IT Forum Anywhere: inovação e criatividade nunca foram tão necessárias
Plenária com Guga Stocco, Anielle Guedes e Alex Salgado discute a necessidade de habilidades criativas para reinvenção das empresas
Inovação e criatividade são apontadas sempre como características essenciais para a sobrevivência de um negócio. No entanto, a pandemia do novo coronavírus colou essa máxima a toda prova. Em diversos momentos, a inovação estava em achar os caminhos mais simples ou mesmo reinventar processsos para, simplesmente, manter as companhias atendendo aos seus consumidores e parceiros.
Para comentar uma discussão tão complexa, o segundo dia do IT Forum Anywhere convidou o administrador de empresas, especializado na digitalização do mercado financeiro, Guga Stocco e a especialista em tecnologias emergentes Anielle Guedes. A conversa teve mediação do vice-presidente executivo da Vivo, Alex Salgado.
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De cara, a dupla deu suas impressões sobre as mudanças impostas pelo afastamento social que ainda é recomendado para evitar a propagação do Covid-19.
“Quando a gente tem uma crise global, sanitária, que se torna uma emergência de segurança e saúde pública, a gente abre um espaço para a aceleração de adoção de tecnologias”, explica Anielle Guedes. Que ainda nota: em diversos casos, essas ferramentas se tornam a única maneira de fazer uma porção de atividades, como ver os parentes, ir para a escola, dentre outros.
Momento de criatividade
Ainda não sabemos os impactos da adoção massiva de novas tecnologias, mas “o ambiente fica mais propício [para inovação] a partir de todas as questões que rodam a crise da pandemia”, segundo Guedes. A especialista, que estudou na Singularity University, na University of London e colaborou em projetos do MIT, acredita que é necessário focar em processos de inovação e experimentar novos modelos para sair na frente no cenário pós-Covid-19.
“Nesse cenário é importante fazer experimentos, medir e acompanhar. E, mais importante do que apontar qual é a tecnologia que vai sobrar, é saber como você chega na tecnologia que vai sobrar”, explica Guedes. A pesquisadora ainda comenta que é importante abrir os olhos para conceitos como open innovation, cross innovation. Para grandes corporações, é importante usar startups como parceiros de negócios e não como meras “ferramentas de marketing”.
Anielle Guedes comenta que as pessoas criaram novos hábitos, não apenas de consumo. Seja o uso de conferências, compras ou mesmo na forma como interagimos. “Muitas dessas novas necessidades não vão embora. Nesse caso, você tem um novo produto digital para oferecer”, comenta Guedes.
A especialista também aponta que as uma economia baseada em low touch, tecnologias que tenham menor interação física com os consumidores. Nesse sentido, os consumidores passam a interagir mais com computadores, sensores e robôs no lugar de seres humanos no atendimento.
Disputa pelo mercado financeiro
Com passagens por Buscapé, Microsoft e sendo um dos profissionais que ajudou a desenvolver o Banco Original, Stocco acredita que as fintechs vão começar a crescer de uma forma exponencial e dentro desse ambito digital, haverá uma grande competitividade.]
“Quando passamos para o ambiente digital, o pequeno consegue concorrer com o grande usando as mesmas ferramentas”, explica Stocco, que ainda prevê a digitalização como um “caminho sem volta”. Por outro lado, o especilista não espera que esse processo aconteça de forma estruturada. Nos próximos anos, Guga Stocco afirma que veremos uma série de fintechs e companhias financeiras surgindo e que essa competição está sendo incentivada pelo Banco Central.
“Há ainda um processo de consolidação que será necessário”, explica o especialista no mercado financeiro. Stocco usou como exemplo as reações de empresas diferentes do setor para a pandemia. Enquanto algumas precisavam rever processos legados “a toque de caixa” outras fintechs e bancos digitais já usavam o esquema de home office, reunindo os times apenas nos momentos adequados, para “otimizar a presença das pessoas num mesmo ambiente”.
Dores da inovação
Além disso, o palestrante fez críticas às dificuldades políticas para a inovação nacional. “A inovação demora a acontecer no Brasil porque é um país fechado”, afirma Stocco.
Nesse sentido, a pandemia ajudou a avançar e derrubar alguns argumentos em questões como, por exemplo, a telemedicina. O especialista acredita que, em diversos casos, a inovação existe, mas não é transformada em oportunidades de negócios.
“O Brasil tem um potencial gigantesco. O que a gente precisa é de investimento em educação, políticas públicas e tecnologias em si. Podemos gerar empresas que criam valor para a humanidade”, conta Stocco.
Os palestrantes ainda comentaram a falta de investimento em ciência e tecnologia, situação que ficou exposta durante a pandemia.”A gente tem muita pesquisa de excelência no Brasil. O problema é que ela não sai do laboratório. A gente precisa criar essas pontes, as empresa têm um papel muito importante para que o Brasil seja competitivo em ciência e tecnologia”, afirma Anielle Guedes.
Você pode conferir os principais destaques da cobertura do IT Forum Anywhere aqui no IT Forum 365:
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