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IoT busca recordes nas Olimpíadas 2016 do Rio de Janeiro

Existem muitas aplicações de internet das coisas (IoT, na sigla em inglês) espalhadas em torno de nosso cotidiano, em casa, no carro, no caminho do trabalho controlando semáforos, lâmpadas, sensores de velocidade (radares), “billboards” mostrando mensagens de utilidade na estrada ou publicidade. Então, por que não utilizá-las também em eventos mundiais? Pois é, isso que está acontecendo nas Olimpíadas. Finalmente atletas olímpicos estão se beneficiando de novas tecnologias que alteraram profundamente seu treino e podem impactar o resultado das provas.

Exemplo interessante divulgado no início da semana pelo secretário municipal de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, Franklin Coelho, foi de que a equipe olímpica de Remo está utilizando sensores nos equipamentos e nos atletas para monitorar o desempenho de cada um e do grupo. Em linhas gerais, os dados são coletados via big data e os resultados monitorados por pesquisadores da GE.

Cada equipe busca meios para superar os outras ou a si mesmas nos treinamentos. Para isso, guardam segredos em termos de tecnologias IoT que logo após essa maratona deixaram muitos de 'boca aberta'. A equipe de ciclismo feminino americano é um  'case' interessante.

Assim que terminou as Olimpíadas de Londres, o time decidiu iniciar um projeto para otimizar as bicicletas e o esforço dos atletas. As bicicletas foram reprojetadas utilizando o máximo de tecnologia em materiais, aerodinâmica e física, sendo projetada para a pista e curvas do velódromo do RJ. Especialistas estimam que a nova bicicleta pode fornecer quase quatro segundos de vantagem. Já o projeto realizado com as atletas é sobretudo atraente.

O primeiro passo foi, é claro, adquirir os dados dos atletas e das bicicletas. Sensores no corpo dos atletas captam batimento cardíaco (até aqui, nada novo),  oxigenação dos músculos e potência da bicicleta. Depois do treino, sensores ultrasônicos escaneiam os músculos buscando o nível de glicogênio (o “combustível” muscular) restante.

Os dados são enviados à nuvem para processamento pelo famoso Watson, da IBM, e rapidamente se transformam em informações úteis. Aqui aparece a novidade! Conseguir esses resultados demorava tanto que só podiam ser usados após o treino, ou seja, tarde demais para influenciar no próprio treino. A inovação foi o envio imediato das orientações para o atleta enquanto ele pedala.

Engajada no projeto outra empresa desenvolveu um óculos que além de aerodinâmico oferece um visor que não atrapalha o atleta permitindo que ele leia as informações e ainda escute instruções do seu treinador. Este, é claro, recebe outro conjunto de instruções processadas pelo Watson no seu tablet antes mesmo do atleta, permitindo que ele avalie o desgaste x performance e defina a tática da corrida. Go american bikers!

O time britânico também utiliza as medições corporais em várias modalidades há bastante tempo, e tinha a dificuldade de processar todos os dados vindos de vários equipamentos com formatos diferentes, sem conseguir rapidamente analisar e chegar a conclusões esportivas. A empresa Pace Insights conseguiu desenvolver um sistema na nuvem que recebe todos os dados em vários formatos e consegue rapidamente processá-los e transmiti-los ao treinador em um prático painel no seu tablet.

Ainda há várias aplicações de IoT em torno do evento, não necessariamente sendo utilizadas no esporte em si. Uma organização de serviços financeiros está testando anéis como meio de pagamento para os atletas, em substituição aos cartões. Os geradores de emergência em torno dos estádios estão sendo monitorados constantemente por sensores que transmitem os dados para as centrais de controle. 

Por enquanto, a tecnologia está ajudando os atletas, e fornecendo mais informações para que as equipes consigam cada vez mais performance. Aguardemos o resultado das provas para entender até que ponto essas informações estão realmente melhorando seus resultados. Esperamos mais records!

*Sérgio Souza é Manager Director da Wyless TM Data Brasil

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