indiciado pela PF e fala sobre ataques à liberdade de imprensa. “Nós sempre vamos defender uma imprensa livre”, disse o jornalista em vídeo publicado em sua conta no Twitter.
A denúncia foi repercutida em jornais estrangeiros como The New York Times, The Guardian, Washington Post, Al Jazeera e outros. Jornalistas ao redor do mundo também comentaram o caso.
Entidades como a Anistia Internacional, Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Federação Nacional do Jornalistas (Fenaj) e outras também criticaram a medida.
As críticas são porque um dos papéis (e direitos) do jornalista é proteger sua fonte, que costumeiramente confidenciam suas informações. Na denúncia criminal, que tem 95 páginas, os promotores afirmam que Greenwald “facilitou” a prática de um crime.
Com informações de: Folha de S.Paulo, The New York Times.