Interoperabilidade e IA a favor da saúde

Interoperabilidade é uma visão para o sucesso que detém uma capacidade enorme de aliviar a rotina de trabalho e otimizar tempo e custos

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11:20 am - 29 de julho de 2022
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Temos vivido momentos transformadores e muito disso se deve à adoção de novas tecnologias nas mais diversas áreas. A Inteligência Artificial e as soluções em informática, por exemplo, vêm demonstrando cada dia mais o quanto são essenciais para gestão de pessoas, de projetos e, principalmente, da saúde.

Quando falamos em interoperabilidade, é importante entender que ela não é o ponto de partida, mas a consequência. Ela não é uma plataforma, um hardware ou um software. Ela é uma visão para o sucesso que detém uma capacidade enorme de aliviar a rotina de trabalho e otimizar tempo (e custos).

A interoperabilidade ajuda a apoiar os caminhos clínicos e operacionais, além de oferecer resultados efetivos, uma vez que permite a comunicação entre sistemas para compartilhamento de dados e troca de informações. Com isso, melhora a interação humana, cria um ambiente colaborativo muito mais aprimorado e gera uma relação ‘ganha-ganha’ entre os profissionais da saúde e entre profissionais e pacientes.

Como grande aliada para aliviar essa carga de trabalho e transformar a experiência do cuidado, a interoperabilidade conta com a Inteligência Artificial, que permite a automação de processos ao simplificar os fluxos de trabalho.

Um levantamento do site Medscape mostrou que, no início de 2022, 47% dos profissionais de saúde relataram sintomas de burnout. Esse número está acima dos 42% que relataram os mesmos indícios em 2021. Poderia, então, essa dupla (interoperabilidade e IA) ajudar os profissionais de saúde a recuperar o bem-estar no trabalho? Eu digo com toda certeza que sim!

O burnout é um velho conhecido dos profissionais e ocasionado, principalmente, por picos de stress rotineiros. Quando olhamos para o ecossistema da saúde, os profissionais têm sido atingidos, sobretudo nos últimos dois anos, pela repetição de tarefas, pela crescente quantidade de dados que os deixa lutando por insights relevantes e pela frustração generalizada com as ineficiências do fluxo de trabalho – que acabam atrapalhando todo o atendimento aos pacientes. E é exatamente aí que a IA pode ajudar, permitindo que eles dediquem seu tempo e energia ao paciente em vez de dedicá-los a processos complicados.

Vou dar um exemplo prático aqui: muitos de nós usa produtos e serviços habilitados para IA todos os dias. Seja Amazon, Netflix ou Google. Eles oferecem recomendações personalizadas com base em algoritmos que analisam o comportamento e as preferências do consumidor. Por que, então, na área da saúde, a IA não auxilia os profissionais adaptando-se às suas necessidades e preferências para acelerar os fluxos de trabalho e apoio na tomada de decisão?

À medida que a IA vai sendo incorporada em dispositivos de consumo e em casa, permite capacitar os consumidores a gerenciar melhor sua própria saúde. Com ela, somada à análise

avançada de dados, tanto os profissionais de saúde como os próprios pacientes podem obter mais valor dos dados que coletam e compartilham.

Acredito muito que, num futuro próximo, as soluções de monitoramento de pacientes com IA serão cada vez mais estendidas do hospital para o lar, permitindo que os profissionais de saúde monitorem os pacientes e, assim, evitem (re)internações hospitalares com cuidados básicos. Isso certamente será capaz de aliviar parte da pressão sobre as equipes de emergência e cuidados críticos, ao mesmo tempo em que oferece aos pacientes maior tranquilidade no conforto de suas casas.

Quando focamos na automação de tarefas e na inserção de novas tecnologias no dia-a-dia, entendemos a urgência de liberar os profissionais de saúde desses processos repetitivos, para que eles possam, de fato, se concentrar no que os atraiu à medicina: cuidar de pessoas. E com o foco nas pessoas, podemos desenvolver soluções baseadas em IA que atuam como assistentes, apoiando os profissionais de saúde nos momentos que eles mais precisam, porque se há uma verdade evidenciada pela crescente crise de escassez de pessoal e burnout na área da saúde, é que não há saúde sem profissionais saudáveis e engajados.

*Elton Tognon é líder de marketing estratégico da divisão de informatics da Philips América Latina

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