Ricardo Guerra, CIO do Itaú Unibanco, tem empatia como marca registrada
Ricardo Guerra, CIO do Itaú Unibanco, acredita não apenas em conhecer os membros da equipe, mas entender o que é importante para cada um
O mundo digital exige da liderança muito mais do que habilidades técnicas e conhecimento. É preciso preparo para suportar a evolução tecnológica que segue galopante, impondo ajustes constantes de rota. Para garantir o controle da gestão nesse cenário, o novo líder, além de habilidades e competências, é aquele que apoia o comando na humanização, com diálogo, capacidade de escutar e inspirar pessoas. Essa é a visão de Ricardo Guerra, CIO do Itaú Unibanco, que soma mais de três décadas de experiência no banco.
“Acredito no poder do indivíduo. O ser humano é capaz de produzir coisas incríveis, e a responsabilidade do líder é justamente conseguir fazer com que cada pessoa dê o seu melhor”, revela Guerra, vencedor do prêmio Executivo de TI do Ano 2024, do IT Forum, na categoria Bancos.
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Para ele, liderar é um exercício constante de empatia, que envolve não apenas conhecer os membros da equipe, mas também entender o que é importante para cada um e alinhar esses objetivos pessoais com as metas da organização.
Ele enfatiza que, nesse contexto, “não há espaço para discursos vazios e que transparência, comunicação e honestidade são fundamentais”. Além disso, para o executivo, a confiança é um elemento crucial. “O líder precisa confiar no seu time e, acima de tudo, mostrar isso”, pondera.
Na arena da IA
No contexto de uma grande instituição financeira, onde a tecnologia desempenha papel central, a liderança precisa estar atenta, e a modernização tecnológica contínua é vista como essencial para manter a competitividade. O projeto de IA generativa do Itaú mostra essa visão na prática. Em pouco menos de um ano, o banco mapeou mais de 230 casos de uso com potencial para ampliar a eficiência ou a experiência dos clientes. Guerra explica que o banco utiliza a tecnologia em diversos momentos, como no desenvolvimento de software.
“Mais de 8 mil engenheiros utilizam a IA generativa para codificar. Já produzimos mais de 1,5 milhão de linhas de código usando a tecnologia. Isso traz uma produtividade incrível e abre espaço para a criação. O engenheiro de software, por exemplo, pode pensar em soluções de uma forma mais criativa, entender mais do cliente, estar mais conectado com o negócio e trabalhar de forma conjunta”, detalha. O Itaú, inclusive, está entre as três empresas que mais utilizam o GitHub Copilot globalmente. Outro exemplo está no setor jurídico. Implementada desde o primeiro semestre de 2023, a IA generativa já lê, interpreta e classifica mais de 70 mil documentos por mês na área.
Hiperpersonalização
Na esteira da IA, Guerra aponta que o desafio do time é trabalhar a hiperpersonalização dos serviços, em que a tecnologia permitirá criar soluções cada vez mais alinhadas às necessidades específicas de cada cliente. “Estamos caminhando para um cenário em que o banco começa a conversar com cada indivíduo de acordo com a sua necessidade”, explica, destacando que, embora essa tecnologia ainda esteja em desenvolvimento, ela representa uma fronteira importante para o setor. Essa modernização não toca apenas a questão técnica, mas também a de mentalidade.
Por isso, Guerra enfatiza a importância de capacitar as equipes, permitindo que explorem novas tecnologias e identifiquem oportunidades para inovar. “Uma coisa é falar sobre tecnologia comigo, outra é levar isso para 15 mil pessoas. Não é trivial”, admite, apontando para o desafio de manter todos os colaboradores alinhados e atualizados em um ambiente de constante evolução.
*Texto originalmente publicado na Revista IT Forum, disponível aqui.
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