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IT ForOn Breakouts: uso de ferramentas renova importância da TI?

Uso massivo de ferramentas tecnológicas renova ciclo de importância da TI nas empresas?

 

Um estudo realizado pela IT Mídia apontou que 90% das empresas criaram comitê de crise para discutir ações durante a pandemia de COVID-19. Neste cenário, 70% dos CIOs entrevistados afirmam que estão participando ativamente das decisões de negócios. Estes dados comprovam que, com a transformação digital acelerada – e obrigatória – que o coronavírus trouxe para a realidade das empresas, os profissionais de TI são peça fundamental para estratégia das organizações.

Para discutir o assunto, participaram do IT ForOn Breakouts desta quinta-feira Ricardo Ribeiro Gomes, CIO da Nestlé; Claudia Meira,  CIO da Avon; Daniel Buono, Gerente de TI da Cyrela; Denise Ciavatta, CIO da HDI Seguros; Rogerio Kussano, Gerente de TI da Reckitt Benckiser; Pascal Toque, Diretor de IoC & IoT da Green4T; Ricardo Cheida, Head of Business Development and PreSales America Latina da FICO, e Andrea Rivetti, CEO da Arklok. Quem conduziu o bate-papo foi Vitor Cavalcanti, sócio-diretor da IT Mídia.

 

“Dobramos abertura de sinistros nos canais digitais, que hoje é nosso canal principal”

  • Denise Ciavatta, HDI Seguros

A CIO conta que o processo de redescoberta da área de tecnologia das empresas foi acelerado. Para ela, todas as corporações precisaram se adequar a esta nova realidade imposta, e na HDI não foi diferente. “A gente já vinha em uma jornada de implementação e uso de novas tecnologias para os funcionários e clientes. Já tínhamos home office como parte das práticas, muitos squads em (metodologia) agile, ferramentas de colaboração já estavam em uso”, conta.

O desafio para a TI foi implementar esta infraestrutura para todos os colaboradores, que estão trabalhando remotamente, em apenas uma semana. “Todos adotam isso em velocidades distintas, e estão se adaptando a utilizar essas ferramentas o dia todo. Tem sido uma experiência ótima na colaboração”, conta. “Derivamos nossos clientes para uso dos canais digitais, triplicamos assistência em relação ao que tínhamos antes da pandemia. Hoje, mais de 40% de vistoria prévia sendo feita com recursos de tecnologia.”

“A gente está fechado dentro das nossas cavernas como os Flinstones, mas temos à disposição tecnologias dos Jetsons”

  • Ricardo Ribeiro Gomes, Nestlé

A realidade na Nestlé é parecida com a de todas as outras grandes corporações, com um diferencial: a marca e suas empresas coligadas estão presentes em 99% dos lares brasileiros. Em momento de isolamento social, a busca dos consumidores por alimentação saudável tem sido um desafio para a companhia, que tem encontrado em parcerias a solução para o momento.

“Nessa procura, nossa responsabilidade é grande. Essa busca incessante fez da gente uma empresa muito atuante, por isso, olhamos para o lado e enxergamos parceiros. A gente está juntando as mãos para sermos cada vez mais ágeis”, conta Ricardo.

Para ele, a situação tem colocado as empresas a prova dia após dia. “A TI é como um iceberg. Muitas vezes, as pessoas, dentro das companhias e das indústrias, enxergam apenas o topo. Nesse momento que estamos passando, o iceberg da tecnologia apareceu. Muitos projetos que estavam engavetados agora precisam sair da gaveta.”

“Resgatamos nosso propósito, que é levar renda para 6 milhões de famílias”

  • Claudia Meira, Avon

A Avon é uma empresa de venda direta, com presença em 56 países e mais de 6 milhões de revendedores. Só no Brasil, são mais de 1,2 milhão de revendedores. Para manter toda essa equipe trabalhando, a TI foi fundamental para ressignificar os processos destas pessoas. “A nossa primeira prioridade foi o home office. Manter a renda destas 6 milhões de famílias no online, já que o nosso negócio ainda é muito presencial? Houve aí uma oportunidade da gente potencializar os ativos que a gente já tinha”, explica Claudia.

Para continuar atuando mesmo em tempos de isolamento social e quarentena, as revendedoras Avon hoje utilizam folhetos digitais. As vendas B2B2C também foram potencializadas, modelo em que revendedores podem criar sua própria loja virtual e disponibilizar produtos para suas redes de contatos. “Ela (a revendedora) não precisa se limitar para o público da região dela, o público é o Brasil”, explica. Durante os esforços, a Avon atingiu um crescimento de 151% nesse canal de vendas.

“Estamos de parabéns porque o país não parou, as coisas estão seguindo adiante”

  • Rogerio Kussano, Reckitt Benckiser

Em sua fala, Rogerio destacou que o momento trouxe à tona ferramentas e processos que as companhias não achavam que poderiam funcionar mas, graças aos esforços da TI, puderam ser implementados sem dificuldades. “Um roadmap digital contribui para chegarmos a esse momento. Lá atrás, pensamos em como seria o futuro, e esse futuro chegou mais rápido. No passado, já passamos por estágios onde tivemos que evoluir para digitalização, depois cloud… Isso ajudou a gente (profissionais de TI) poder escalar todo o uso das ferramentas. Agora, pouco a gente depende de estar lá, fisicamente na companhia”, diz.

Ele também destaca os esforços da indústria de telecomunicações, que ” tiveram que estrangular muita coisa pra garantir que a gente estivesse fazendo essa conferência online hoje. É o trabalho de executivos de TI, e estamos de parabéns porque o país não parou, as coisas estão seguindo adiante. Isso é mérito dos profissionais da nossa área. O gestor de TI teve que se reinventar e fazer a coisa acontecer.”

“A tecnologia está tendo um papel chave para aproximar as pessoas nesse momento. É algo que a gente com certeza vai levar para frente”

  • Daniel Buono, Cyrela

Um mercado que já tem experiência com superação de crises é o setor imobiliário. “A construção civil acabou de passar por um momento de crise. Na hora em que começou a parecer uma retomada, veio esse banho de água fria”, diz. “Como manter a empresa rodando? É crucial manter a energia, não deixar a peteca cair e deixar todo mundo motivado”, garante Daniel.

Para ele, os desafios do setor, a partir do futuro pós-coronavírus, tem muito a ver com a experiência do consumidor, e o momento atual traz aprendizados para o mercado. “É um setor que tem bastante burocracia, e as pessoas vão começar a comparar a compra de um imóvel com a compra de qualquer outro produto. A gente quer que as pessoas tenham essa mesma boa experiência ao comprar um imóvel. Por isso, estamos discutindo muito blockchain na compra de imóvel, assinatura digital de contratos. A tecnologia está tendo um papel chave para aproximar as pessoas nesse momento”, afirma.

“Esse momento mostra a importância de um CIO dentro da companhia”

  • Andrea Rivetti, Arklok

Para ela, este executivo é o responsável pela continuidade dos negócios de grande parte das empresas que mantém duas operações de forma produtiva durante a pandemia. “Muito mais do que entregar um notebook, o usuário tem que estar preparado para o home office. Tivemos que fazer um deploy remoto de ferramentas, atualizações de software, para que o usuário pudesse performar igual no escritório. Foi muito desafiador”, conta.

Além da infraestrutura, outros pontos são importantes para manter a produtividade dos colaboradores e não comprometer as informações da empresa. “Não menos importante, acho que uma coisa que ficamos muito focados foi no fator segurança, para os CIOs terem visibilidade do que está rodando nos notebooks. Mantemos todos os sistemas operacionais atualizados.”

“Naturalmente o discurso do CIO tende a evoluir para um aspecto estratégico relacionado ao negócio da empresa”

  • Pascal Toque, Green4T

O executivo acredita que a TI completou mais um ciclo de evolução, e agora é parte ativa das estratégias e decisões de negócios das companhias. “A verdade que essa mudança já começou há um certo tempo, e o efeito do COVID-19 é ser um acelerador e catalizador dessa relevância”, afirma.

“Quando você vê os discursos dos CIOs, percebemos que falam mais de estratégia de negócio do que de tecnologia, propriamente dita. Naturalmente, o discurso do CIO tende a evoluir para um aspecto estratégico relacionado ao negócio da empresa. Através do surgimento de novas tecnologias, estamos vendo o aumento crescente da participação do TI dentro da organização.”

“O que está acontecendo agora é uma ruptura, e quem está mais preparado pra trabalhar nela é a TI”

  • Ricardo Cheida, FICO

“A TI nunca caiu de importância. Ela tem movimentos”. É o que acredita o executivo da FICO. Para ele, movimentos de centralização ou descentralização da TI priorizam usuário ou processos, mas a área sempre foi importante para os negócios. Hoje, por conta da pandemia, essa importância está mais evidente.

“Eu acho que o que está acontecendo agora é uma ruptura, e quem está mais preparado pra trabalhar nela é o TI, porque tem mais metodologia e estrutura para lidar numa situação de mudança brusca do que a área de negócios. Eu acho que a TI vai permanecer protagonista dos negócios, porque o novo normal vai ser lidar com essa tecnologia que já está aí”, finaliza.


Para conferir todos os episódios anteriores, conhecer os temas e saber o que alguns dos principais líderes de TI já debateram durante o IT ForOn Breakouts, acesse aqui.

O próximo IT ForOn Breakouts acontece na próxima terça-feira, 5 de maio, e terá como tema “Nuvem, Infraestrutura Digital e LGPD”. Acompanhe ao vivo, às 16h, pelo YouTube.

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